Idoso no CadÚnico: quais são os direitos e benefícios garantidos em 2025
O Cadastro Único para Programas Sociais do Governo Federal, conhecido como CadÚnico, funciona como um mapa da população de baixa renda no Brasil. Para os idosos, a inscrição nesse sistema representa muito mais do que um simples registro; é a principal via de acesso a uma série of direitos e benefícios que garantem proteção e dignidade.
Apesar de sua importância, muitos idosos e suas famílias desconhecem o alcance do CadÚnico ou a necessidade de manter as informações sempre atualizadas. A falta de conhecimento sobre os critérios e os processos pode impedir o acesso a programas essenciais, que fazem a diferença no orçamento e na qualidade de vida dessa parcela da população.
Em 2025, o governo federal mantém o CadÚnico como a ferramenta central para a concessão de auxílios, reforçando a importância da correta inscrição e da atualização periódica dos dados. Compreender quem tem direito, quais benefícios estão disponíveis e como proceder para se cadastrar é, portanto, um passo fundamental para a cidadania.
Nesse contexto, a informação se torna o principal ativo para que a população idosa possa exercer plenamente seus direitos. O acesso a benefícios como o BPC, a Tarifa Social de Energia Elétrica e a isenção em taxas de concursos depende diretamente de um cadastro ativo e condizente com a realidade socioeconômica da família.

Índice – Idoso no CadÚnico
Quem pode se cadastrar no CadÚnico como idoso
A inscrição no CadÚnico é um direito de todas as famílias de baixa renda, e os idosos são um público prioritário. Para ser elegível, a principal regra diz respeito à renda familiar. Podem se cadastrar as famílias que possuem uma renda mensal de até meio salário mínimo por pessoa ou uma renda familiar total de até três salários mínimos.
Para fins de cadastro, é considerado idoso o cidadão com 60 anos ou mais. É importante ressaltar que o cadastro não é individual, mas sim familiar. Ou seja, o idoso será incluído no registro de sua família, e a renda de todos os moradores da mesma casa será somada e dividida pelo número de pessoas para se chegar à renda per capita.
Mesmo idosos que moram sozinhos ou em instituições de longa permanência, como abrigos e casas de repouso, também podem e devem ser cadastrados. Nesses casos, o registro é feito de forma individualizada, considerando a situação específica de moradia, o que garante que eles também possam ser alcançados pelas políticas públicas.
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Por que é importante manter o CadÚnico atualizado
Manter o cadastro atualizado no CadÚnico é uma condição obrigatória para a continuidade do recebimento de qualquer benefício social. O governo federal realiza periodicamente processos de revisão e averiguação cadastral para verificar se as famílias ainda se enquadram nos critérios dos programas, e dados desatualizados podem levar à suspensão dos auxílios.
A atualização deve ser feita a cada dois anos ou sempre que houver alguma mudança na composição ou na renda da família. Alterações como a mudança de endereço, o nascimento de um neto, o falecimento de um cônjuge ou o início de uma nova fonte de renda, mesmo que informal, devem ser comunicadas imediatamente ao gestor do cadastro.
Além de evitar o bloqueio de benefícios já existentes, a atualização garante que a família possa ser selecionada para novos programas que venham a ser criados. Um cadastro que reflete a realidade atual da família é a garantia de que o governo terá as informações corretas para direcionar as políticas sociais de forma justa e eficiente.
Principais benefícios garantidos ao idoso no CadÚnico
A inscrição no CadÚnico abre um leque de possibilidades para a população idosa de baixa renda. O benefício mais conhecido é o Benefício de Prestação Continuada (BPC), que garante um salário mínimo mensal ao idoso com 65 anos ou mais que não possui meios de prover a própria manutenção nem de tê-la provida por sua família.
Outro direito importante é a Tarifa Social de Energia Elétrica, que concede descontos significativos na conta de luz. Famílias que possuem um idoso beneficiário do BPC, por exemplo, têm direito automático ao desconto, que pode chegar a 65%, dependendo da faixa de consumo de energia elétrica do domicílio.
Além desses, o CadÚnico é a porta de entrada para a Carteira da Pessoa Idosa, que assegura gratuidade ou desconto em passagens de transporte interestadual. O cadastro também possibilita a isenção de taxas de inscrição em concursos públicos federais e no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), promovendo a inclusão e a cidadania.
Como funciona o BPC (Benefício de Prestação Continuada) para idosos
O Benefício de Prestação Continuada (BPC), previsto na Lei Orgânica da Assistência Social (LOAS), é um dos mais importantes amparos para a população idosa em situação de vulnerabilidade. Ele garante o pagamento de um salário mínimo mensal a idosos com 65 anos ou mais, desde que a renda por pessoa do grupo familiar seja igual ou inferior a 1/4 do salário mínimo.
Para ter direito ao BPC, não é necessário ter contribuído para o INSS. Trata-se de um benefício assistencial, e não previdenciário. O primeiro passo para solicitá-lo é estar com a inscrição no CadÚnico devidamente atualizada. A solicitação do benefício é feita diretamente nos canais do INSS, como o site ou aplicativo Meu INSS, ou pelo telefone 135.
Após a solicitação, o INSS realiza uma análise dos dados informados no CadÚnico e pode realizar uma avaliação social na residência do idoso para comprovar a situação de vulnerabilidade. É fundamental que todas as informações cadastrais estejam corretas para que o processo de concessão do benefício não sofra atrasos ou seja indeferido.

Idosos têm direito ao Bolsa Família? Entenda os critérios
Sim, idosos podem fazer parte de famílias que recebem o Bolsa Família, desde que o núcleo familiar se enquadre nas regras do programa. O Bolsa Família é destinado a famílias em situação de pobreza ou extrema pobreza, e o cálculo da renda per capita considera todos os membros da casa, incluindo os idosos.
É importante esclarecer que o recebimento do Benefício de Prestação Continuada (BPC) por um idoso da família não impede que os demais membros recebam o Bolsa Família. O valor do BPC entra no cálculo da renda familiar, mas, caso a renda por pessoa ainda se mantenha dentro do limite do Bolsa Família, o auxílio pode ser concedido.
Dessa forma, a presença de um idoso na composição familiar pode, inclusive, ser um fator que contribui para a elegibilidade ao Bolsa Família, especialmente em arranjos onde o idoso é o principal ou único provedor de renda, mas o valor total dividido entre os membros ainda caracteriza uma situação de vulnerabilidade.
Tarifa social de energia elétrica: como o idoso pode solicitar
A Tarifa Social de Energia Elétrica é um desconto na conta de luz destinado a famílias de baixa renda inscritas no CadÚnico. Idosos com 65 anos ou mais que recebem o BPC, assim como suas famílias, têm direito a esse benefício, que é concedido de forma automática em muitos casos, mas que pode exigir uma solicitação ativa.
Desde 2022, a legislação prevê que a inscrição na Tarifa Social seja automática para as famílias que atendem aos critérios, por meio do cruzamento de dados entre o CadÚnico e as distribuidoras de energia. Contudo, caso o desconto não apareça na fatura, o idoso ou um responsável deve procurar a companhia de energia elétrica local.
Para solicitar o benefício, é preciso apresentar o CPF, um documento de identificação com foto e o Número de Identificação Social (NIS), que é gerado no momento do cadastro no CadÚnico. A distribuidora irá verificar se a família se enquadra nas regras e, em caso positivo, o desconto passará a ser aplicado nas contas seguintes.
Isenção em taxas e tarifas: veja o que é garantido pelo governo
A inscrição no CadÚnico garante ao idoso de baixa renda a isenção de pagamento de taxas em diversas situações, promovendo o acesso a direitos e oportunidades. Uma das isenções mais conhecidas é a da taxa de inscrição em concursos públicos realizados pelo Poder Executivo Federal e em vestibulares de universidades e institutos federais.
Para ter direito a essa isenção, o idoso deve pertencer a uma família inscrita no CadÚnico com renda mensal per capita de até meio salário mínimo ou renda familiar total de até três salários mínimos. A solicitação da isenção é feita no próprio ato de inscrição para o concurso ou vestibular, informando o número do NIS.
Além disso, o cadastro no CadÚnico é requisito para a emissão da ID Jovem, que, embora seja voltada para o público de 15 a 29 anos, beneficia famílias que podem ter idosos em sua composição. O cadastro também é utilizado por muitos municípios para conceder isenção no pagamento do Imposto Predial e Territorial Urbano (IPTU).
Como fazer ou atualizar o cadastro do idoso no CRAS
O local de referência para realizar a inscrição ou a atualização do CadÚnico é o Centro de Referência de Assistência Social (CRAS) mais próximo da residência da família. Em alguns municípios, também existem postos de atendimento específicos do Cadastro Único, e a prefeitura local pode informar o endereço correto.
Para realizar o procedimento, é necessário que uma pessoa da família, maior de 16 anos e preferencialmente mulher, se torne o Responsável Familiar. Essa pessoa irá responder à entrevista de cadastramento e se comprometer a manter as informações sempre atualizadas. Não é obrigatório que o idoso compareça pessoalmente, desde que o responsável leve seus documentos.
Durante a entrevista, o entrevistador do CRAS fará uma série de perguntas sobre a composição da família, as características do domicílio, a escolaridade, a situação de trabalho e a renda de cada um dos membros. É fundamental responder a todas as perguntas de forma correta e completa, pois essas informações determinarão o acesso aos benefícios.
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Documentos exigidos para o idoso se inscrever no CadÚnico
Para que o idoso e sua família sejam inscritos no Cadastro Único, o Responsável Familiar deve apresentar uma série de documentos no dia da entrevista no CRAS. É obrigatória a apresentação do CPF ou do Título de Eleitor do Responsável Familiar. Levar um comprovante de residência, como uma conta de luz, também é recomendado.
Além disso, é necessário apresentar pelo menos um documento de identificação para cada uma das outras pessoas da família, incluindo o idoso. Podem ser utilizados a certidão de nascimento, a certidão de casamento, o CPF, a carteira de identidade (RG), a carteira de trabalho ou o Título de Eleitor.
Embora não seja obrigatório apresentar comprovantes de renda ou de matrícula escolar no momento do cadastro, ter esses documentos em mãos pode ajudar a responder às perguntas do entrevistador com mais precisão. O mais importante é que as informações declaradas sejam verdadeiras e reflitam a realidade da família.