Cadastro Único

Veja como funciona o Pé de Meia e o que pode impedir o recebimento do valor

O programa Pé de Meia é uma iniciativa do Governo Federal que atua como um incentivo financeiro-educacional para estudantes do ensino médio da rede pública. A ação foi desenhada para combater a evasão escolar, um dos grandes desafios da educação brasileira, oferecendo um suporte para que os jovens possam concluir seus estudos.

A proposta funciona como uma poupança, na qual o estudante recebe depósitos ao longo do ano letivo, que podem ser utilizados para custear despesas com material escolar, transporte e alimentação. O programa é estruturado em diferentes modalidades de pagamento, cada uma vinculada a um compromisso específico do aluno.

O recebimento do benefício, contudo, não é incondicional. Ele está atrelado a um conjunto de regras, conhecidas como condicionalidades, que incluem desde a frequência mínima nas aulas até a participação em exames nacionais. O descumprimento dessas regras pode levar à suspensão do pagamento.

O programa opera com uma estrutura de pagamentos atrelada ao mês de nascimento do aluno e a diferentes tipos de incentivo. A elegibilidade, por sua vez, depende da situação da família no Cadastro Único, sendo este o ponto de partida para o acesso ao benefício.

Veja como funciona o Pé de Meia e o que pode impedir o recebimento do valor
O programa Pé de Meia é uma iniciativa de incentivo à permanência de jovens de baixa renda no ensino médio, funcionando como uma poupança educacional – Crédito: Jeane de Oliveira / cadunicobrasil.com.br

Entenda o que é o programa Pé de Meia e seu objetivo principal

O Pé de Meia é um programa de incentivo à permanência escolar, na modalidade de poupança, destinado a estudantes de baixa renda matriculados no ensino médio regular ou na Educação de Jovens e Adultos (EJA) da rede pública. A iniciativa é coordenada pelo Ministério da Educação (MEC) e os pagamentos são operacionalizados pela Caixa Econômica Federal.

O principal objetivo da iniciativa é reduzir as taxas de abandono escolar, que são historicamente elevadas nessa etapa da educação básica. Ao oferecer um suporte financeiro, o programa busca mitigar o fator econômico, que frequentemente força os jovens a deixarem os estudos para ingressar no mercado de trabalho.

Dessa forma, o programa atua não apenas como uma política de transferência de renda, mas também como uma estratégia de inclusão social e de investimento no capital humano do país. A conclusão do ensino médio é um fator determinante para o acesso a melhores oportunidades de emprego e para a continuidade dos estudos em nível superior.

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Quem pode receber o Pé de Meia: requisitos de elegibilidade para estudantes

Para ser elegível ao programa Pé de Meia, o estudante precisa atender a um conjunto de critérios cumulativos. É necessário estar regularmente matriculado em uma das três séries do ensino médio em escolas da rede pública, incluindo a modalidade de Educação de Jovens e Adultos (EJA).

O programa também estabelece critérios de idade: para o ensino médio regular, o estudante deve ter entre 14 e 24 anos; para a modalidade EJA, a faixa etária elegível é de 19 a 24 anos. Além disso, é indispensável que o aluno possua um CPF em situação regular.

O critério socioeconômico é verificado por meio do Cadastro Único para Programas Sociais do Governo Federal (CadÚnico). A família do estudante deve estar inscrita e com os dados atualizados no CadÚnico, e a renda por pessoa da família deve ser de, no máximo, meio salário mínimo.

Como o valor do Pé de Meia é pago e qual o calendário de recebimento em 2025

O valor total que um estudante pode receber ao longo dos três anos do ensino médio pode chegar a R$ 9.200, divididos em quatro tipos de incentivos. Os pagamentos são realizados pela Caixa Econômica Federal (caixa.gov.br) em uma conta poupança social digital, aberta automaticamente em nome do aluno.

O calendário de pagamentos para 2025 é organizado com base no mês de nascimento do estudante. O Incentivo-Matrícula, de R$ 200, é pago em parcela única no início do ano letivo. Já o Incentivo-Frequência, de R$ 200 mensais, é depositado em nove parcelas ao longo do ano.

O Incentivo-Conclusão, de R$ 1.000 anuais, e o Incentivo-Enem, de R$ 200, são depositados em uma conta poupança e só podem ser sacados após a formatura. A seguir, o calendário do Incentivo-Frequência de 2025:

  • Janeiro e Fevereiro: Pagamentos iniciam nos dias 23/04, 26/05, 23/06, 21/07, 22/09, 20/10, 25/11 e 22/12.
  • Março e Abril: Pagamentos iniciam nos dias 24/04, 27/05, 24/06, 22/07, 23/09, 21/10, 26/11 e 23/12.
  • Maio e Junho: Pagamentos iniciam nos dias 25/04, 28/05, 25/06, 23/07, 24/09, 22/10, 27/11 e 24/12.
  • Julho e Agosto: Pagamentos iniciam nos dias 28/04, 29/05, 26/06, 24/07, 25/09, 23/10, 28/11 e 26/12.
  • Setembro e Outubro: Pagamentos iniciam nos dias 29/04, 30/05, 27/06, 25/07, 26/09, 24/10, 01/12 e 29/12.
  • Novembro e Dezembro: Pagamentos iniciam nos dias 30/04, 02/06, 30/06, 28/07, 29/09, 27/10, 02/12 e 30/12.
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A manutenção do benefício do Pé de Meia está condicionada ao cumprimento de regras, como a frequência escolar mínima de 80% e a aprovação no ano letivo – Crédito: Jeane de Oliveira / cadunicobrasil.com.br

Condicionalidades de frequência escolar: o que você precisa cumprir

A principal condicionalidade para o recebimento das parcelas mensais do Pé de Meia é a frequência escolar. O estudante deve ter uma presença de, no mínimo, 80% do total de horas letivas a cada mês para ter direito ao Incentivo-Frequência de R$ 200.

O controle da frequência é de responsabilidade da instituição de ensino, que repassa as informações para o MEC por meio de sistemas integrados. A apuração é feita mensalmente, e o pagamento é sempre referente à frequência do mês anterior.

Caso o estudante não atinja a frequência mínima de 80% em um determinado mês, ele simplesmente não receberá a parcela correspondente àquele período. A perda de uma parcela não exclui o aluno do programa, e ele poderá voltar a receber nos meses seguintes, se voltar a cumprir o requisito de presença.

Participação em exames: a importância de realizar o Enem para o Pé de Meia

Além da frequência, a participação em avaliações educacionais também faz parte das condicionalidades do programa. Para os estudantes que estão cursando o 3º ano do ensino médio, a participação no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) é um requisito para o recebimento de um dos incentivos.

O programa prevê o pagamento de uma parcela única de R$ 200, o Incentivo-Enem, para os alunos concluintes que participarem dos dois dias de aplicação do exame. Essa medida busca estimular a participação no Enem, que é a principal porta de entrada para o ensino superior no país.

Assim como o Incentivo-Conclusão, o valor do Incentivo-Enem é depositado na conta poupança do estudante e só pode ser sacado após a obtenção do certificado de conclusão do ensino médio. A não participação no exame implica a perda do direito a esse bônus específico.

O que pode impedir o recebimento do Pé de Meia: principais motivos de bloqueio

O principal motivo que pode levar à interrupção dos pagamentos do Pé de Meia é o descumprimento das condicionalidades. A baixa frequência escolar é a causa mais comum para o não recebimento das parcelas mensais, enquanto a reprovação no ano letivo impede o depósito do Incentivo-Conclusão.

Outro fator que pode gerar o bloqueio do benefício são as inconsistências cadastrais. Divergências between os dados informados na matrícula escolar e os dados registrados no Cadastro Único, como erros no nome completo ou no CPF do estudante ou de seu responsável, podem impedir o processamento do pagamento.

Adicionalmente, a perda dos critérios de elegibilidade também pode levar à exclusão do programa. Se, durante uma atualização do CadÚnico, for verificado que a renda familiar ultrapassou o limite do programa, ou se o estudante ultrapassar a idade máxima permitida, ele deixará de receber os incentivos.

Como o Pé de Meia é fiscalizado e o que acontece em caso de irregularidades

A fiscalização do programa é realizada de forma automatizada pelo Ministério da Educação. O sistema cruza as informações de matrícula e frequência enviadas pelas redes de ensino com a base de dados do Cadastro Único, que contém as informações socioeconômicas das famílias.

Quando uma irregularidade é detectada, como uma frequência abaixo do mínimo exigido, o sistema automaticamente impede a liberação da parcela correspondente. Não se trata de uma penalidade punitiva, mas da aplicação direta da regra de condicionalidade do programa.

Em casos de descumprimento mais graves e contínuos, como a reprovação por dois anos consecutivos ou o abandono escolar, o estudante pode ser desligado do programa. Essa medida, no entanto, é a última instância, pois o objetivo da iniciativa é sempre o de incentivar a permanência.

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Onde consultar seu status no Pé de Meia e resolver pendências

Para que os estudantes possam acompanhar sua situação no programa, o MEC disponibiliza o aplicativo “Jornada do Estudante”. Essa é a principal ferramenta para verificar a elegibilidade, consultar o calendário e o status de cada pagamento.

No aplicativo, o estudante pode verificar se uma parcela foi paga ou se foi rejeitada. Em caso de rejeição, o sistema geralmente informa o motivo da pendência, que na maioria das vezes está relacionado à frequência escolar ou a alguma inconsistência cadastral.

Para resolver as pendências, o caminho depende da origem do problema. Se a questão for relacionada à frequência, o estudante deve procurar a secretaria de sua escola. Se o problema for com os dados do Cadastro Único, o responsável familiar deve se dirigir ao CRAS mais próximo para realizar a atualização.

Wilson Spiler

Jornalista e design gráfico, pós-graduado em Marketing Digital. Atualmente sou editor de Home do Lance!, e redator nos sites Pronatec e CadÚnico. Já trabalhei nos mais diversos ramos da comunicação, com atuação em redações como Globo, GloboNews, Video Clipping, e SRZD, onde fui editor-chefe de Esportes e fotógrafo. Também exerci a função de analista de SEO em agências como Rankme e Search Lab, além de vários trabalhos freelancers para empresas como Dimona e Buscapé.

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