Auxílio Gás do governo federal: tire suas dúvidas sobre o benefício
O custo do gás de cozinha representa uma parcela significativa no orçamento das famílias brasileiras, especialmente para aquelas em situação de vulnerabilidade social. Diante desse cenário, o governo federal instituiu o Auxílio Gás como uma política pública de amparo, visando garantir a segurança alimentar e energética da população de baixa renda.
Este benefício, que funciona de forma complementar a outros programas sociais, tem se tornado um suporte fundamental para milhões de lares. Sua operacionalização, contudo, gera uma série de dúvidas sobre quem tem direito, como funciona o pagamento e quais são os procedimentos necessários para ser incluído no programa.
A correta compreensão das regras é o que permite que as famílias elegíveis possam, de fato, acessar o auxílio. A falta de informação sobre os critérios de seleção, o calendário de pagamentos ou a necessidade de manter o Cadastro Único (CadÚnico) atualizado pode resultar na não inclusão ou até mesmo na perda do benefício.
Nesse contexto, o conhecimento sobre o programa transcende a simples curiosidade e se torna uma ferramenta de cidadania. Entender os mecanismos do Auxílio Gás é essencial para que os potenciais beneficiários possam verificar sua elegibilidade e garantir o acesso a um direito que alivia a pressão sobre o orçamento doméstico.

Índice – Auxílio Gás
O que é o Auxílio Gás e qual o objetivo do programa
O Auxílio Gás dos Brasileiros é um programa de transferência de renda criado pelo governo federal com o objetivo específico de subsidiar a compra do gás de cozinha (GLP) por famílias em situação de vulnerabilidade. A iniciativa busca mitigar o efeito do preço do botijão no orçamento doméstico, garantindo que as famílias tenham condições de cozinhar seus alimentos.
O programa foi estabelecido em lei e sua principal finalidade é assegurar a segurança alimentar e nutricional da população de baixa renda. Ao facilitar o acesso ao gás de cozinha, o governo pretende evitar que as famílias recorram a métodos alternativos e perigosos para cozinhar, como o uso de lenha ou álcool, que apresentam riscos à saúde e à segurança.
Dessa forma, o Auxílio Gás atua como uma política de proteção social, com pagamentos bimestrais que correspondem a uma porcentagem do valor médio nacional do botijão de 13 kg. O benefício é um complemento importante para a renda familiar, ajudando a garantir que os recursos que seriam gastos com o gás possam ser direcionados para outras necessidades básicas.
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Quem tem direito a receber o Auxílio Gás do governo
O direito ao recebimento do Auxílio Gás é restrito a famílias que se enquadram em critérios específicos de renda e vulnerabilidade social, definidos pelo governo federal. O primeiro e mais importante requisito é que a família esteja inscrita e com os dados atualizados no Cadastro Único para Programas Sociais (CadÚnico).
Além da inscrição no CadÚnico, a família deve possuir uma renda familiar mensal por pessoa igual ou inferior a meio salário mínimo. Famílias que tenham em sua composição algum membro que receba o Benefício de Prestação Continuada (BPC) também são elegíveis para o programa, independentemente do cálculo da renda.
O programa estabelece uma ordem de prioridade para a concessão do benefício, já que o número de vagas pode ser limitado pelo orçamento. Têm prioridade as famílias com cadastro atualizado nos últimos 24 meses, as com menor renda, as com maior número de integrantes e as que são beneficiárias do Programa Bolsa Família. Famílias chefiadas por mulheres vítimas de violência doméstica também têm preferência.
Como funciona o pagamento do Auxílio Gás em 2025
O pagamento do Auxílio Gás em 2025 segue a mesma sistemática de anos anteriores, com repasses realizados a cada dois meses. O valor do benefício corresponde a 100% da média nacional do preço do botijão de gás de 13 kg, que é apurada periodicamente pela Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP).
Os depósitos são realizados diretamente na conta Poupança Social Digital do beneficiário, a mesma utilizada para o pagamento do Bolsa Família. A movimentação do valor pode ser feita por meio do aplicativo Caixa Tem, que permite a realização de pagamentos, transferências via Pix e o saque do dinheiro sem a necessidade de um cartão físico.
É importante ressaltar que o recebimento do Auxílio Gás pode ser acumulado com outros benefícios sociais, como o Bolsa Família e o BPC. A concessão de um não exclui o outro, desde que a família atenda aos critérios de elegibilidade de cada um dos programas de forma independente.
Calendário de repasses: quando o benefício é depositado
O calendário de pagamentos do Auxílio Gás é organizado de forma bimestral e segue as mesmas datas do cronograma do Bolsa Família. A ordem dos depósitos é definida com base no último dígito do Número de Identificação Social (NIS) do Responsável Familiar. Para 2025, os meses de pagamento e as datas correspondentes são:
- Fevereiro: Pagamento já realizado.
- Abril: Pagamento já realizado.
- Junho: 16 a 30 de junho.
- Agosto: 18 a 29 de agosto.
- Outubro: 20 a 31 de outubro.
- Dezembro: 10 a 23 de dezembro.
O beneficiário deve ficar atento ao calendário oficial, divulgado pela Caixa Econômica Federal (caixa.gov.br), para saber o dia exato em que o valor estará disponível em sua conta. A consulta pode ser feita nos aplicativos Caixa Tem e Bolsa Família, ou nos canais de atendimento do governo.

Como se cadastrar para receber o Auxílio Gás
Não existe um processo de inscrição direto e específico para o Auxílio Gás. A seleção das famílias beneficiárias é feita de forma automática pelo governo federal, com base nos dados do Cadastro Único. Portanto, o passo fundamental para ter a chance de receber o benefício é garantir que a família esteja devidamente inscrita e com o cadastro atualizado.
A inscrição no CadÚnico deve ser realizada presencialmente em uma unidade do Centro de Referência de Assistência Social (CRAS) ou em um posto de atendimento do Cadastro Único no município onde a família reside. É necessário que um membro da família, maior de 16 anos, se apresente como o Responsável Familiar.
É importante destacar que a simples inscrição no CadÚnico não garante a entrada imediata no programa. O governo seleciona as famílias que atendem aos critérios de renda e prioridade, de acordo com o orçamento disponível. Manter os dados sempre corretos e atualizados aumenta as chances de ser contemplado.
Como consultar o benefício pelo app Caixa Tem
O aplicativo Caixa Tem é a principal ferramenta para a consulta e a movimentação do Auxílio Gás. Após o login no aplicativo, utilizando o CPF e a senha cadastrada, o beneficiário pode verificar se a parcela do benefício foi depositada, consultar o saldo e o extrato detalhado das transações realizadas.
Na tela inicial do aplicativo, geralmente há uma opção para consultar os benefícios sociais. Ao selecionar essa opção, o usuário consegue visualizar as informações sobre o Auxílio Gás, incluindo a data do último pagamento e a previsão para o próximo repasse, caso a família continue elegível para o programa.
Além do Caixa Tem, a consulta pode ser feita pelo aplicativo do Bolsa Família, que também mostra informações sobre o Auxílio Gás para as famílias que recebem os dois benefícios. Outros canais de consulta incluem o telefone 111 da Caixa e o 121 do Ministério do Desenvolvimento Social.
Quais documentos são exigidos para solicitar o Auxílio Gás
Como não há uma solicitação direta para o Auxílio Gás, os documentos exigidos são aqueles necessários para a inscrição ou atualização no Cadastro Único. O Responsável Familiar deve comparecer ao CRAS ou ao posto de atendimento levando seus próprios documentos e os de todos os membros da família.
Para o Responsável Familiar, é obrigatória a apresentação do CPF ou do Título de Eleitor. Para os demais membros da família, é necessário apresentar pelo menos um dos seguintes documentos: certidão de nascimento, certidão de casamento, CPF, carteira de identidade (RG), carteira de trabalho ou Título de Eleitor.
Embora não seja obrigatório, é recomendável que o Responsável Familiar leve também um comprovante de residência, como uma conta de luz ou de água, para facilitar o preenchimento dos dados do endereço. Levar comprovantes de renda e de matrícula escolar das crianças e jovens também pode ajudar a agilizar o atendimento.
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O que pode levar ao bloqueio ou cancelamento do benefício
O recebimento do Auxílio Gás não é permanente e pode ser bloqueado ou cancelado caso a família deixe de atender aos critérios do programa. O principal motivo para o cancelamento é a melhoria da renda familiar, que pode ultrapassar o limite de meio salário mínimo por pessoa estabelecido como critério de elegibilidade.
A falta de atualização do Cadastro Único é outra causa comum para o bloqueio do benefício. Se a família não atualizar seus dados por mais de dois anos, ou se o governo identificar inconsistências nas informações por meio do cruzamento de dados, o pagamento pode ser suspenso preventivamente até que a situação seja regularizada.
O governo federal realiza periodicamente processos de revisão cadastral, conhecidos como “pente-fino”, para verificar se os beneficiários ainda se enquadram nas regras. Caso seja constatado que a família não atende mais aos requisitos ou que forneceu informações falsas, o benefício será cancelado de forma definitiva.