Bolsa Família

Quem tem direito ao Bolsa Família? Entenda os critérios e o Cadastro Único

O Bolsa Família é o maior programa de transferência de renda do Brasil e uma política de Estado fundamental no combate à pobreza e à desigualdade social. A iniciativa busca garantir um suporte financeiro mínimo para milhões de famílias em situação de vulnerabilidade em todo o território nacional.

O principal objetivo do programa é assegurar o acesso a direitos básicos, como alimentação, saúde e educação. Para isso, ele combina o repasse de um benefício financeiro mensal com uma série de compromissos que as famílias devem cumprir, as chamadas condicionalidades.

O acesso ao programa, no entanto, não é concedido por meio de uma solicitação direta. A inclusão de novas famílias depende do atendimento a critérios de elegibilidade bem definidos, sendo a renda familiar o principal deles.

Para ser considerada elegível, a família precisa, antes de tudo, estar inscrita no Cadastro Único (CadÚnico).

Quem tem direito ao Bolsa Família Entenda os critérios e o Cadastro Único
O Bolsa Família é um programa de transferência de renda que visa combater a pobreza, e o acesso ao benefício depende do cumprimento de critérios de renda e da inscrição no Cadastro Único – Crédito: Jeane de Oliveira / cadunicobrasil.com.br

O que é o Bolsa Família e qual a sua principal finalidade em 2025

O Bolsa Família é um programa do Governo Federal que integra e unifica diversas políticas de assistência social. Ele funciona por meio da transferência direta de renda para famílias que se encontram em situação de pobreza ou de extrema pobreza, com o objetivo de promover um alívio imediato e de criar condições para a superação da vulnerabilidade.

A principal finalidade do programa em 2025 é a de garantir a segurança alimentar e o acesso a serviços essenciais. Ao assegurar uma renda mínima, o Bolsa Família permite que as famílias possam arcar com suas despesas mais básicas, contribuindo para a melhoria de suas condições de vida.

Além do suporte financeiro, o programa possui um objetivo de longo prazo que é o de quebrar o ciclo intergeracional da pobreza. Isso é buscado por meio das condicionalidades nas áreas de saúde e de educação, que incentivam o acompanhamento pré-natal, a vacinação infantil e a permanência de crianças e adolescentes na escola.

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Os critérios de renda: a principal regra para ter direito ao benefício

A regra fundamental para determinar se uma família tem direito a entrar no Bolsa Família é a de sua renda familiar por pessoa, ou renda per capita. O programa estabelece um teto de renda para definir o que é considerado uma situação de pobreza.

Para o ano de 2025, a regra estabelece que a renda mensal por pessoa da família deve ser de, no máximo, R$ 218. Se a renda per capita familiar se enquadrar nesse limite, a família é considerada elegível para participar do programa.

O cálculo é simples: deve-se somar todos os rendimentos brutos recebidos por todos os membros da família que vivem na mesma casa e, em seguida, dividir esse valor total pelo número de pessoas que compõem a família. Por exemplo, em uma família de sete pessoas com uma renda total de um salário mínimo (R$ 1.518), a renda per capita seria de R$ 216,85, o que a tornaria elegível.

O papel do Cadastro Único (CadÚnico) na aprovação do Bolsa Família

O Cadastro Único é a porta de entrada obrigatória para o Bolsa Família. Não é possível se inscrever diretamente no programa; a única forma de ser considerado para o benefício é por meio da inscrição da família no CadÚnico.

O CadÚnico funciona como um grande mapa das famílias de baixa renda no Brasil, e é a partir dessa base de dados que o Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social realiza a seleção dos beneficiários. Todos os meses, o sistema do governo varre o cadastro para identificar as famílias que atendem aos critérios do Bolsa Família.

A inclusão no programa, portanto, é um processo automático. Uma vez que a família está corretamente cadastrada no CadÚnico e atende à regra de renda, ela entra em uma lista de espera. A entrada efetiva no programa dependerá da disponibilidade orçamentária do governo.

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A inscrição e a atualização do Cadastro Único são realizadas presencialmente em uma unidade do CRAS, sendo uma etapa obrigatória para o acesso ao Bolsa Família – Crédito: Jeane de Oliveira / cadunicobrasil.com.br

Entenda os benefícios adicionais que aumentam o valor do pagamento

O Bolsa Família garante um valor mínimo de R$ 600 por família, mas o montante final pode ser maior, de acordo com a composição de cada núcleo familiar. O programa possui uma “cesta de benefícios” que inclui pagamentos adicionais para proteger os membros mais vulneráveis.

O principal adicional é o Benefício Primeira Infância (BPI), que concede um valor de R$ 150 por mês para cada criança com idade entre zero e seis anos na família. Essa medida busca reforçar o suporte financeiro na fase mais crítica do desenvolvimento infantil.

Existe também o Benefício Variável Familiar (BVF), no valor de R$ 50, que é pago por cada criança ou adolescente com idade entre sete e 17 anos, por cada gestante e por cada bebê de até seis meses (nutriz) presente na família. Todos esses valores são cumulativos.

A Regra de Proteção: como ela te ajuda a manter o benefício mesmo com renda maior

A Regra de Proteção é um mecanismo do Bolsa Família criado para oferecer uma transição mais suave para as famílias que conseguem aumentar sua renda, especialmente por meio de um emprego formal.

A regra é acionada quando a renda por pessoa da família ultrapassa o limite de entrada de R$ 218, mas ainda se mantém abaixo de meio salário mínimo. Nesses casos, para não desestimular a busca por trabalho, a família não é imediatamente desligada do programa.

A família que se enquadra na Regra de Proteção passa a receber 50% do valor do benefício a que teria direito, incluindo todos os adicionais, por um período de até dois anos. Se, após esse período, a renda da família voltar a cair, ela tem prioridade para retornar ao programa com o valor integral.

Como saber se você foi selecionado para o Bolsa Família

Após a inscrição no Cadastro Único, a família deve aguardar a seleção automática, que, como mencionado, depende do orçamento do programa. A consulta para saber se foi aprovada pode ser feita por meio de diversos canais.

Os principais são os aplicativos oficiais: o aplicativo do Bolsa Família e o aplicativo Caixa Tem. Ao fazer o login com o CPF do Responsável Familiar, a plataforma informará se o benefício foi liberado, qual o valor e a data do pagamento.

A Caixa Econômica Federal (caixa.gov.br) também pode enviar uma carta para o endereço da família informando sobre a concessão do benefício e a emissão do cartão. Além disso, a consulta pode ser feita por telefone, na central 111 da Caixa ou 121 do Ministério.

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O que fazer se seu cadastro estiver desatualizado e como regularizar

A manutenção dos dados no Cadastro Único em dia é uma das principais obrigações das famílias beneficiárias e a principal causa de bloqueio de benefícios. O cadastro deve ser atualizado no mínimo a cada dois anos, ou sempre que houver uma mudança na situação da família.

Se o seu benefício foi bloqueado ou se você não foi selecionado para o programa, o primeiro passo é verificar a situação do seu CadÚnico. Se ele estiver desatualizado, a regularização é o único caminho para resolver a pendência.

A atualização deve ser feita de forma presencial. O Responsável Familiar precisa se dirigir ao CRAS ou ao posto de atendimento do CadÚnico em seu município, levando os documentos de identificação de todos os membros da família, para corrigir as informações e garantir a regularidade do cadastro.

Wilson Spiler

Jornalista e design gráfico, pós-graduado em Marketing Digital. Atualmente sou editor de Home do Lance!, e redator nos sites Pronatec e CadÚnico. Já trabalhei nos mais diversos ramos da comunicação, com atuação em redações como Globo, GloboNews, Video Clipping, e SRZD, onde fui editor-chefe de Esportes e fotógrafo. Também exerci a função de analista de SEO em agências como Rankme e Search Lab, além de vários trabalhos freelancers para empresas como Dimona e Buscapé.

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