Novas exigências de idade e pontuação entram em vigor no próximo ano.
A aposentadoria é um tema que tira o sono de muita gente, e não é para menos. Afinal, é o momento de colher os frutos de anos de trabalho, mas as regras vivem mudando.
A grande verdade é que a Reforma da Previdência, que aconteceu lá em 2019, não parou de evoluir. Ela criou um cronograma de transição que se ajusta a cada ano.
E 2026 será mais um marco nessa jornada. Quem está perto de se aposentar precisa ficar de olho, pois os requisitos de idade e pontuação vão subir mais um degrau.
Essas mudanças são automáticas, ou seja, estão previstas na lei e não dependem de uma nova votação. Elas buscam equilibrar o sistema, considerando o aumento da expectativa de vida do brasileiro.
Por isso, entender o que está por vir é essencial. Um bom planejamento hoje pode fazer toda a diferença no valor e na data em que você vai conseguir finalmente o seu merecido descanso.
Novas Regras de Transição em 2026
Para quem já contribuía para o INSS antes de novembro de 2019, existem as chamadas regras de transição. Elas foram criadas justamente para não pegar ninguém de surpresa.
A partir de 2026, duas delas, em particular, vão exigir um pouco mais dos segurados: a regra de pontuação e a regra da idade mínima progressiva.
Se você está na ativa, vale a pena conferir se encaixa em alguma dessas.
Aposentadoria pela Regra de Pontuação
Esta modalidade junta a sua idade e o seu tempo de contribuição para formar uma pontuação mínima. Ela é uma das mais usadas por quem está perto de se aposentar.
Para as mulheres, a exigência sobe para 93 pontos em 2026. Além disso, é preciso ter, no mínimo, 30 anos de contribuição.
Já para os homens, a pontuação necessária será de 103 pontos, mantendo o tempo mínimo de contribuição em 35 anos.
A cada ano, essa pontuação sobe um ponto. A ideia é que ela chegue ao limite de 100 para mulheres e 105 para homens, o que deve acontecer lá por 2033.
Como exemplo prático, uma mulher com 61 anos e 32 anos de contribuição alcança os 93 pontos e já pode dar entrada no pedido.
Aposentadoria pela Idade Mínima Progressiva
Essa regra também vai ficar mais rígida no próximo ano. Ela exige que você tenha, além do tempo mínimo de contribuição, uma idade mínima que aumenta a cada seis meses.
Em 2026, a idade mínima para as mulheres será de 59 anos e 6 meses, com os obrigatórios 30 anos de contribuição.
No caso dos homens, a idade mínima passará para 64 anos e 6 meses, mantendo os 35 anos de contribuição.
Então, um homem que já tem os 35 anos de contribuição, mas só completa 64 anos em 2026, terá que esperar mais seis meses para poder solicitar a aposentadoria.
A Regra Definitiva e o Pedágio
Além dessas regras de transição que estão subindo anualmente, é bom lembrar das outras que continuam valendo e das regras permanentes.
Para quem começou a contribuir depois da Reforma da Previdência (novembro de 2019), a regra definitiva é a que vale: 62 anos para mulheres e 65 para homens, com tempo de contribuição de 15 e 20 anos, respectivamente.
Existem também as regras de pedágio, que continuam as mesmas. O pedágio de 100%, por exemplo, exige 57 anos para mulheres e 60 anos para homens, além de contribuir o dobro do tempo que faltava em 2019.
O pedágio de 50% é para quem estava a menos de dois anos de se aposentar em 2019 e não exige idade mínima, mas o tempo de contribuição adicional é obrigatório.
Planejamento é a Chave
Com tantas variáveis, o melhor caminho é se planejar. O INSS oferece a ferramenta “Simular Aposentadoria” no aplicativo Meu INSS.
Essa simulação usa seus dados do CNIS (Cadastro Nacional de Informações Sociais) e mostra em quais regras você se encaixa.
Consultar o CNIS é fundamental, pois é nele que estão todos os seus vínculos de trabalho e contribuições. Se houver erro, a correção deve ser feita antes de pedir o benefício.
Manter a documentação em ordem e entender qual a regra mais vantajosa para o seu caso evita que o processo demore ou que o valor da sua aposentadoria seja menor do que o esperado.
