Faixas de renda do MCMV: descubra como seu salário define seu financiamento
As faixas de renda do MCMV são o principal critério que define as condições de financiamento para as famílias que buscam a casa própria por meio do programa Minha Casa, Minha Vida. A renda familiar bruta determina o enquadramento em um dos grupos e, consequentemente, o acesso a diferentes benefícios.
Essa estratificação é o que torna o programa uma política habitacional com forte viés social, pois permite que o Governo Federal ofereça condições mais vantajosas para quem mais precisa. A lógica é simples: quanto menor a renda da família, maiores são os subsídios e menores são as taxas de juros.
Com as atualizações recentes do programa, os limites de renda de cada faixa foram reajustados para ampliar o número de famílias atendidas. No entanto, muitos interessados ainda têm dúvidas sobre como o cálculo da renda é feito e o que cada faixa oferece.
Compreender em qual grupo a sua família se encaixa é, portanto, o primeiro e mais importante passo para planejar o financiamento.

Índice – Faixas de renda do MCMV
O que são as faixas de renda e por que elas são tão importantes para o financiamento
As faixas de renda do Minha Casa, Minha Vida são uma forma de segmentação do público do programa. Elas foram criadas para agrupar as famílias de acordo com sua capacidade de pagamento, garantindo que os benefícios sejam distribuídos de forma progressiva e justa.
A importância dessas faixas reside no fato de que elas determinam todas as condições do financiamento. O enquadramento em uma das faixas define se a família terá direito ao subsídio habitacional, qual será a taxa de juros aplicada ao contrato e qual o valor máximo do imóvel que poderá ser financiado.
Esse sistema de estratificação permite que o programa atenda a diferentes perfis de famílias, desde aquelas em situação de maior vulnerabilidade, que precisam de um grande apoio do governo, até aquelas com uma renda um pouco maior, que se beneficiam de taxas de juros mais competitivas do que as do mercado.
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Faixa 1: renda e os maiores subsídios do programa para o seu financiamento
A Faixa 1 do Minha Casa, Minha Vida é destinada às famílias de menor renda, sendo o grupo com a maior prioridade social dentro do programa. Para se enquadrar nesta categoria, a família deve possuir uma renda bruta mensal de até R$ 2.640.
Os beneficiários da Faixa 1 têm acesso às condições mais vantajosas do programa. O principal benefício é o subsídio habitacional, que pode chegar a até R$ 55.000, dependendo da localidade e do perfil da família. Esse valor, que é um auxílio do governo, reduz significativamente o montante a ser financiado.
Além do subsídio, as taxas de juros para a Faixa 1 são as mais baixas de todo o sistema habitacional, variando de acordo com a região. Em muitos casos, para famílias que também são beneficiárias do Bolsa Família ou do BPC, o financiamento pode ter isenção total das parcelas, tornando a aquisição do imóvel praticamente gratuita.
Faixa 2: entenda o subsídio e as taxas de juros reduzidas
A Faixa 2 do programa atende a famílias com uma capacidade de pagamento intermediária. Para se enquadrar neste grupo, a renda bruta familiar mensal deve estar entre R$ 2.640,01 e R$ 4.400.
As famílias da Faixa 2 também têm direito ao subsídio habitacional, embora em um valor um pouco menor do que o da Faixa 1. O auxílio do governo para este grupo também pode chegar a até R$ 55.000, o que representa uma ajuda significativa para a compra do imóvel.
As taxas de juros para a Faixa 2 continuam a ser bastante reduzidas em comparação com as do mercado imobiliário tradicional. O percentual varia de acordo com a renda e a região, mas se mantém em um patamar que facilita o pagamento das prestações mensais do financiamento.
Faixa 3: as condições para quem tem renda maior e os juros especiais
A Faixa 3 é a última categoria do programa e se destina a famílias com uma renda mais consolidada. Para participar deste grupo, a renda bruta familiar mensal deve estar entre R$ 4.400,01 e R$ 8.000.
A principal característica da Faixa 3 é que os participantes não têm direito ao subsídio habitacional. O grande benefício para este grupo é o acesso a um financiamento com taxas de juros especiais, que são consideravelmente mais baixas do que as praticadas nos financiamentos imobiliários convencionais fora do programa.
As condições de financiamento para a Faixa 3, com juros mais atrativos, permitem que a família adquira um imóvel de maior valor, com um custo efetivo total mais baixo ao final do contrato. O uso do saldo do FGTS como entrada também é permitido para este grupo.

Como calcular a renda familiar para saber em qual faixa você se encaixa
O cálculo da renda familiar é um passo fundamental para determinar o enquadramento no Minha Casa, Minha Vida. O valor considerado é a soma da renda bruta mensal de todos os membros da família que irão residir no imóvel e compor o financiamento.
Para os trabalhadores com carteira assinada, a renda bruta é o salário registrado, antes de qualquer desconto, como o de INSS ou de Imposto de Renda. Para os autônomos, a renda é comprovada por meio de extratos bancários e da declaração do Imposto de Renda.
Um ponto muito importante é que benefícios de caráter assistencial, temporário ou indenizatório não entram no cálculo da renda familiar. Isso significa que valores recebidos do Bolsa Família, do Benefício de Prestação Continuada (BPC), do seguro-desemprego ou de auxílio-doença não são somados à renda.
Faixas de renda rural: como o salário do campo se enquadra no programa
O Minha Casa, Minha Vida também possui uma modalidade específica para atender às famílias que vivem e trabalham no campo. Para a área rural, o critério de enquadramento não é a renda mensal, mas sim a renda bruta familiar anual.
As faixas de renda para a modalidade rural são divididas da seguinte forma:
- Faixa Rural 1: Renda anual de até R$ 31.680.
- Faixa Rural 2: Renda anual de R$ 31.680,01 até R$ 78.000.
- Faixa Rural 3: Renda anual de R$ 78.000,01 até R$ 96.000.
O programa MCMV Rural oferece condições específicas para a construção ou a reforma de moradias no campo, com linhas de financiamento e subsídios adaptados à realidade e à capacidade de pagamento dos agricultores familiares, dos assentados da reforma agrária e de outras comunidades rurais.
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O que a sua faixa de renda determina no valor do imóvel e do financiamento
O enquadramento em uma das faixas de renda do MCMV é o fator que mais influencia nas condições do financiamento. A faixa de renda define, de forma direta, três elementos centrais da operação de crédito.
O primeiro é o valor do subsídio, que é o principal benefício do programa. O montante do subsídio é inversamente proporcional à renda: ele é maior para a Faixa 1, diminui para a Faixa 2 e é inexistente para a Faixa 3.
A faixa de renda também determina a taxa de juros que será aplicada ao financiamento, seguindo a mesma lógica progressiva. Por fim, ela também está atrelada ao valor máximo do imóvel que pode ser financiado pelo programa. O governo estabelece tetos de valor diferentes para cada faixa e para cada região do país.