Como dar entrada no auxílio-doença pela internet: evite erros e garanta o benefício
O auxílio por incapacidade temporária, popularmente conhecido como auxílio-doença, é um benefício previdenciário essencial para amparar os trabalhadores que precisam se afastar de suas atividades por motivo de saúde. A solicitação desse direito, que antes exigia o comparecimento a uma agência, foi modernizada pelo INSS.
Atualmente, o processo para dar entrada no benefício é realizado de forma majoritariamente digital, por meio da plataforma Meu INSS (meu.inss.gov.br). Essa modalidade online trouxe mais comodidade e agilidade, permitindo que o segurado faça o pedido e envie a documentação necessária sem sair de casa, por meio do sistema Atestmed.
No entanto, a facilidade do processo online transferiu para o cidadão uma maior responsabilidade sobre a qualidade e a correção das informações apresentadas. Erros na documentação, laudos médicos incompletos ou dados cadastrais desatualizados são hoje os principais motivos para o atraso e a negativa dos pedidos.
Para garantir que a solicitação seja analisada de forma eficiente, é fundamental que o segurado compreenda as novas regras da análise documental. A preparação correta dos documentos e o acompanhamento do processo são os pontos que definem o sucesso na obtenção do benefício.

Índice – Como dar entrada no auxílio-doença pela internet
Por que a solicitação online facilita, mas exige atenção aos detalhes
A implementação da solicitação online de benefícios pelo INSS representou um grande avanço na desburocratização dos serviços. A possibilidade de requerer o auxílio-doença pela internet oferece uma conveniência inegável, eliminando a necessidade de deslocamentos e de longas esperas em agências.
O principal componente dessa modernização é o sistema de Análise Documental, o Atestmed. Essa ferramenta permite que a concessão do benefício seja feita com base na análise dos atestados e laudos médicos enviados pelo segurado, sem a necessidade de uma perícia médica presencial em muitos casos.
No entanto, essa facilidade exige do segurado uma atenção redobrada aos detalhes. No modelo digital, a qualidade dos documentos enviados é o fator determinante para a aprovação. Um laudo incompleto ou um arquivo ilegível são suficientes para que o pedido seja negado ou caia em exigência, atrasando o recebimento de um recurso fundamental.
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Documentação completa: o erro mais comum que pode negar seu auxílio
A principal causa de indeferimento de pedidos de auxílio-doença é a apresentação de documentação insuficiente ou incorreta. Para que o INSS possa analisar o direito ao benefício, é indispensável que o segurado apresente todos os documentos pessoais, de vínculo trabalhista e, principalmente, médicos.
Entre os documentos de identificação, são necessários o RG e o CPF. Para comprovar o vínculo com a Previdência e a qualidade de segurado, a carteira de trabalho, os carnês de contribuição (para autônomos) ou outros documentos que demonstrem os recolhimentos são essenciais.
A falta de qualquer um desses itens pode levar o INSS a emitir uma “exigência”, que é uma solicitação de complementação de documentos. Se o segurado não responder a essa exigência dentro do prazo, o processo pode ser arquivado sem uma análise do mérito, forçando o início de um novo pedido.
Laudo médico detalhado: como ele pode garantir a aprovação do seu pedido
Na análise a distância, o laudo médico é a peça central do processo, pois é o documento que o perito do INSS irá utilizar para comprovar a incapacidade para o trabalho. Um laudo bem elaborado, claro e completo aumenta significativamente as chances de aprovação do benefício.
O documento médico, para ser válido no Atestmed, precisa obrigatoriamente conter o nome completo do paciente, a data de emissão, o diagnóstico com o respectivo código da Classificação Internacional de Doenças (CID) e o período de afastamento recomendado pelo médico.
Além dos itens obrigatórios, um laudo de qualidade deve conter a assinatura, o carimbo e o número do CRM do médico de forma legível. É altamente recomendável que o relatório também descreva as limitações funcionais impostas pela doença, ou seja, de que forma a condição de saúde impede o segurado de exercer sua atividade profissional específica.

O que é a Perícia Online: como funciona e o que você precisa fazer
A chamada “perícia online” é, na verdade, a análise documental realizada por meio do sistema Atestmed. É importante esclarecer que não se trata de uma videochamada com um médico perito, mas sim da avaliação remota dos documentos que o segurado anexa ao seu pedido no portal Meu INSS.
O funcionamento é simples: ao dar entrada no requerimento de auxílio por incapacidade temporária, o segurado deve digitalizar e enviar todos os seus documentos médicos, como laudos, atestados e exames. Esses arquivos são, então, direcionados a um médico perito do INSS para análise.
Se o perito, com base nos documentos apresentados, conseguir formar uma convicção clara sobre a existência da incapacidade e o tempo de afastamento necessário, ele poderá conceder o benefício sem a necessidade de um exame presencial. Caso a documentação seja insuficiente ou gere dúvidas, o INSS convocará o segurado para uma perícia médica em uma agência.
A importância de manter o Cadastro Único (CadÚnico) atualizado
Embora o auxílio-doença seja um benefício previdenciário e não assistencial, a manutenção de dados cadastrais atualizados em todas as bases do governo é uma prática que pode evitar problemas. O Cadastro Único (CadÚnico) é uma dessas bases, e inconsistências podem gerar alertas nos sistemas.
Para a maioria dos segurados, o CadÚnico não é um requisito direto para o auxílio-doença. No entanto, para categorias específicas, como o segurado especial (trabalhador rural em regime de economia familiar), o CadÚnico é uma ferramenta importante de comprovação da atividade e da condição de segurado.
Manter dados como endereço e composição familiar atualizados no CadÚnico e alinhados com o cadastro do INSS ajuda a garantir a consistência das informações e a evitar pendências que possam atrasar a análise de qualquer benefício, seja ele previdenciário ou assistencial.
Onde e como acompanhar o status do seu pedido de auxílio-doença
Após a realização do pedido, é fundamental que o segurado acompanhe ativamente o andamento do processo. O único canal oficial para essa consulta é a plataforma Meu INSS, que pode ser acessada pelo site ou pelo aplicativo de celular.
Para verificar o status, o usuário deve fazer o login com sua conta Gov.br e selecionar a opção “Consultar Pedidos”. O sistema exibirá uma lista com todos os requerimentos feitos, e o segurado poderá clicar sobre o pedido de auxílio-doença para ver os detalhes.
Os status mais comuns são “Em Análise”, que indica que o pedido está na fila para ser avaliado, e “Em Exigência”, que sinaliza a necessidade de o segurado enviar documentos ou informações complementares. É indispensável verificar o andamento com frequência para não perder o prazo de cumprimento de uma exigência.
Dicas para evitar erros e agilizar a análise do seu benefício
A melhor forma de buscar uma análise mais rápida é por meio da preparação cuidadosa do requerimento. Antes de dar entrada no pedido, o segurado deve acessar o seu Cadastro Nacional de Informações Sociais (CNIS) no Meu INSS para verificar se todos os seus vínculos de trabalho e contribuições estão registrados corretamente.
A qualidade da digitalização dos documentos é outro ponto essencial. As imagens dos laudos e atestados devem estar perfeitamente legíveis, sem cortes, sombras ou borrões. Um documento de má qualidade será certamente indeferido ou colocado em exigência pelo perito.
Por fim, seja objetivo e completo no preenchimento das informações no portal. Revise todos os dados antes de finalizar o pedido e, se possível, anexe todos os documentos médicos relevantes que você possuir, e não apenas o atestado principal. Um processo bem instruído desde o início tem mais chances de ser analisado com agilidade.
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O que fazer se seu auxílio-doença for negado: como recorrer
Se, após a análise, o INSS negar o pedido de auxílio-doença, o segurado tem o direito de contestar a decisão. Existem dois caminhos para isso: o recurso administrativo e a ação judicial.
O recurso administrativo é a primeira instância de contestação e deve ser protocolado no próprio INSS, por meio do portal Meu INSS, em até 30 dias após a ciência da decisão. No recurso, o segurado deve apresentar seus argumentos e, se possível, novos documentos médicos que reforcem seu pedido.
Caso o recurso administrativo também seja negado, ou como uma alternativa direta à via administrativa, o segurado pode ingressar com uma ação judicial na Justiça Federal. Nesse caso, um juiz irá reavaliar o caso, e uma nova perícia será realizada por um perito médico de confiança do juízo, que geralmente é um especialista na área da doença do segurado.