Consignado CLT: entenda como migrar empréstimos antigos e garantir juros mais baixos
Nova modalidade já movimentou bilhões em crédito e promete reduzir custos para milhões de trabalhadores com carteira assinada
Desde junho, trabalhadores que tinham contratos de crédito consignado vinculados a convênios empresariais ganharam uma alternativa mais vantajosa: o Consignado CLT, também chamado de Crédito do Trabalhador.
Em pouco tempo, milhares de pessoas já migraram suas dívidas para a nova modalidade. Segundo dados oficiais, só nos três primeiros meses foram R$ 15,7 bilhões em contratos transferidos. A expectativa é que esse número chegue a R$ 40 bilhões até outubro, já que o modelo antigo será encerrado em novembro.
A mudança representa um alívio para muitos brasileiros. Afinal, o sistema de convênios obrigava o trabalhador a contratar o empréstimo apenas no banco escolhido pela empresa, limitando opções e dificultando a busca por taxas melhores.
Com o Consignado CLT, o cenário é diferente. Agora, o trabalhador pode escolher a instituição financeira que oferece as melhores condições, abrindo espaço para juros menores e maior economia no fim do contrato.
Como migrar para o Consignado CLT
Para fazer a migração, basta procurar o banco desejado e solicitar a portabilidade da dívida. O processo pode ser feito em agências, aplicativos de bancos ou pelo aplicativo da Carteira de Trabalho Digital.
Se o novo banco oferecer uma taxa melhor, a instituição onde está o contrato atual pode apresentar uma contraproposta. Caso não cubra a oferta, terá de liberar a portabilidade. O prazo para a transferência gira em torno de 7 a 10 dias úteis, e o cliente deve acompanhar de perto para garantir que tudo ocorra conforme combinado.
É importante lembrar: na portabilidade não pode haver cobrança de tarifas adicionais, mas vale observar se o banco exige serviços extras, como abertura de conta, que podem gerar custos.
O que avaliar antes da troca
Antes de migrar, o trabalhador precisa analisar alguns pontos para evitar surpresas:
- Mapeie sua dívida atual: saiba exatamente o saldo devedor, a taxa de juros, o valor da prestação e o prazo restante.
- Compare o Custo Efetivo Total (CET): não olhe apenas os juros, pois o CET reúne todos os encargos.
- Veja o impacto no orçamento: parcelas menores podem parecer atraentes, mas prazos longos aumentam o valor total pago.
- Pesquise a reputação do novo banco: atendimento ruim pode transformar a economia em dor de cabeça.
- Acompanhe o processo: se o banco original não responder no prazo, a portabilidade acontece automaticamente.
Esses cuidados ajudam a garantir que a mudança realmente traga economia e segurança financeira.
Como funciona o novo modelo
O Consignado CLT já movimentou R$ 50 bilhões em crédito em seis meses, alcançando mais de 5,4 milhões de trabalhadores. Atualmente, 122 instituições financeiras estão habilitadas, sendo que 64 já realizam operações.
O processo é simples. Pelo aplicativo da Carteira de Trabalho Digital, o trabalhador autoriza o compartilhamento de informações como CPF, tempo de empresa e margem disponível para consignação. Em até 24 horas, recebe propostas de diferentes bancos e pode escolher a que melhor se encaixa no orçamento.
As parcelas são descontadas diretamente na folha de pagamento pelo eSocial, com limite de até 35% da renda mensal. Além disso, é possível usar 10% do saldo do FGTS e até 100% da multa rescisória como garantia em caso de demissão.
Outro ponto positivo é que a modalidade não se restringe a trabalhadores de empresas privadas. Empregados domésticos, rurais e até funcionários de MEIs também podem solicitar o crédito.
Vantagens práticas para o trabalhador
A principal diferença está na liberdade de escolha. Agora, o trabalhador pode analisar propostas de vários bancos e optar pela mais vantajosa.
Isso significa que, além de reduzir juros, ele ganha maior controle sobre seu planejamento financeiro. É uma oportunidade para reorganizar o orçamento, aliviar a pressão das parcelas e evitar que dívidas se tornem uma bola de neve.