PPI 2025: o que é e como funciona
A desigualdade de acesso ao ensino superior no Brasil é uma realidade histórica, principalmente para aqueles pertencentes a grupos étnico-raciais marginalizados, como pretos, pardos e indígenas.
Com o objetivo de garantir um ingresso mais justo nas universidades, o governo federal criou políticas públicas como o PPI, um sistema de cotas que visa reduzir essas disparidades. Este programa se aplica a vários programas de acesso à educação superior, como o Sisu, Prouni e FIES.
O conceito de PPI, que se refere a Pretos, Pardos e Indígenas, está presente em muitos processos seletivos. Ele busca garantir oportunidades de acesso ao ensino superior, promovendo a equidade racial na educação brasileira.
Para garantir a participação dos candidatos, os processos seletivos utilizam a autodeclaração racial, mas em alguns casos também aplicam um procedimento de verificação, conhecido como heteroidentificação.

Índice – PPI 2025
O que é PPI?
PPI é uma sigla que representa as categorias de estudantes Pretos, Pardos e Indígenas, conforme definido pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Essa classificação é essencial para as políticas públicas de ações afirmativas, especialmente em relação à educação, com o intuito de combater as desigualdades educacionais e sociais.
A reserva de vagas para PPI no ensino superior brasileiro foi criada com a Lei nº 12.711/2012, conhecida como Lei de Cotas. O objetivo dessa lei é promover a inclusão social de estudantes provenientes de escolas públicas e pertencentes a grupos racialmente marginalizados, garantindo o acesso à educação superior.
No caso dos programas de ingresso ao ensino superior, como o Sisu, Prouni e FIES, as cotas para PPI são estabelecidas de acordo com a proporção de cada grupo racial na população do estado ou região onde a universidade ou instituição está localizada.
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Como funciona a política de cotas para PPI?
A política de cotas para PPI tem como princípio a reserva de vagas para estudantes autodeclarados pretos, pardos ou indígenas, com o intuito de promover a inclusão racial no acesso à educação. Para os programas federais como o Sisu, Prouni e FIES, as cotas são divididas em categorias específicas, que levam em consideração a escola de origem do candidato, sua renda familiar e sua autodeclaração racial.
Além disso, a Lei de Cotas estabelece que as universidades públicas reservem 50% de suas vagas para estudantes oriundos de escolas públicas, sendo que, dentro dessa reserva, uma parte das vagas será destinada a candidatos PPI, proporcionalmente à população do estado ou município.
O processo de seleção exige que os candidatos se autodeclarem como pretos, pardos ou indígenas no momento da inscrição. Em alguns casos, a autodeclaração é complementada por um processo de heteroidentificação, que consiste em uma análise feita por uma comissão para verificar a veracidade da declaração do candidato.
Cotas para PPI no Sisu
O Sistema de Seleção Unificada (Sisu) é o principal programa de acesso às universidades públicas do Brasil. Dentro do Sisu, as cotas para PPI são regulamentadas pela Lei de Cotas e são divididas da seguinte maneira:
- Cotas raciais: Dentro das vagas reservadas para estudantes de escolas públicas, há uma porcentagem destinada aos candidatos autodeclarados pretos, pardos ou indígenas, conforme a proporção desses grupos na população do estado.
- Baixa renda: Estudantes com renda familiar de até 1,5 salário mínimo per capita podem disputar vagas reservadas para a cota de baixa renda.
- Ampla concorrência: Candidatos que não se enquadram nas cotas podem disputar as vagas destinadas à ampla concorrência.
No Sisu, a veracidade da autodeclaração racial pode ser verificada por uma banca de heteroidentificação, caso haja suspeita de fraude.

Cotas para PPI no Prouni
O Programa Universidade para Todos (Prouni) oferece bolsas de estudo em instituições privadas de ensino superior para estudantes com baixa renda. As cotas para PPI no Prouni funcionam da seguinte forma:
- Bolsas integrais (100%): Para candidatos com renda familiar de até 1,5 salário mínimo per capita.
- Bolsas parciais (50%): Para candidatos com renda familiar de até 3 salários mínimos per capita.
As cotas raciais no Prouni são destinadas a estudantes que se autodeclaram pretos, pardos ou indígenas e que atenderem aos requisitos de renda do programa. Como no Sisu, o Prouni também pode realizar bancas de heteroidentificação para confirmar a veracidade da autodeclaração racial.
Cotas para PPI no FIES
O Fundo de Financiamento Estudantil (FIES) oferece financiamento a estudantes de cursos superiores em instituições privadas. As cotas para PPI no FIES funcionam de maneira similar às do Prouni, mas o programa exige que o candidato atenda a critérios de renda familiar:
- Renda máxima: Para poder se inscrever no FIES, a renda familiar per capita deve ser de até três salários mínimos.
Diferente do Prouni e Sisu, no FIES não é realizada a heteroidentificação, e a autodeclaração do candidato é suficiente para o ingresso nas vagas PPI.
Tabela Comparativa das Cotas no Sisu, Prouni e FIES
Programa | Cotas para PPI | Critérios de Renda | Exigências Específicas |
---|---|---|---|
Sisu | 50% das vagas de escola pública para candidatos PPI | Renda de até 1,5 salário mínimo per capita | Autodeclaração racial + heteroidentificação |
Prouni | Vagas para PPI disponíveis para bolsas integrais e parciais | Renda de até 1,5 salário mínimo per capita (integral) ou até 3 salários mínimos per capita (parcial) | Autodeclaração racial |
FIES | Financiamento para candidatos PPI | Renda de até 3 salários mínimos per capita | Autodeclaração racial |
Como se inscrever para as cotas PPI
Para participar das cotas PPI em qualquer um desses programas, o candidato deve se inscrever nos sites respectivos, como Sisu (sisu.mec.gov.br), Prouni (acessounico.mec.gov.br/prouni) ou FIES (sisfiesportal.mec.gov.br), e se autodeclarar como preto, pardo ou indígena. No caso do Sisu e do Prouni, a candidatura nas cotas pode ser complementada por um processo de heteroidentificação, que será realizado pelas comissões responsáveis.
Além disso, é importante garantir que todos os requisitos exigidos por cada programa sejam atendidos, como a comprovação de escolaridade e renda familiar.