Visita do CRAS em casa: o que é avaliado e quando ela pode bloquear benefícios
A visita domiciliar feita pelo CRAS (Centro de Referência de Assistência Social) representa uma etapa fundamental para garantir a regularidade dos programas sociais, como o Bolsa Família. O procedimento visa confirmar se as informações do Cadastro Único estão corretas e se as famílias atendem aos critérios estabelecidos.
Durante a visita, assistentes sociais avaliam uma série de aspectos relacionados à situação econômica, familiar e estrutural da residência. O objetivo é promover justiça social e garantir que os recursos sejam destinados a quem realmente precisa.
Embora a visita não seja, por si só, motivo para cancelamento do benefício, comportamentos suspeitos, omissões ou informações falsas podem acarretar bloqueios imediatos até que o caso seja regularizado.
Muitos beneficiários têm dúvidas sobre esse processo, especialmente em um contexto de revisão nos programas sociais.

Índice – Visita do CRAS
Por que o CRAS realiza visitas domiciliares aos beneficiários
As visitas domiciliares têm como principal finalidade verificar a situação real das famílias inscritas em programas sociais. O CRAS utiliza esse instrumento para confirmar se as informações declaradas no Cadastro Único condizem com a realidade observada.
Esse processo também permite identificar situações de vulnerabilidade social que podem não ter sido relatadas na entrevista inicial. Assim, o CRAS consegue oferecer encaminhamentos adequados e orientar a família sobre seus direitos.
Além disso, as visitas funcionam como um mecanismo de prevenção a fraudes e ao uso indevido dos recursos públicos, contribuindo para a transparência dos programas sociais.
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Quando a visita do CRAS é obrigatória para manter o benefício
A visita domiciliar é obrigatória quando o sistema identifica inconsistências no Cadastro Único ou quando há indícios de que as informações estão desatualizadas. Famílias que não atualizam os dados há mais de dois anos estão entre os principais alvos das visitas.
Casos de aumento repentino na renda declarada, alteração na composição familiar ou mudança de endereço também costumam acionar a necessidade de verificação presencial.
A obrigatoriedade também se aplica a famílias que foram sorteadas para revisão cadastral dentro das ações de controle e monitoramento feitas pelo Ministério do Desenvolvimento Social.
O que os assistentes sociais observam durante a visita domiciliar
Durante a visita, os assistentes sociais analisam diversos aspectos. Entre eles estão a estrutura da residência, o número de moradores, condições de higiene e se os membros da família estão presentes no local.
São verificados documentos de identificação, comprovantes de renda e outros registros que possam comprovar as informações declaradas no Cadastro Único.
Contradições entre os dados apresentados e a realidade observada podem ser relatadas e resultar na revisão do benefício.
Quais informações podem levar ao bloqueio do Bolsa Família e outros auxílios
Dados incorretos ou omitidos, como renda subestimada, número de dependentes incompatível ou informações falsas sobre moradia, estão entre os principais motivos para bloqueio.
A ausência injustificada no momento da visita também pode causar a suspensão temporária até que a família regularize a situação junto ao CRAS.
Outro fator relevante é o não cumprimento de condicionalidades, como a frequência escolar das crianças ou o acompanhamento de saúde das gestantes.

Como se preparar para a visita do CRAS sem correr riscos de corte
Para evitar complicações, é importante manter toda a documentação pessoal e da família organizada e acessível. Isso inclui RG, CPF, comprovante de residência, declaração escolar e carteiras de vacina atualizadas.
Garantir que todos os membros estejam presentes na visita também ajuda a reforçar a veracidade das informações declaradas. Em caso de ausência, o motivo deve ser devidamente justificado ao CRAS.
Além disso, o ambiente deve refletir a realidade descrita no cadastro, sem indícios de omissão de renda ou composição familiar.
Mentir ou omitir dados pode cancelar seu benefício? Veja o que diz a regra
Sim. A legislação vigente prevê o cancelamento do benefício em caso de fraude ou declarações falsas. A família pode, inclusive, ser obrigada a devolver os valores recebidos indevidamente.
O Decreto nº 11.016/2022 estabelece que a falsificação de dados no CadÚnico pode resultar em exclusão imediata do programa e penalidades civis ou administrativas.
Por isso, é essencial manter o cadastro atualizado e informar qualquer mudança na condição socioeconômica da família.
Comportamentos e situações que levantam suspeitas durante a visita
Falta de documentos, resistência em responder perguntas ou incoerências entre os dados declarados e a realidade observada podem levantar dúvidas durante a visita.
Ambientes muito distintos dos dados fornecidos ao CRAS, como moradias com alto padrão em registros de baixa renda, também são sinalizados.
Além disso, a ausência repetida da família no domícilio pode indicar tentativa de evasão do acompanhamento.
O que fazer se o benefício for bloqueado após a visita do CRAS
Caso o benefício seja suspenso após a visita, o beneficiário deve procurar o CRAS o quanto antes. A unidade prestará orientação para regularizar o cadastro e apresentar eventuais documentos pendentes.
Na maioria dos casos, o desbloqueio pode ocorrer após a correção das informações e o reenvio da documentação correta.
Caso a família não concorde com a decisão, é possível solicitar revisão através de recurso administrativo junto ao órgão gestor.
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Como manter o CadÚnico atualizado e evitar problemas com o CRAS
A atualização do Cadastro Único deve ser feita a cada dois anos ou sempre que houver mudanças relevantes na família, como nascimento, morte, separação ou variação de renda.
Para isso, o responsável familiar deve comparecer ao CRAS com os documentos pessoais de todos os integrantes da família e comprovantes atualizados.
Manter os dados consistentes com a realidade é essencial para garantir a continuidade dos benefícios e evitar bloqueios inesperados.