Quem pode receber até R$ 1.518 por mês
O Benefício de Prestação Continuada (BPC/LOAS) continua a ser uma das principais iniciativas de proteção social no Brasil em 2025. Ele oferece uma renda mensal de até R$ 1.518 para idosos e pessoas com deficiência que se encontram em situação de vulnerabilidade. Esse valor, que é equivalente a um salário mínimo, é reajustado anualmente, conforme o piso nacional.
Administrado pelo Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) e regulamentado pela Lei Orgânica da Assistência Social (LOAS), o BPC tem uma característica importante: para recebê-lo, não é necessário ter contribuído ao INSS. O que conta são os critérios de renda, idade e condição social.
Em 2025, o programa vai passar por ajustes de verificação e cruzamento de dados. O objetivo é ampliar o acesso para as famílias que realmente precisam e combater fraudes.
Quem tem direito ao BPC/LOAS em 2025
O BPC atende a dois grupos principais:
1. Idosos com 65 anos ou mais
Para solicitar o benefício, é necessário ter 65 anos completos, não possuir outra fonte de renda e viver em uma família cuja renda per capita seja inferior a R$ 706, que é metade do salário mínimo.
2. Pessoas com deficiência (PCD)
Qualquer pessoa, independentemente da idade, pode solicitar o BPC se tiver impedimentos de longo prazo — sejam físicos, mentais, intelectuais ou sensoriais — que dificultem sua plena participação na sociedade. Esse impedimento precisa ter uma duração mínima de dois anos, com laudos médicos que comprovem a situação.
Principais requisitos para receber o BPC
Para ter acesso ao BPC, o solicitante deve atender a alguns critérios específicos:
- Renda familiar per capita inferior a meio salário mínimo (R$ 706 em 2025);
- Inscrição atualizada no Cadastro Único (CadÚnico);
- Residência em território nacional;
- Não receber outro benefício da Seguridade Social, como aposentadoria, pensão ou seguro-desemprego.
A renda familiar é calculada somando todos os rendimentos dos membros da família e dividindo pelo número de pessoas que moram na mesma casa.
Como solicitar o benefício
A solicitação do BPC pode ser feita sem sair de casa, utilizando o aplicativo ou site Meu INSS. Veja como é simples:
- Acesse o site ou app Meu INSS;
- Faça login com sua conta Gov.br;
- Escolha a opção “Novo pedido”;
- Procure por “Benefício assistencial ao idoso” ou “à pessoa com deficiência”;
- Preencha as informações solicitadas e anexe documentos digitalizados.
Se preferir, também é possível agendar um atendimento presencial em uma agência do INSS ou consultar o CRAS (Centro de Referência de Assistência Social) da sua cidade para ajudar na inscrição e na atualização do CadÚnico.
Documentos necessários
Para solicitar o BPC/LOAS, é preciso apresentar alguns documentos:
- Documento de identificação com foto (RG ou CNH);
- CPF de todos os integrantes da família;
- Comprovante de residência atualizado;
- Comprovante de renda (se houver);
- Laudos médicos e exames (caso seja uma pessoa com deficiência).
O INSS também pode solicitar uma avaliação médica e social presencial para confirmar o direito ao benefício.
Avaliação médica e social do BPC
Para as pessoas com deficiência, o processo de concessão do BPC envolve duas etapas:
- Avaliação médica: Um perito do INSS verifica o tipo e o grau da deficiência;
- Avaliação social: Um assistente social analisa as condições de vida, moradia, renda e inserção social do requerente.
Essas etapas são cruciais para assegurar que o benefício chegue a quem realmente precisa.
Prazo de análise e início do pagamento
O prazo médio para análise do BPC é de até 45 dias, podendo variar conforme a demanda do INSS e o agendamento das perícias. Uma vez aprovado, o pagamento é feito na conta informada pelo beneficiário, geralmente em bancos públicos como a Caixa Econômica Federal ou o Banco do Brasil.
Beneficiário não precisa contribuir ao INSS
Um aspecto importante do BPC é que não exige contribuição previdenciária. Isso quer dizer que pessoas que nunca trabalharam formalmente ou que não contribuíram para o INSS também têm direito ao benefício, desde que atendam aos critérios de renda e vulnerabilidade.
Essa característica é o que diferencia o BPC de aposentadorias e pensões, que exigem um histórico de contribuições.
Beneficiários podem acumular com outros auxílios?
O BPC não pode ser acumulado com benefícios como aposentadoria, pensão, seguro-desemprego ou outro BPC ativo.
Entretanto, ele é compatível com o Bolsa Família, desde que a renda familiar total não ultrapasse o limite permitido pelo programa. Isso é bastante importante para famílias que têm tanto uma pessoa idosa quanto outra com deficiência.
Regras de atualização e revisão do benefício
Para manter o BPC, é necessário atualizar o CadÚnico a cada dois anos ou sempre que houver mudanças de endereço, renda ou composição familiar. O INSS também realiza revisões periódicas para verificar se o beneficiário ainda cumpre os critérios.
Caso sejam encontradas irregularidades, o pagamento pode ser suspenso até que a situação se regularize.
Motivos que podem levar ao cancelamento do BPC
Algumas situações podem resultar na perda do benefício, como:
- Aumento da renda familiar acima do limite permitido;
- Falta de atualização no CadÚnico;
- Morte do beneficiário;
- Acúmulo indevido com outro benefício da Seguridade Social.
Se isso acontecer, o beneficiário pode contestar o cancelamento, apresentando um recurso administrativo no INSS ou buscando a Justiça Federal para reaver o direito.
Valor e reajuste do benefício
O valor do BPC, que é sempre equivalente a um salário mínimo nacional, será R$ 1.518 em 2025. O reajuste acontece anualmente, seguindo o mesmo índice do piso nacional. Os pagamentos são feitos mensalmente e o beneficiário também tem direito ao 13º salário assistencial, conforme a legislação vigente.
Direitos adicionais dos beneficiários do BPC
Além do valor mensal, quem recebe o BPC tem direito a outras vantagens, como:
- Isenção de tarifas em concursos públicos federais;
- Gratuidade no transporte interestadual (Carteira do Idoso);
- Descontos em tarifas de energia (Tarifa Social de Energia Elétrica);
- Isenção de contribuição ao INSS como microempreendedor individual (MEI);
- Prioridade em programas habitacionais e de saúde pública.
Esses direitos ajudam a ampliar o alcance social do BPC, reforçando sua importância na redução das desigualdades.
Diferença entre BPC e aposentadoria por invalidez
É comum confundir o BPC com a aposentadoria por invalidez (atualmente chamada de aposentadoria por incapacidade permanente). A aposentadoria é um benefício previdenciário que exige contribuições ao INSS, enquanto o BPC é assistencial, destinado a quem nunca contribuiu, mas enfrenta vulnerabilidade social.
Além disso, ao contrário da aposentadoria, o BPC não gera pensão por morte e nem sempre inclui 13º salário, dependendo da legislação.
O papel do CadÚnico no acesso ao BPC
O Cadastro Único (CadÚnico) é essencial para acessar todos os benefícios sociais do governo, incluindo o BPC. Sem o cadastro atualizado, não é possível solicitar o benefício. O responsável familiar deve ir ao CRAS com os documentos necessários para garantir a inscrição ou revisão dos dados.
Inclusão digital e atendimento remoto
Desde 2024, o INSS tem expandido seu atendimento digital, permitindo que a maior parte do processo do BPC seja feita online. O aplicativo Meu INSS foi melhorado e agora oferece notificações automáticas sobre o andamento dos pedidos e perícias.
Para quem não tem fácil acesso à internet, o atendimento presencial continua disponível nos CRAS e nas agências do INSS, garantindo que todos tenham acesso ao que precisam.
O BPC/LOAS em 2025 é fundamental para garantir dignidade e segurança financeira a milhões de brasileiros em situação de vulnerabilidade, mantendo seu papel de apoiar famílias com idosos e pessoas com deficiência.