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PIS/PASEP: Mitos e verdades sobre o Abono Salarial

Esclareça as principais confusões sobre quem tem direito ao benefício, a diferença entre Abono Salarial e Cotas, e o que acontece se você perder o prazo de saque.

O PIS/PASEP é um dos benefícios mais tradicionais do trabalhador brasileiro, mas ainda é cercado de dúvidas e informações imprecisas. Para garantir que você entenda seus direitos e não caia em equívocos, desvendamos os principais mitos sobre o Abono Salarial.

1. Mito: PIS e Abono Salarial são a mesma coisa.

VERDADE: Não são. O PIS (Programa de Integração Social) é o programa social do Governo Federal. O Abono Salarial é o benefício financeiro pago anualmente aos trabalhadores vinculados ao PIS (iniciativa privada) ou ao PASEP (servidores públicos) que atendem aos requisitos de baixa renda.

  • PIS/PASEP: São os programas sociais.
  • Abono Salarial: É o dinheiro que você recebe se cumprir os critérios do ano-base.

2. Mito: O Abono Salarial é o 14º Salário.

VERDADE: O Abono Salarial NÃO é legalmente o 14º salário.

Embora o Abono Salarial seja frequentemente chamado de “14º salário” por ser um pagamento extra anual no valor de até um salário mínimo, ele é um benefício de natureza diferente, com regras próprias (como tempo de cadastro e limite de renda) estabelecidas pela Lei nº 7.998/90. O termo “14º Salário” é popularmente usado, mas pode causar confusão com projetos de lei que visam um 14º salário para aposentados do INSS, que não têm relação com o PIS/PASEP.

3. Mito: Se eu perder o prazo do calendário, o dinheiro do PIS/PASEP é perdido para sempre.

VERDADE: O dinheiro do Abono Salarial não é perdido imediatamente.

Se o trabalhador não sacar o Abono Salarial dentro do prazo final estabelecido no calendário anual, o valor retorna aos cofres do Governo Federal (FAT – Fundo de Amparo ao Trabalhador).

No entanto, o trabalhador tem um prazo de até 5 (cinco) anos para solicitar o Abono Salarial não recebido. Para isso, ele deve entrar com um recurso administrativo junto ao Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), geralmente por meio dos canais de atendimento como o telefone 158 (Alô Trabalhador) ou pelo aplicativo Carteira de Trabalho Digital, para reaver o valor.

4. Mito: Qualquer trabalhador tem direito ao Abono Salarial.

VERDADE: O Abono Salarial é destinado a trabalhadores de baixa renda que cumprem requisitos específicos.

Mesmo trabalhando com carteira assinada (CLT), o trabalhador NÃO terá direito ao Abono Salarial se:

  • Recebeu remuneração mensal média superior a dois salários mínimos no ano-base.
  • Trabalhou por menos de 30 dias com carteira assinada no ano-base.
  • Não estava cadastrado no PIS/PASEP há, pelo menos, cinco anos.
  • É empregado doméstico ou trabalhador urbano/rural contratado por Pessoa Física.

5. Mito: Qualquer um pode sacar as “Cotas do PIS/PASEP”.

VERDADE: O saque das Cotas é exclusivo para um grupo específico de trabalhadores.

As Cotas do PIS/PASEP são saldos residuais de depósitos feitos entre 1971 e 04 de outubro de 1988. Somente os trabalhadores que tinham saldo nesse período têm direito ao saque das cotas antigas (incluindo os herdeiros legais em caso de falecimento do titular).

  • O Fundo PIS/PASEP foi extinto em 2020 e os saldos remanescentes foram transferidos para o Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS).
  • A consulta e o pedido de saque dessas cotas antigas são feitos principalmente pelo aplicativo FGTS e em agências da Caixa. Existe até um sistema do Ministério da Fazenda, o REPIS Cidadão, para consulta desses valores esquecidos.

6. Mito: O valor do Abono Salarial é fixo e igual para todos.

VERDADE: O valor do Abono Salarial é proporcional ao tempo de serviço.

O benefício não é fixo, exceto para quem trabalhou os 12 meses do ano-base. Ele é calculado com base no número de meses trabalhados no ano-base, multiplicado por $\frac{1}{12}$ do valor do salário mínimo vigente no ano do pagamento.

  • Exemplo: Quem trabalhou 6 meses em 2023, receberá $\frac{6}{12}$ do salário mínimo de 2025.

Janaína Silva

Amante da leitura desde sempre, encontrei nas palavras um refúgio e uma forma poderosa de expressão. Escrever é, para mim, uma paixão que se renova a cada página, a cada história contada. Gosto de transformar ideias em textos que tocam, informam e inspiram. Entre livros, pensamentos e emoções, sigo cultivando o prazer de comunicar com autenticidade.

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