PIS/Pasep 2026: entenda o novo limite de aluguel e o calendário de pagamentos
Mudança no cálculo do abono salarial pode restringir o número de beneficiários; valor máximo será de R$ 1.621.
O PIS/Pasep 2026 chega com mudanças importantes que prometem mexer no bolso de milhões de brasileiros. A principal novidade não está apenas no valor, mas em quem terá o direito de sacar o benefício. O governo federal implementou um novo critério para o limite de renda, o que exige atenção redobrada do trabalhador.
Até então, o cálculo para saber se você tinha direito ao abono era baseado diretamente no salário mínimo. A partir de agora, esse teto passa a ser corrigido pelo INPC (inflação), e não mais pelo ganho real do salário mínimo. Na prática, isso significa que a “linha de corte” ficou mais rigorosa para conter gastos públicos.
Para o ano-base de 2024, que é o que será pago em 2026, o limite de remuneração média mensal foi fixado em R$ 2.765,93. Se a sua média salarial em 2024 ultrapassou esse valor, mesmo que por pouco, você não terá direito ao abono, ainda que cumpra todos os outros requisitos.
Além da mudança na renda, o calendário de pagamentos também foi padronizado. A ideia é acabar com a confusão de datas que mudavam todo ano, criando um cronograma mais previsível para quem conta com esse dinheiro extra para organizar as finanças ou quitar dívidas acumuladas.
Informações importantes como estas ajudam você a planejar seu orçamento com antecedência. Afinal, o abono salarial funciona como um décimo quarto salário para muitos, e qualquer alteração nas regras pode impactar diretamente o planejamento familiar no início do ano.
Calendário fixo e datas de pagamento em 2026
Uma das melhorias anunciadas para 2026 é a adoção de datas fixas. Os pagamentos começarão sempre no dia 15 de cada mês (ou no primeiro dia útil seguinte). O cronograma é organizado de acordo com o mês de nascimento do trabalhador da iniciativa privada ou o final da inscrição do servidor público.
Os depósitos terão início em 15 de fevereiro para os nascidos em janeiro. O ciclo de liberação segue até agosto, mas o dinheiro não some da conta imediatamente. Todos os beneficiários terão até o dia 29 de dezembro de 2026 para realizar o saque antes que o recurso retorne para o Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT).
Trabalhadores de empresas privadas recebem o PIS pela Caixa Econômica Federal, enquanto os servidores públicos recebem o Pasep pelo Banco do Brasil. Se você já possui conta nesses bancos, o crédito costuma ser feito de forma automática, facilitando o acesso ao valor sem filas.
Para quem não é correntista, o saque pode ser feito com o Cartão Social em lotéricas ou caixas eletrônicos. No caso do Banco do Brasil, servidores podem realizar a transferência via PIX para qualquer outra conta de sua titularidade através do portal oficial do banco.
Qual será o valor do abono em 2026?
O valor do PIS/Pasep é sempre proporcional ao tempo trabalhado no ano-base. Em 2026, o valor máximo será de R$ 1.621, que corresponde ao novo salário mínimo previsto. Para receber o total, é necessário ter trabalhado os 12 meses completos de 2024 com carteira assinada.
Se você trabalhou apenas parte do ano, o cálculo é simples: basta dividir R$ 1.621 por 12 e multiplicar pelo número de meses trabalhados. Por exemplo, quem trabalhou seis meses receberá exatamente a metade, ou seja, R$ 810,50. Qualquer período igual ou superior a 15 dias já conta como um mês integral para o cálculo.
É importante lembrar que o ano-base de referência é sempre de dois anos atrás. Portanto, para o pagamento de 2026, o que vale é o seu histórico profissional de 2024. Mudanças de emprego ou períodos de desemprego ocorridos em 2025 não afetam o valor que você receberá agora.
Ter esse valor em mãos é uma excelente oportunidade para montar uma reserva de emergência. Muitas pessoas utilizam o abono para pagar o IPVA ou material escolar, despesas que costumam sobrecarregar o orçamento nos primeiros meses do ano.
Requisitos que permanecem obrigatórios
Apesar das novas regras de renda e calendário, os pilares básicos para ter direito ao benefício não mudaram. O primeiro deles é o tempo de cadastro: você precisa estar inscrito no PIS ou no Pasep há pelo menos cinco anos. Isso significa que quem tirou a primeira carteira de trabalho em 2022, por exemplo, ainda não terá direito em 2026.
Além disso, é indispensável ter trabalhado pelo menos 30 dias com carteira assinada para uma empresa (Pessoa Jurídica) durante o ano de 2024. Trabalhadores domésticos e pessoas contratadas por pessoa física, infelizmente, continuam sem direito ao abono salarial por determinação legal.
Outro ponto crucial é a responsabilidade da empresa. Se o seu empregador não enviou seus dados corretamente através do eSocial ou da RAIS, o seu benefício pode ficar travado. É o que chamamos de “erro administrativo”, que muitas vezes exige que o trabalhador procure o RH para regularizar a situação.
Você pode consultar se tem direito e qual o valor exato a partir de 5 de fevereiro de 2026 através do aplicativo Carteira de Trabalho Digital. Lá, o sistema informa se você está “habilitado” e mostra a data exata em que o dinheiro estará disponível para você.




