Novo salário mínimo gera impactos inesperados na economia
O salário mínimo para o ano de 2025 foi definido em R$ 1.518, o que representa um aumento de R$ 106 (ou 7,5%) em comparação com os R$ 1.412 de 2024. Essa mudança, sancionada pela Lei nº 14.663/23 e ajustada em dezembro de 2024, combina algumas variáveis importantes:
Inflação (INPC): O Índice Nacional de Preços ao Consumidor para 2024 ficou em 4,84%, ajudando a garantir a manutenção do poder de compra.
Crescimento do PIB: O Produto Interno Bruto de 2023 cresceu 3,2%, mas o aumento real do salário foi limitado a 2,5% devido ao teto de despesas públicas.
Teto de gastos: Definido em 2,5% acima da inflação, com o objetivo de controlar os gastos do governo.
Se não houvesse esse teto, o salário mínimo poderia ter chegado a R$ 1.525, seguindo a fórmula anterior que considerava o INPC mais o PIB integral. A nova regra demonstra o esforço do Ministério da Fazenda em manter a saúde das contas públicas, mas também reduz o ganho real para os trabalhadores.
Qual o impacto da nova fórmula de cálculo?
A definição do teto de 2,5% para o ajuste do salário mínimo busca equilibrar o crescimento econômico e o controle fiscal, mas isso traz alguns desafios:
Para os trabalhadores: O aumento de R$ 106 vai beneficiar cerca de 59 milhões de brasileiros, tanto os que têm empregos formais quanto os informais. No entanto, o ganho real de 2,5% é inferior ao crescimento do PIB de 3,2%, o que pode diminuir o poder de compra, especialmente com a inflação de alimentos, que é prevista em 7,6%para 2024.
Para o governo: A cada R$ 1 a mais no salário mínimo, os gastos públicos aumentam em R$ 392 milhões, devido à relação com benefícios como o BPC LOAS, a Bolsa Família e o seguro-desemprego. O teto é uma maneira de evitar sobrecargas no orçamento, preservando recursos para setores importantes como saúde e educação.
Por exemplo, um trabalhador em Recife que recebe R$ 1.518 deve pagar R$ 113,63 para o INSS (com uma alíquota de 7,5%), ficando com R$ 1.401,37 líquidos. O teto, portanto, não só ajuda a equilibrar o orçamento do governo, mas também pode limitar a renda disponível em um cenário de preços ascendentes.
Como o salário mínimo afeta aposentadorias e programas sociais?
O salário mínimo é fundamental para diversos benefícios, como aposentadorias, pensões, BPC LOAS, seguro-desemprego e a Bolsa Família. Isso impacta diretamente cerca de 22 milhões de pessoas que recebem do INSS e aproximadamente 16,9 milhões de famílias que dependem da Bolsa Família. Veja alguns exemplos:
Aposentadorias e pensões: Com o novo valor de R$ 1.518, o piso previdenciário sobe, mas o teto de 2,5% limita o ganho real, o que pode afetar aposentados em lugares como Curitiba, onde o custo de vida é mais alto.
BPC LOAS: Os beneficiários recebem R$ 1.518, mas a inflação de 7,6% em alimentos pode colocar pressão sobre o poder de compra.
Bolsa Família e Auxílio Gás: O valor mínimo é de R$ 600 por família e R$ 108 do Auxílio Gás, mas esses valores não são ajustados além do salário mínimo.
Apesar de limitar o aumento dos gastos, a contenção fiscal evita que as despesas públicas cresçam de forma descontrolada, mantendo a estabilidade econômica, o que exige planejamento financeiro dos beneficiários.
Por que o equilíbrio fiscal é essencial?
O equilíbrio fiscal é fundamental para a sustentabilidade do Brasil, especialmente com a dívida pública alcançando 78,7% do PIB em 2024. Exemplificando:
Controle da dívida: Limitar o ajuste do salário mínimo ajuda a evitar pressões sobre o orçamento, preservando recursos para investimentos essenciais como saúde, educação e infraestrutura.
Estabilidade econômica: O teto de 2,5% traz previsibilidade, evitando déficits orçamentários, como os que ocorreram entre 2015 e 2016, que totalizaram R$ 170 bilhões.
Confiança do mercado: A adoção de uma postura fiscal mais rigorosa, respaldada pelo novo arcabouço fiscal, atrai investimentos. Em 2024, foram planejados R$ 50 bilhões para infraestrutura.
Dessa forma, o equilíbrio fiscal evita crises, mas também exige que trabalhadores e beneficiários prestem atenção em como gerem seus orçamentos, especialmente com a inflação em alta.
Como planejar com o salário mínimo de R$ 1.518 em 2025?
Para tirar o máximo proveito do salário mínimo de R$ 1.518, aqui vão algumas dicas práticas:
Consulte o INSS: Utilize o Meu INSS (pelo aplicativo ou site) ou a Central 135 para checar depósitos de benefícios como BPC LOAS e aposentadorias, seguindo o calendário que vai de 25 de julho a 7 de agosto para julho de 2025.
Monitore o orçamento: Foque em despesas com alimentação, saúde e moradia, levando em conta a inflação prevista de 7,6% em itens essenciais.
Atualize o CadÚnico: Mantenha suas informações atualizadas no CRAS para garantir acesso a programas como Bolsa Família e Auxílio Gás.
Evite dívidas: Fique de olho no seu CPF pelo Serasa ou SPC para evitar surpresas desagradáveis com negativas, que afetam um grande número de brasileiros.
Acompanhando essas orientações, você pode maximizar o impacto do novo salário mínimo na sua vida financeira, mesmo diante de um cenário econômico desafiador.