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Nova ação no BPC surpreende beneficiários e especialistas

Entre 2019 e junho de 2025, o Benefício de Prestação Continuada (BPC) virou pauta de muitas discussões por causa de pagamentos indevidos. Dados revelam que o total de gastos irregulares chegou a impressionantes R$ 16,4 bilhões durante esse período. Isso mostra que o controle e a fiscalização dos repasses feitos pelo Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) enfrentam muitos desafios. E, para piorar, apenas uma fração desse montante, cerca de R$ 8,7 milhões, foi recuperada e devolvida aos cofres públicos.

O BPC é uma ferramenta fundamental de assistência social no Brasil. Seu foco é em atender idosos com 65 anos ou mais e pessoas com deficiência que têm rendimento familiar per capita igual ou menor que um quarto do salário mínimo — ou seja, R$ 379,50 em 2025. Importante lembrar que esse benefício não pode ser acumulado com aposentadorias ou pensões do INSS. Essa regra existe para garantir que as ajudas cheguem a quem realmente precisa.

Como o BPC funciona e quem pode recebê-lo?

Para receber o BPC, é preciso atender a critérios específicos relacionados à renda e à situação social. Diferentemente de outros benefícios previdenciários, não é necessário ter contribuído ao INSS anteriormente. As categorias que podem se beneficiar são:

  • Idosos a partir de 65 anos sem uma renda que sustente a própria necessidade.
  • Pessoas com deficiência de qualquer idade, desde que essa deficiência impeça sua plena participação na sociedade.
  • Famílias onde a soma dos rendimentos, dividida pelo número total de integrantes, fique abaixo de R$ 379,50 mensais.

Diante disso, uma boa fiscalização é essencial para evitar fraudes e distorções no acesso a esse recurso público. As irregularidades podem acontecer se os cadastros não forem atualizados, houver CPFs irregulares, registros de óbitos não comunicados ou se os beneficiários acumularem rendimentos de forma inadequada.

O que motivou a revisão de cadastros do BPC nos últimos anos?

Desde 2023, o Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome (MDS) e o INSS têm feito um trabalho em conjunto para atualizar os cadastros do BPC. Essa decisão surgiu da necessidade de reduzir os pagamentos indevidos e garantir que o benefício chegue apenas a quem realmente se enquadra nas exigências legais. Até agora, essa iniciativa já resultou na suspensão de milhares de pagamentos irregulares e na atualização de mais de um milhão de cadastros entre 2023 e 2025.

As principais razões que podem levar à suspensão ou cancelamento do BPC incluem:

  1. Falecimento do titular não comunicado oficialmente.
  2. Inconsistências nos dados de cadastro.
  3. Acúmulo de benefícios não permitido.
  4. Aumento da renda familiar acima do limite estabelecido.

Esses esforços visam garantir mais transparência, diminuir fraudes e fortalecer a confiança na credibilidade dos programas sociais federais.

Quais as consequências dos pagamentos indevidos do BPC para as políticas sociais?

Os pagamentos indevidos do Benefício de Prestação Continuada afetam diretamente a capacidade do governo de investir em políticas públicas eficientes. Isso acontece porque os recursos que deveriam atender pessoas em situação de vulnerabilidade estão sendo desviados. E com a recuperação de apenas uma parte mínima dos valores, o desafio da administração pública se amplia, evidenciando a necessidade de melhorar os mecanismos de controle.

De acordo com o INSS, entre 2019 e 2025, mais de 534 mil processos administrativos sobre repasses indevidos do BPC foram encerrados. O MDS reforça que a revisão dos cadastros é crucial para a integridade do programa, combatendo fraudes e aumentando a confiança da população na correta aplicação dos recursos.

Por isso, é imprescindível o aprimoramento contínuo dos processos de cadastro e análise dos requisitos. O BPC continua sendo um pilar na política de assistência social no Brasil, e é fundamental que as autoridades trabalhem juntas para garantir que o direito seja mantido e que somente aqueles que realmente precisam recebam o benefício.

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