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Milhares são vítimas do golpe do consignado: veja como recuperar os valores

O consignado é um dos empréstimos mais simples de serem feitos e, por isso, ele é alvo constante de golpes que prejudicam milhares de brasileiros mensalmente.

O empréstimo consignado é uma modalidade de crédito amplamente utilizada no Brasil, principalmente por aposentados, pensionistas e servidores públicos. Nessa operação, as parcelas são descontadas diretamente da folha de pagamento ou do benefício previdenciário do contratante, reduzindo o risco de inadimplência para os bancos.

Essa característica faz com que os juros sejam mais baixos em comparação a outras formas de crédito. No entanto, por envolver acesso direto à renda do tomador, o consignado se tornou alvo frequente de fraudes.

Criminosos exploram brechas no sistema financeiro para aplicar golpes que resultam em prejuízos tanto para os bancos quanto para os próprios servidores. Recentemente, a Polícia Federal desarticulou um esquema milionário que manipulava empréstimos consignados, prejudicando centenas de pessoas.

Se você está pensando em contratar consignado, veja como evitar golpes.
Se você está pensando em contratar consignado, veja como evitar golpes. / Crédito: @jeanedeoliveirafotografia / cadastrounicobrasil.com.br

Como o golpe do consignado funciona?

O golpe do consignado identificado pela Polícia Federal envolvia um esquema sofisticado que permitia a liberação fraudulenta de novos empréstimos sem a quitação das dívidas anteriores. O grupo criminoso acessava ilegalmente os sistemas bancários, utilizando credenciais de gerentes da Caixa Econômica Federal.

Dessa forma, eles conseguiam cancelar a averbação do empréstimo original, fazendo parecer que a dívida já havia sido quitada. Com essa manipulação, os servidores públicos podiam contratar novos consignados sem que os valores dos contratos anteriores fossem descontados da folha de pagamento.

No entanto, ao longo dos meses, os débitos acumulados começaram a aparecer, gerando endividamento excessivo para as vítimas.

A fraude também envolvia a falsificação de documentos e o uso de dados bancários indevidamente. Os criminosos utilizavam informações de servidores públicos para abrir contratos sem o conhecimento das vítimas, resultando em descontos indevidos em seus salários.

Com o esquema operando há meses, mais de 200 servidores foram prejudicados, além do prejuízo milionário causado à Caixa Econômica Federal. Essa fraude não apenas comprometeu a saúde financeira das vítimas, mas também expôs falhas nos mecanismos de segurança das instituições bancárias, tornando evidente a necessidade de maior controle sobre operações consignadas.

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Cuidado com a portabilidade de consignado

A portabilidade de consignado, que deveria ser um benefício para o consumidor, foi utilizada pelos fraudadores como uma ferramenta para atrair vítimas. O esquema oferecia aos servidores públicos a promessa de quitar empréstimos antigos e liberar novos valores sem aumentar as parcelas mensais.

Na prática, as vítimas contraíam novas dívidas sem que os empréstimos anteriores fossem devidamente pagos. Esse golpe levou muitas pessoas a um endividamento elevado, já que, após alguns meses, os descontos duplicados começaram a aparecer na folha de pagamento.

Além disso, os criminosos usavam argumentos persuasivos para convencer os servidores a autorizar as operações, aproveitando-se da confiança que muitos têm nas instituições financeiras.

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O que a Polícia Federal está fazendo para resolver?

A Polícia Federal iniciou uma operação para desmantelar o grupo responsável pelo golpe, cumprindo mandados de busca e apreensão em diferentes estados. As investigações revelaram que a organização criminosa contava com divisão de tarefas e operava de maneira coordenada para fraudar os sistemas bancários.

A ação da PF foi realizada em parceria com o Ministério Público Federal e contou com o apoio de outras entidades governamentais. Durante as buscas, foram apreendidos documentos, dispositivos eletrônicos e registros bancários que podem ser utilizados como prova para responsabilizar os envolvidos. O objetivo é identificar todos os participantes do esquema e evitar que fraudes semelhantes continuem ocorrendo.

Os suspeitos podem responder por crimes como estelionato, invasão de dispositivo informático e organização criminosa. Caso sejam condenados, as penas podem ultrapassar 20 anos de prisão, dependendo da gravidade de cada fraude cometida.

Além disso, as autoridades estão bloqueando bens adquiridos com dinheiro obtido ilegalmente, buscando minimizar o prejuízo causado às vítimas e à Caixa Econômica Federal. A expectativa é que novos desdobramentos surjam conforme a investigação avança. Os investigadores acreditam que o prejuízo total pode ser ainda maior do que os R$ 10 milhões já identificados até o momento.

Cuidados para evitar cair em golpes semelhantes

Para se proteger contra fraudes em empréstimos consignados, é fundamental adotar medidas preventivas. Algumas das principais orientações incluem:

  • Desconfie de ofertas muito vantajosas: Promessas de quitação de dívidas antigas e liberação de novos valores sem aumento de parcelas podem ser indícios de golpe.
  • Não compartilhe senhas e dados bancários: Informações sigilosas nunca devem ser fornecidas a terceiros, especialmente por telefone ou aplicativos de mensagens.
  • Monitore seus descontos na folha de pagamento: Acompanhe mensalmente os valores descontados para identificar possíveis cobranças indevidas.
  • Verifique a idoneidade da instituição financeira: Antes de contratar qualquer serviço, consulte se a empresa é autorizada pelo Banco Central.
  • Entre em contato diretamente com o banco: Em caso de dúvidas sobre um empréstimo, procure os canais oficiais da instituição antes de tomar qualquer decisão.

Seguindo essas recomendações, os consumidores podem evitar cair em golpes e garantir maior segurança na contratação de crédito consignado. O caso investigado pela Polícia Federal serve como um alerta para que servidores públicos e aposentados fiquem atentos a práticas fraudulentas e protejam suas informações financeiras.

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