Mercado ajusta projeção de déficit para 2025, mostra Prisma Fiscal
O mercado financeiro trouxe novidades nesta sexta-feira, reduzindo a previsão do déficit primário do governo brasileiro para 2025. A nova estimativa é de um rombo de R$ 72,1 bilhões, uma queda em relação aos R$ 74,7 bilhões que eram esperados anteriormente.
Essas informações foram divulgadas pelo boletim Prisma Fiscal, da Secretaria de Política Econômica, vinculada ao Ministério da Fazenda. Antes, a expectativa do governo era de eliminar o déficit em 2024 e ter um superávit em 2025, como parte da nova estratégia fiscal. Porém, com o envio do Projeto de Lei de Diretrizes Orçamentárias ao Congresso, a meta foi mudada. Agora, a meta é de um resultado neutro (0% do PIB) em 2025, em vez de um superávit de 0,5%.
É importante entender que o resultado primário é a diferença entre o que o governo arrecada e gasta, sem contar os juros da dívida pública. Quando esse resultado é negativo, como o que estamos vendo, significa que o governo gastou mais do que conseguiu arrecadar.
Projeções para 2026 indicam deterioração
Para 2026, a previsão do mercado é de um déficit primário de R$ 89,374 bilhões, superando a estimativa anterior de R$ 81,488 bilhões. Enquanto isso, o governo ainda acredita em um superávit para esse ano, que ficaria em 0,25% do PIB.
A nova estrutura fiscal determina que os gastos públicos só poderão crescer até 70% do aumento na arrecadação, dentro de um limite de crescimento real que varia de 0,6% a 2,5% ao ano. Essa mudança é uma substituição ao antigo teto de gastos.
Arrecadação em alta, mas abaixo do esperado
As projeções do Prisma para a arrecadação federal em 2025 foram aumentadas de R$ 2,863 trilhões para R$ 2,878 trilhões. No entanto, as estimativas para 2026 caíram levemente, passando de R$ 3,051 trilhões para R$ 3,048 trilhões.
A receita líquida do Governo Central deve atingir R$ 2,318 trilhões em 2025, um pouco acima do que se previa antes. Para 2026, essa receita foi ajustada, subindo de R$ 2,471 trilhões para R$ 2,482 trilhões.
Em relação às despesas, a previsão para 2025 se manteve estável, em R$ 2,394 trilhões, enquanto para 2026 os gastos projetados devem ser de R$ 2,574 trilhões.
Dívida bruta deve seguir tendência de alta
As projeções do Prisma para a Dívida Bruta do Governo Geral (DBGG) em 2025 foram levemente reduzidas, passando de 80,10% para 80,00% do PIB. Para 2026, a expectativa de dívida também foi revista de 84,17% para 84,10%.
Os dados do Anexo de Riscos Fiscais do PLDO de 2026 mostram uma piora nas previsões sobre a dívida. A nova projeção indica que a DBGG pode atingir 81,8% do PIB em 2026 e chegar ao seu auge em 2028, com 84,2% do PIB. Antes, a expectativa era de que esse pico surgisse em 2027, com 81,8%.
Para os anos seguintes, o governo prevê que a dívida se mantenha em 78,5% do PIB em 2025, suba para 81,8% em 2026 e chegue a 82% em 2034, encerrando 2035 com 81,6%. Essas estimativas são menos otimistas que as divulgadas anteriormente, que esperavam uma DBGG de 75,6% do PIB em 2034.