Criminosos aproveitam o período de alta temporada para aplicar golpes usando ofertas falsas de passagens e hospedagens.
O período de férias é um dos momentos mais esperados do ano, mas também é a época favorita dos golpistas para agir. Com a popularidade do Pix, os criminosos desenvolveram táticas sofisticadas para enganar quem está em busca de passagens aéreas, pacotes turísticos ou aquela casa de praia perfeita para o descanso.
O golpe geralmente começa com uma oferta irresistível que aparece nas redes sociais ou em grupos de mensagens. O preço é muito abaixo do praticado pelo mercado, o que acende um alerta de oportunidade única na cabeça do consumidor, que acaba agindo por impulso para não perder o suposto “negócio”.
O problema é que, uma vez feito o pagamento via Pix, o dinheiro cai na conta de laranjas e desaparece em poucos minutos. Como a transação é instantânea, a vítima muitas vezes só percebe que caiu em uma cilada quando tenta contato para receber o voucher ou o endereço da hospedagem e percebe que foi bloqueada.
Para evitar que o seu merecido descanso vire um pesadelo financeiro, é fundamental conhecer as táticas usadas e saber como verificar a procedência de cada oferta. A pressa é a maior inimiga da segurança digital, especialmente quando envolve transferências diretas de valores.
Como identificar uma oferta de viagem falsa
O primeiro sinal de alerta é sempre o preço. Se uma pousada em um destino badalado está custando metade do valor de todas as outras opções similares, desconfie imediatamente. Milagres financeiros não costumam acontecer no setor de turismo, principalmente em datas comemorativas ou feriados.
Outro ponto importante é a análise do perfil que está oferecendo o serviço. Golpistas costumam criar contas no Instagram ou sites que parecem profissionais, usando fotos roubadas de estabelecimentos reais. Verifique há quanto tempo a página existe, se os comentários estão bloqueados e se existem avaliações reais de outros clientes.
Muitas vezes, os criminosos usam nomes de empresas famosas com pequenas alterações na escrita para confundir o usuário. Um link que parece ser de uma grande agência de viagens, mas tem letras trocadas ou termina em domínios estranhos, é um sinal claro de perigo iminente.
Informações importantes como estas, que ensinam a malícia necessária para navegar na internet hoje em dia, você encontra aqui diariamente para manter suas finanças protegidas.
O perigo dos pagamentos exclusivos via pix
Os golpistas insistem no Pix porque ele não permite o estorno fácil como acontece no cartão de crédito. No cartão, você pode contestar a compra caso não receba o serviço, mas no Pix, a transferência é uma ordem direta de envio de dinheiro que o banco entende como voluntária.
Se uma agência ou proprietário de imóvel se recusa terminantemente a aceitar cartão de crédito ou boletos registrados, alegando que “só trabalha com Pix para garantir o desconto”, pare tudo. Essa pressão para usar o meio de pagamento instantâneo é a ferramenta preferida para concretizar o roubo.
Antes de confirmar qualquer transferência, verifique o nome do destinatário que aparece na tela de confirmação do seu banco. Se você está negociando com uma pousada chamada “Sol e Mar”, mas o Pix vai para o CPF de uma pessoa física desconhecida ou para uma empresa com nome totalmente diferente, não conclua a operação.
Dicas práticas para garantir uma reserva segura
Uma das melhores formas de se proteger é utilizar plataformas de reserva conhecidas e consolidadas. Sites que funcionam como intermediários oferecem camadas de segurança e políticas de reembolso que protegem o consumidor caso o imóvel não exista ou as fotos sejam falsas.
Se você optar por negociar diretamente com um proprietário, peça para fazer uma chamada de vídeo de dentro do imóvel ou solicite a localização em tempo real. Golpistas que moram em outros estados e apenas usam fotos de internet não conseguirão atender a esse pedido simples.
Outra estratégia eficiente é buscar pelo nome da empresa ou do imóvel em sites de reclamações. Verifique se existem queixas sobre depósitos feitos e falta de retorno. Muitas vezes, uma pesquisa de dois minutos no Google pode poupar meses de dor de cabeça e prejuízos de milhares de reais.
Lembre-se também de guardar todos os prints das conversas, anúncios e comprovantes. Caso o golpe aconteça, essas provas são essenciais para o registro do boletim de ocorrência e para tentar acionar o Mecanismo Especial de Devolução (MED) do Banco Central, embora ele não garanta o retorno do valor em todos os casos.
O que fazer se você for vítima de um golpe
Se você percebeu que caiu no golpe do Pix após fazer o pagamento, o tempo é o seu maior aliado. O primeiro passo é entrar em contato imediato com o seu banco através dos canais oficiais e informar que você foi vítima de uma fraude, solicitando a abertura de uma notificação de infração.
O banco da vítima entra em contato com o banco que recebeu o dinheiro para tentar bloquear o saldo, caso ele ainda esteja na conta do golpista. Por isso, quanto mais rápido você agir, maior a chance de conseguir recuperar ao menos uma parte do que foi enviado ontem ou hoje.
Em seguida, faça um Boletim de Ocorrência eletrônico. A maioria dos estados brasileiros permite que isso seja feito pela internet. O registro policial é fundamental para que as autoridades investiguem as quadrilhas e para que você tenha um documento oficial que comprove o crime perante as instituições financeiras.
Mantenha a calma e utilize essa experiência para redobrar o cuidado nas próximas transações. A internet oferece muitas facilidades para planejar viagens, mas a segurança deve estar sempre em primeiro lugar para que o seu lazer não seja interrompido por problemas financeiros evitáveis.
