Gás do Povo vai distribuir botijão gratuito para 15,5 milhões de famílias em 2025
Novo programa social garante acesso ao gás de cozinha para milhões de famílias em situação de vulnerabilidade em todo o Brasil.
A partir de novembro de 2025, famílias brasileiras de baixa renda terão acesso gratuito ao botijão de gás. O governo lançou o Programa Gás do Povo, que promete chegar a 15,5 milhões de lares cadastrados no Cadastro Único, triplicando o alcance do antigo Auxílio Gás.
A expectativa é que 65 milhões de botijões sejam distribuídos por ano, garantindo mais dignidade a quem ainda encontra dificuldades para manter o item básico na cozinha. Só em 2025, o investimento previsto é de R$ 3,57 bilhões, e em 2026 o valor deve subir para R$ 5,1 bilhões.
O novo benefício nasce para aliviar o orçamento das famílias e garantir acesso a uma alimentação feita de forma adequada e segura. A medida também reduz o risco de doenças causadas pela queima de lenha e carvão, uma realidade ainda presente em milhões de lares.
Quem tem direito ao benefício
O programa será destinado às famílias inscritas no Cadastro Único, com renda per capita de até meio salário mínimo (R$ 759). A prioridade de atendimento será para quem já recebe o Bolsa Família.
Enquanto ocorre a migração para o novo formato, os beneficiários do Auxílio Gás continuarão recebendo normalmente o valor em vigor.
A previsão é que, até março de 2026, mais de 15 milhões de lares já estejam contemplados pelo programa.
Como receber o botijão gratuito
Haverá várias formas de resgatar o benefício. O mais prático será por meio do aplicativo Gás do Povo, onde o usuário recebe um vale eletrônico para retirar o botijão no ponto de revenda credenciado mais próximo.
Quem não tiver acesso ao aplicativo poderá contar com outras opções: cartão próprio do programa, vale impresso nas agências da Caixa ou lotéricas, além da possibilidade de utilizar o cartão do Bolsa Família.
O crédito do benefício será destinado diretamente às famílias e repassado para as revendas após a compra do botijão.
Rede de revendas e preço de referência
A adesão dos pontos de venda de gás será voluntária, mas todos que participarem estarão indicados com a identidade visual do programa. Os botijões, pontos de venda, veículos e materiais de comunicação terão identificação padronizada.
Para evitar discrepâncias de preços, o valor do benefício será definido com base em um preço de referência específico para cada estado, calculado pelo Ministério de Minas e Energia e pelo Ministério da Fazenda a partir dos dados da Agência Nacional do Petróleo (ANP).
Se um município não tiver revenda participante, famílias terão direito de buscar o botijão em cidades vizinhas, com garantia de fornecimento pelos grandes distribuidores.
Onde estão as famílias beneficiadas
A maior parte dos contemplados está no Nordeste, com mais de 7,1 milhões de famílias. Em seguida, aparecem as regiões Sudeste (4,4 milhões), Norte (2,1 milhões), Sul (1,1 milhão) e Centro-Oeste (889 mil).
Entre os estados, oito se destacam com mais de 1 milhão de famílias atendidas: Bahia (1,84 milhão), São Paulo (1,87 milhão), Minas Gerais (1,20 milhão), Rio de Janeiro (1,12 milhão), Pernambuco (1,14 milhão), Ceará (1,13 milhão), Maranhão (1,01 milhão) e Pará (1,11 milhão).
Saúde e segurança alimentar
O impacto do programa vai além da economia doméstica. Dados do IBGE mostram que 12 milhões de domicílios no Brasil ainda cozinham com lenha ou carvão, muitas vezes combinados ao uso do gás. Entre eles, cerca de 5 milhões de famílias são de baixa renda, o que significa aproximadamente 15 milhões de pessoas expostas à fumaça diária dentro de casa.
Esse hábito aumenta em até três vezes o risco de infecções respiratórias em crianças e também contribui para o desenvolvimento de doenças pulmonares crônicas em adultos, especialmente em mulheres.
Com a chegada do Gás do Povo, espera-se reduzir esses riscos e aliviar a pressão sobre o SUS, que registra diversas internações ligadas à exposição prolongada à fumaça.
Um programa com alcance global
Além do impacto social imediato, a criação do Gás do Povo reforça os compromissos internacionais do Brasil. O país se alinha ao Objetivo de Desenvolvimento Sustentável 7 da ONU, que prevê acesso universal a formas limpas e acessíveis de energia.
Estima-se que 2,3 bilhões de pessoas ainda não tenham esse acesso no mundo. O Brasil, com essa iniciativa, assume destaque no debate sobre transição energética justa em fóruns como o G20 e os BRICS.
Na prática, trata-se de uma medida que toca diretamente a realidade de milhões de famílias, garante segurança alimentar, melhora a saúde pública e simboliza um passo importante para a redução da desigualdade no país.