Pedido atrasado? INSS libera função que acelera benefícios para MILHÕES de segurados
INSS já implementou medidas para acelerar a concessão de benefícios, incluindo a automação de processos e incentivos financeiros aos servidores.
O atraso no pagamento de benefícios virou rotina para quem depende do INSS. A fila cresceu, o tempo de espera aumentou e o número de reclamações disparou. Enquanto muitos aguardam resposta, outros já buscam ajuda na Justiça.
Mesmo com tantas dificuldades, uma nova ferramenta começou a mudar esse cenário. Agora, alguns pedidos podem ser analisados sem a presença do segurado, o que trouxe mais agilidade em certos casos.
A tecnologia entrou em cena como aliada dos trabalhadores afastados por motivo de saúde. Em vez de ir a uma agência, basta enviar o atestado médico pelo celular sem qualquer burocracia.

Funcionalidade do INSS acelerou o processo
O sistema Atestmed permite que o segurado envie seu atestado médico diretamente pelo portal Meu INSS. Com isso, ele não precisa passar pela perícia presencial em casos mais simples. Só em abril, 180 mil pessoas conseguiram aprovação por esse caminho.
Ao entrar no site ou aplicativo, o trabalhador preenche os dados e envia o documento assinado pelo médico. Se o laudo estiver completo e dentro das regras, a análise acontece de forma automática. O resultado aparece na própria conta do usuário.
Essa mudança já ajudou moradores de regiões com poucas agências. Estados como Acre e Roraima, por exemplo, tiveram aumento nos pedidos processados. Mesmo com os avanços, alguns tipos de doença ainda exigem a presença do segurado para avaliação presencial.
Apesar da melhora em parte dos processos, o INSS continua com uma fila enorme. Em todo o país, 2,6 milhões de pedidos aguardam resposta. Quase metade deles são de auxílio por incapacidade temporária, com destaque para os estados mais populosos.
São Paulo lidera a lista com mais de 230 mil requerimentos parados. Minas Gerais e Bahia também enfrentam atrasos. Em média, o trabalhador espera 52 dias para ter uma resposta — tempo acima do limite legal, que é de 45 dias.
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Outros auxílios também enfrentam lentidão
Atualmente, faltam servidores, peritos e estrutura. O número de novos pedidos cresce todos os meses, mas o sistema ainda não acompanha o ritmo. Isso causa frustração entre quem está doente e precisa do benefício para manter as contas em dia.
Ademais, não são apenas os afastamentos por saúde que sofrem com a demora. Aposentadorias, pensões e auxílios assistenciais também acumulam filas. Em abril, o INSS concedeu mais de 430 mil benefícios, mas muitos segurados seguem na espera.
A demanda por aposentadoria aumentou 8% em comparação ao mês anterior. Já o BPC/Loas, pago a pessoas com deficiência e idosos de baixa renda, teve boa parte dos pedidos processados de forma digital, o que ajudou a reduzir o tempo de espera em alguns casos.
Mesmo com o uso da tecnologia, o volume de solicitações continua pressionando o sistema. A digitalização resolve parte do problema, mas não atende a todos os casos, especialmente quando há dúvidas ou necessidade de avaliação mais detalhada.
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Fraudes e descontos não autorizados preocupam
Além da demora, o INSS enfrenta outro desafio: cobranças indevidas em benefícios. Muitos segurados perceberam descontos misteriosos no extrato, feitos por associações ou empresas que eles nunca autorizaram.
Essas entidades usam brechas para aplicar cobranças automáticas. Algumas prometem “revisão do benefício”, outras oferecem “proteção jurídica”, mas tudo sem o conhecimento do titular. Em 2025, o INSS recebeu mais de 15 mil denúncias desse tipo.
A orientação é simples: consultar o extrato com frequência pelo Meu INSS e denunciar qualquer valor estranho. Quem não tiver acesso à internet pode buscar ajuda nas agências físicas ou pelo telefone da central de atendimento.
Com a demora nas respostas, muitos segurados têm recorrido aos tribunais. Em abril, mais de 11 mil benefícios foram liberados após decisão judicial. Doenças graves, como câncer ou problemas cardíacos, geralmente têm prioridade nesse caminho.
Os processos judiciais costumam ser mais rápidos do que os administrativos, o que motiva o crescimento das ações. No entanto, isso aumenta os custos para o INSS e sobrecarrega o sistema jurídico, especialmente em estados como São Paulo e Rio Grande do Sul.
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Investimento em tecnologia pode trazer alívio
Mesmo com o crescimento da judicialização, o órgão ainda depende de reforços para reduzir as filas dentro do próprio sistema. A ideia é que menos pessoas precisem recorrer à Justiça para resolver um problema que poderia ser tratado de forma simples.
Pensando nisso, o Ministério da Previdência anunciou R$ 200 milhões para melhorar o sistema. Parte desse dinheiro será usada para ampliar o Atestmed, contratar novos servidores e modernizar o atendimento digital.
A expectativa é reduzir em 20% o tamanho da fila até o final de 2025. O foco está nos estados com mais pedidos acumulados, como São Paulo e Minas Gerais. O plano também inclui capacitação de peritos para acelerar os casos presenciais.
Se as medidas funcionarem, o INSS pode voltar a cumprir o prazo legal. Mas, até lá, milhões de brasileiros seguem esperando por uma resposta que, para muitos, já passou da hora.