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FIES: veja quanto você pode pagar por mês após concluir a graduação

A conclusão do ensino superior marca o início de uma nova fase na vida de milhares de brasileiros, mas para aqueles que utilizaram o Fundo de Financiamento Estudantil (FIES), ela também representa o começo de um novo compromisso financeiro: o pagamento da dívida do financiamento. A transição da vida acadêmica para a profissional traz consigo a responsabilidade de quitar o valor investido na graduação.

O FIES se consolidou como uma das principais políticas de acesso à educação superior no país, permitindo que estudantes sem condições de arcar com as mensalidades pudessem cursar uma faculdade privada. Contudo, o momento de iniciar o pagamento do saldo devedor é cercado de dúvidas e incertezas, especialmente sobre o valor das parcelas e os prazos.

As regras do programa passaram por diversas alterações ao longo dos anos, o que pode gerar confusão entre os beneficiários de diferentes contratos. Compreender como funciona a fase de amortização, o que determina o valor da parcela e quais são as condições de pagamento é fundamental para um planejamento financeiro eficaz e sem surpresas.

Nesse contexto, a informação clara e precisa sobre as obrigações contratuais se torna uma ferramenta indispensável para o recém-formado. O conhecimento sobre o funcionamento da cobrança permite que o profissional organize seu orçamento, evite a inadimplência e cumpra com o compromisso assumido, garantindo sua saúde financeira.

FIES veja quanto você pode pagar por mês após concluir a graduação
O diploma universitário representa a conclusão de um ciclo, mas para o estudante com FIES, também marca o início do planejamento para quitar o financiamento – Crédito: Jeane de Oliveira / cadunicobrasil.com.br

Como funciona o FIES e quando a cobrança começa

O Fundo de Financiamento Estudantil (FIES) é um programa do Ministério da Educação (MEC) que oferece financiamento a juros baixos, ou até mesmo nulos, para custear as mensalidades de cursos superiores em instituições privadas. O estudante começa a pagar o saldo devedor principal somente após a conclusão do curso, mas possui algumas obrigações durante o período de estudos.

Enquanto está matriculado, o beneficiário deve pagar, a cada três meses, uma parcela referente aos juros do financiamento, conhecida como taxa de coparticipação. O valor dessa parcela é limitado e definido no contrato, não ultrapassando um teto estipulado pelo programa, o que garante que o encargo seja acessível durante a fase de utilização.

A cobrança do saldo devedor principal, ou seja, a fase de amortização, tem início no primeiro mês após a conclusão do curso, para os contratos mais recentes. O programa passou por mudanças que eliminaram o antigo período de carência, tornando o início do pagamento mais imediato, condicionado à existência de renda por parte do recém-formado.

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O que determina o valor da parcela do FIES após o curso

O valor da parcela mensal do FIES após a formatura não é um montante fixo e igual para todos os beneficiários. Ele é calculado de forma progressiva, levando em consideração a capacidade de pagamento do estudante. O principal fator que determina o valor da prestação é a renda mensal do profissional recém-formado.

A regra estabelece que o valor da parcela será descontado diretamente da fonte de renda do beneficiário, caso ele tenha um emprego formal. O montante descontado é limitado a um percentual da renda, que atualmente não pode ultrapassar 10%. Isso garante que a parcela seja proporcional ao salário e não comprometa excessivamente o orçamento.

Para os profissionais que não possuem renda formal, como autônomos, ou que se encontram desempregados, o valor da parcela é reduzido ao pagamento mínimo. Esse valor mínimo corresponde à taxa de coparticipação que era paga durante o curso. Essa flexibilidade visa evitar a inadimplência em momentos de instabilidade financeira.

Entenda a fase de carência e o início do pagamento

A fase de carência do FIES foi uma característica marcante dos contratos firmados até 2017. Ela correspondia a um período de 18 meses após a conclusão do curso, durante o qual o estudante continuava pagando apenas a parcela trimestral de juros. O objetivo era dar um fôlego para que o recém-formado pudesse se inserir no mercado de trabalho antes de começar a quitar a dívida principal.

Com a reformulação do programa, conhecida como Novo FIES, para os contratos assinados a partir de 2018, essa fase de carência foi extinta. A nova regra determina que a fase de amortização se inicie imediatamente no mês seguinte à formatura, desde que o beneficiário possua uma fonte de renda comprovada.

Essa mudança tornou o início do pagamento mais rápido, exigindo um planejamento financeiro mais imediato por parte do estudante. A lógica por trás da alteração foi vincular o pagamento da dívida diretamente à capacidade de geração de renda do profissional, tornando o sistema mais sustentável e reduzindo os riscos de inadimplência a longo prazo.

Como calcular o valor mensal do FIES de forma aproximada

Calcular o valor exato da parcela do FIES pode ser complexo, pois depende de variáveis como o saldo devedor total, a taxa de juros do contrato (se houver) e, principalmente, a renda do beneficiário. No entanto, é possível fazer uma simulação aproximada para ter uma ideia do compromisso financeiro após a formatura.

O Ministério da Educação e a Caixa Econômica Federal (caixa.gov.br), que é o agente financeiro do programa, disponibilizam simuladores online. Nessas ferramentas, o estudante pode inserir informações como o valor da semestralidade do curso, a duração, o percentual financiado e a taxa de juros para obter uma estimativa do saldo devedor e das parcelas.

Para um cálculo rápido, o estudante pode considerar a regra de que a parcela mensal não excederá 10% de sua renda bruta. Por exemplo, um profissional com uma renda de R$ 3.000 terá uma parcela de, no máximo, R$ 300. Caso esteja sem renda, o valor a ser pago será a parcela mínima, definida em contrato.

FIES veja quanto você pode pagar por mês após concluir a graduação (2)
A consulta do saldo devedor e a emissão de boletos do FIES são feitas de forma digital, pelos canais oficiais da Caixa Econômica Federal – Crédito: Jeane de Oliveira / cadunicobrasil.com.br

Qual o prazo total para quitar o financiamento estudantil

O prazo máximo para a quitação total da dívida do FIES é um dos pontos que mais gera dúvidas entre os beneficiários. De acordo com as regras atuais do programa, o estudante tem um período de até 14 anos, contados a partir do início da fase de amortização, para pagar todo o saldo devedor do financiamento.

Esse prazo longo foi estabelecido para garantir que as parcelas mensais sejam acessíveis e compatíveis com a realidade financeira do recém-formado, especialmente no início da carreira. A flexibilidade no valor da parcela, que se ajusta à renda, pode fazer com que o prazo de pagamento se estenda, mas sempre dentro do limite de 14 anos.

O beneficiário que desejar quitar a dívida em um tempo menor tem a opção de realizar pagamentos antecipados. É possível fazer aportes voluntários para amortizar o saldo devedor, o que resulta na redução do prazo total do financiamento. Essa é uma estratégia interessante para quem consegue uma estabilidade financeira mais rápida.

Dicas para organizar o orçamento e pagar o FIES sem atraso

A organização financeira é fundamental para garantir o pagamento do FIES sem atrasos e evitar problemas com inadimplência. O primeiro passo para o recém-formado é incluir a parcela do financiamento em seu planejamento orçamentário mensal, tratando-a como uma despesa fixa e prioritária, assim como o aluguel e outras contas essenciais.

É recomendável criar uma reserva de emergência. Ter um valor guardado, equivalente a alguns meses de despesas, pode ser um grande alívio em caso de imprevistos, como a perda do emprego. Essa reserva garante que o pagamento do FIES e de outras contas importantes não seja interrompido durante um período de instabilidade.

Para quem tem dificuldade em controlar os gastos, o uso de aplicativos de gestão financeira pode ser uma ferramenta útil. Registrar todas as receitas e despesas ajuda a visualizar para onde o dinheiro está indo e a identificar oportunidades de economia, o que facilita o direcionamento de recursos para a quitação da dívida do FIES.

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Como consultar as parcelas do FIES pelo app ou site

O acompanhamento do contrato do FIES, incluindo o saldo devedor, o valor das parcelas e a emissão de boletos, é feito de forma totalmente digital. O principal canal para essa consulta é o site ou o aplicativo da Caixa Econômica Federal, o agente financeiro responsável pela maioria dos contratos do programa.

Para acessar as informações, o estudante precisa fazer o login na área específica do FIES no portal da Caixa, utilizando seu CPF e a senha cadastrada. Dentro do sistema, é possível visualizar o extrato completo do financiamento, o cronograma de pagamentos e gerar a segunda via de boletos, caso seja necessário.

Manter o acompanhamento regular pelo site ou aplicativo é importante para evitar surpresas e garantir que os pagamentos estejam em dia. Em caso de qualquer inconsistência ou dúvida sobre os valores cobrados, o estudante deve entrar em contato com os canais de atendimento da Caixa para solicitar esclarecimentos.

Wilson Spiler

Jornalista e design gráfico, pós-graduado em Marketing Digital. Atualmente sou editor de Home do Lance!, e redator nos sites Pronatec e CadÚnico. Já trabalhei nos mais diversos ramos da comunicação, com atuação em redações como Globo, GloboNews, Video Clipping, e SRZD, onde fui editor-chefe de Esportes e fotógrafo. Também exerci a função de analista de SEO em agências como Rankme e Search Lab, além de vários trabalhos freelancers para empresas como Dimona e Buscapé.

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