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Quem faz faculdade EAD também pode participar do Pé-de-Meia Licenciaturas? Confira as regras!

Neste ano, abriram-se as vagas para inscrição no Pé-de-Meia Licenciaturas, programa para ajudar com bolsas quem faz faculdade na área.

O Pé-de-Meia Licenciaturas é um programa federal instituído pelo Decreto Presidencial 12.358/2025, criado para incentivar e qualificar novos professores para a educação básica.

Vinculado ao programa Mais Professores para o Brasil, ele oferece bolsas de atratividade e formação para estudantes que estão cursando licenciaturas, promovendo um auxílio financeiro mensal durante o período de estudos.

O objetivo central é suprir a carência de professores nas regiões mais afetadas pelo apagão docente, atraindo novos profissionais e valorizando a carreira docente. Apesar da promessa de inclusão, algumas medidas associadas ao programa têm gerado controvérsias e desafios à sua efetividade.

Saiba se estudantes EAD também têm direito ao Pé-de-Meia Licenciaturas.
Saiba se estudantes EAD também têm direito ao Pé-de-Meia Licenciaturas. / Crédito: @jeanedeoliveirafotografia / cadastrounicobrasil.com.br

Como o Pé-de-Meia Licenciaturas funciona?

O Pé-de-Meia Licenciaturas foi estruturado para garantir que estudantes de licenciatura, especialmente aqueles com perfil socioeconômico vulnerável, possam concluir seus cursos com o apoio de bolsas mensais.

O auxílio financeiro é concedido durante toda a graduação, desde que o beneficiário mantenha um bom desempenho acadêmico e esteja matriculado em um curso presencial de licenciatura. Essa política pública busca criar condições que reduzam a evasão de futuros professores e estimulem a permanência em áreas prioritárias da educação básica.

Além do suporte financeiro, o programa estabelece uma contrapartida obrigatória. Após a conclusão do curso, os beneficiários devem atuar como professores durante dois anos em localidades que enfrentam maior escassez de profissionais.

Essa exigência visa resolver o apagão docente em regiões mais remotas ou com menor acesso a professores qualificados, fortalecendo a educação em áreas carentes. Embora a medida pareça positiva, há dúvidas sobre sua real eficácia, já que o histórico de fixação de docentes em ações semelhantes é limitado.

Outro ponto relevante é o papel da Prova Nacional Docente (PND), implementada para avaliar os candidatos às bolsas do Pé-de-Meia. O exame é realizado anualmente e busca identificar os estudantes mais qualificados e aptos para ingressar no programa.

Essa etapa, no entanto, exige uma preparação adequada, o que pode representar um obstáculo adicional para candidatos em contextos de vulnerabilidade social.

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Estudantes de EAD podem participar?

A exclusão de estudantes de Educação a Distância (EAD) do programa Pé-de-Meia Licenciaturas gerou ampla repercussão e críticas. A Portaria CAPES nº 6/2025 determinou que apenas alunos de cursos presenciais de licenciatura poderiam participar, o que restringe o acesso de estudantes das regiões mais afetadas pelo apagão de professores.

Essa decisão contradiz a Lei de Diretrizes e Bases (LDB), que determina que o MEC deve promover a modalidade EAD como uma forma de ampliar o acesso à educação superior.

Nas localidades mais remotas, onde o déficit de professores é mais crítico, a oferta de cursos presenciais é limitada ou inexistente. Com isso, estudantes dessas regiões, que poderiam se qualificar por meio do EAD, acabam excluídos do programa.

Essa exclusão é considerada um retrocesso, pois desconsidera a realidade de municípios afastados dos grandes centros e dificulta o preenchimento das vagas de docentes nesses locais.

Além disso, o preconceito institucional contra a modalidade EAD reforça a desigualdade de acesso à educação superior. Milhões de brasileiros, atualmente matriculados em cursos a distância, têm seus direitos limitados e são socialmente estigmatizados pelas políticas recentes do MEC.

Essas decisões afetam diretamente a inclusão social e enfraquecem o potencial do programa em cumprir sua missão de reduzir o apagão docente nas regiões mais vulneráveis.

Portanto, enquanto o Pé-de-Meia Licenciaturas apresenta iniciativas relevantes para fortalecer a educação básica, a exclusão de alunos de EAD se mostra contraditória e prejudicial. Promover uma política verdadeiramente inclusiva exige reconhecer a importância do ensino a distância, especialmente em regiões onde ele é a única alternativa viável para a formação de professores.

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