Economizar cimento na construção da sua casa pode ser uma estratégia muito inteligente para manter o orçamento em dia. Mas calma! Isso não significa usar menos cimento do que o necessário. O ideal é entender a quantidade exata que você precisa, usá-la de maneira correta e, especialmente, evitar desperdícios.
Ao falar sobre materiais e métodos de construção, sempre consulte o engenheiro responsável pela obra. Este texto é um guia para te ajudar a conversar com esse profissional e identificar onde você pode economizar de verdade. As melhores economias vêm do planejamento cuidadoso e da boa execução.
A importância do projeto estrutural na economia de cimento
O projeto estrutural é a base de qualquer economizar inteligente. Esse documento é onde o engenheiro define a carga que cada pilar, viga e laje vai suportar, determinando a resistência do concreto necessária em cada ponto da sua casa.
Seguir o projeto à risca é fundamental para evitar a “superdosagem”, que é quando se usa um concreto mais forte apenas por precaução. Essa prática não só é desnecessária, mas também pode levar ao desperdício de cimento e um aumento nos custos. Um projeto bem elaborado garante a segurança, usando apenas a quantidade certa de material.
Como o “traço” do concreto evita o desperdício?
O traço do concreto é essencialmente a receita da mistura: a proporção correta entre cimento, areia, brita e água. Respeitar o traço indicado pelo engenheiro é crucial para garantir que o concreto tenha a resistência definida, sem usar mais cimento do que o necessário.
No canteiro de obras, é uma boa prática usar caixas medidoras (padiolas) em vez de pás para medir os materiais. Isso ajuda a padronizar a mistura. O método de “pazadas” é impreciso e pode resultar em um consumo de cimento até 10% maior, sem trazer benefício real em qualidade ou segurança.
Reduzindo o consumo de cimento com a escolha certa de blocos
Sim, a escolha dos blocos pode fazer toda a diferença. A qualidade e o tipo de material utilizados na alvenaria afetam diretamente o consumo de argamassa. Optar por blocos de concreto ou blocos cerâmicos de qualidade, que tenham dimensões uniformes, permite juntas mais finas e diminui a necessidade de um reboco grosso para corrigir imperfeições.
Além disso, sistemas como a alvenaria estrutural, onde o próprio bloco serve como pilar, podem eliminar a necessidade de muitas vigas e pilares de concreto. Isso gera uma economia significativa na quantidade de cimento utilizada na obra.
Principais fontes de desperdício no canteiro de obras
Se uma obra não for bem gerenciada, o desperdício pode ser alarmante, chegando a mais de 20% do cimento comprado. Os principais culpados são o armazenamento inadequado, assim como a preparação e o transporte da argamassa.
Sacos de cimento expostos à umidade podem empedrar e, assim, são perdidos. Argamassa que cai durante o transporte ou na aplicação pode parecer um detalhe pequeno, mas é dinheiro jogado fora. Preparar uma quantidade maior de mistura do que você vai usar imediatamente também é uma fonte de desperdícios, já que o material endurece.
A importância do armazenamento e preparo corretos
As soluções para evitar desperdícios são simples e dependem da organização do canteiro. O cimento deve ser armazenado em paletes de madeira, em um local coberto e ventilado, longe de paredes úmidas. Cada saco de cimento tem um custo entre R$ 35 e R$ 50 e deve ser visto como um investimento.
Na hora de preparar a argamassa, faça isso em um local limpo e o mais próximo possível do ponto de uso. Preparar a mistura em quantidades menores com mais frequência ajuda a garantir que todo o material seja utilizado antes de começar a endurecer, evitando assim perdas desnecessárias.
A “cura” do concreto e sua contribuição para a economia
Indiretamente, a cura do concreto contribui sim para a economia. Este processo consiste em manter o concreto úmido durante os primeiros dias após a concretagem. Isso é crucial para que as reações químicas do cimento aconteçam completamente, permitindo que a estrutura atinja a resistência projetada.
Negligenciar a cura pode fazer todo o cimento utilizado não funcionar em seu máximo potencial, resultando em uma estrutura fraca. Isso pode gerar custos altos com reparos e reforços no futuro. Portanto, cuidar da cura é garantir que seu investimento no cimento valha realmente a pena.
