O BPC é um benefício assistencial que atende algumas pessoas específicas. Por isso há muita dúvida sobre quem realmente pode receber.
O Benefício de Prestação Continuada (BPC), instituído pela Lei Orgânica da Assistência Social (LOAS), é um suporte financeiro essencial para pessoas em situação de vulnerabilidade social no Brasil.
Esse benefício atende tanto idosos com 65 anos ou mais quanto pessoas com deficiência que comprovem incapacidade para o trabalho. Para ter direito ao BPC, é necessário que a renda familiar per capita seja inferior a um quarto do salário mínimo vigente.
Diferentemente de outros benefícios, ele não exige contribuição prévia à Previdência Social, sendo destinado exclusivamente a quem realmente necessita, garantindo condições mínimas de sobrevivência e dignidade.
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Quais CIDs podem receber o BPC?
O BPC não está vinculado a um Código Internacional de Doenças (CID) específico, mas a avaliação da elegibilidade depende de uma análise detalhada realizada pelo INSS.
Essa análise inclui a condição médica e social do solicitante, considerando como a doença ou deficiência afeta sua capacidade de sustento. O foco principal é verificar a gravidade da situação de saúde e sua interferência na vida cotidiana.
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Doenças que comumente garantem o benefício
Embora não haja uma lista oficial de doenças que automaticamente assegurem o benefício, algumas condições frequentemente são aceitas, pois comprometem significativamente a saúde e a autonomia dos indivíduos. Entre elas estão:
- Alienação mental
- Artrite reumatoide
- Cardiopatia grave
- Cegueira
- Contaminação por radiação
- Doença de Chagas
- Doença de Crohn
- Doença de Huntington
- Doença de Parkinson
- Epilepsia refratária
- Esclerose lateral amiotrófica (ELA)
- Esclerose múltipla
- Mal de Alzheimer
- Nefropatia grave
- Neoplasia maligna
- Paralisia irreversível e incapacitante
- Síndrome da Imunodeficiência Adquirida (HIV/AIDS)
- Transtorno bipolar
- Tuberculose ativa
Essas doenças são exemplos de condições graves que podem ser avaliadas pelo INSS. No entanto, o direito ao benefício depende de uma análise criteriosa da incapacidade e da situação econômica do solicitante.
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Pessoas que fizeram transplantes podem receber?
Sim, pessoas que realizaram transplantes podem receber o BPC, desde que atendam aos critérios exigidos pelo programa. A concessão do benefício não é automática para transplantados, mas a condição pode ser considerada grave o suficiente para justificar o auxílio.
O impacto do transplante na saúde e na capacidade de sustento do solicitante é avaliado de forma individual pelo INSS. O processo inclui a análise de laudos médicos e exames que comprovem as limitações causadas pela cirurgia e possíveis complicações no pós-operatório.
Como funciona a comprovação de doença do BPC
A comprovação da doença para solicitação do BPC envolve três etapas principais. A primeira é a apresentação de documentos médicos, como laudos, exames e atestados, que demonstrem a gravidade da condição e sua influência na incapacidade de trabalho.
Em seguida, o solicitante passa por uma perícia médica realizada por um profissional do INSS. Durante essa etapa, o médico avalia os sintomas, as limitações físicas ou mentais e o impacto da doença na vida do indivíduo. O objetivo é determinar se a condição impossibilita o trabalho e compromete o sustento.
Além disso, o INSS realiza uma avaliação social, conduzida por um assistente social, para analisar a situação econômica e habitacional do solicitante. Essa etapa verifica se a renda familiar atende ao limite de um quarto do salário mínimo per capita.
A decisão final sobre a concessão do benefício é tomada com base nessas análises. Caso o pedido seja negado, o solicitante pode recorrer ou buscar orientação jurídica para reavaliar o processo.
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