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Desemprego no Brasil atinge menor índice da história, diz Pnad

A taxa de desemprego no Brasil caiu para 5,8% no trimestre que terminou em junho, marcando o menor nível desde que a série histórica começou, lá em 2012. Essa informação veio através da Pnad Contínua, divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) no dia 31 de agosto. Essa baixa foi uma grata surpresa, já que o mercado esperava uma taxa de 6%. Comparando com o trimestre de março, que tinha 7%, a mudança representa uma redução de 1,2 ponto percentual. E falando de um ano atrás, em junho de 2024, a taxa era de 6,9%, o que mostra como o cenário tem melhorado.

De acordo com Leonardo Costa, economista da ASA, o mercado de trabalho tende a sentir os efeitos das mudanças econômicas um pouco mais tarde. Mas, por enquanto, continua se mostrando forte e resiliente na economia do primeiro semestre. Ele acredita que, mesmo com uma possível desaceleração, o mercado de trabalho ainda será um ponto positivo para a economia.

Expectativas para o final do ano

A população ocupada subiu para 102,3 milhões de pessoas, o que representa um crescimento de 1,8% comparado ao trimestre anterior e 2,4% se olharmos para o mesmo período do ano passado, somando 2,4 milhões de novos postos. O nível de ocupação, que mede as pessoas empregadas em relação ao total que pode trabalhar, ficou em 58,8%, igualando o recorde alcançado entre setembro e novembro de 2024.

O número de desempregados é agora de 6,3 milhões, que é uma redução significativa de 1,3 milhão em relação ao trimestre anterior, o que equivale a uma queda de 17,4%. Se comparar com 2024, estamos falando de uma diminuição de 15,4%. O economista Maykon Douglas observou que, entre novembro passado e março deste ano, a taxa de desemprego esteve estabilizada em 6,4%. Mas, no segundo trimestre, a taxa caiu, em média, 0,2 ponto por mês, alcançando novas mínimas históricas. Enquanto isso, a massa salarial real registrou um aumento de 5,4% em relação ao ano anterior, destacando o emprego formal como protagonista na criação de vagas, mesmo diante de uma taxa de juros reais de 9,5%.

Maykon também prevê que a taxa de desemprego deve rondar os 6% até o final do ano. Isso indica que o mercado de trabalho deve continuar aquecido. Nesse cenário, espera-se que o Copom mantenha uma política monetária restritiva por um tempo maior, evitando reduções nas taxas de juros em 2025.

Menos informalidade no mercado

O número de empregados com carteira assinada no setor privado chegou a 39 milhões, um recorde! Esse aumento significa um crescimento de 0,9% em relação ao trimestre anterior e 3,7% no comparativo anual.

Falando sobre a informalidade, que é a taxa de trabalhadores sem carteira, autônomos sem CNPJ e colaboradores familiares, caiu para 37,8%, a segunda menor já registrada. Isso representa 38,7 milhões de pessoas. O único momento em que a taxa foi menor foi entre abril e junho de 2020, durante o auge da pandemia.

Apesar de um aumento de 2,6% no número de trabalhadores sem carteira assinada, subindo para 13,5 milhões, e um crescimento de 3,8% entre os autônomos com CNPJ, o aumento do emprego formal ajudou a reduzir a informalidade globalmente.

Desalento em baixa

O número de desalentados, aquelas pessoas que desistiram de procurar emprego porque achavam que não encontrariam, caiu para 2,8 milhões — o menor número desde 2016. Essa diminuição representa uma queda de 13,7% em relação ao trimestre anterior e de 14% comparando com 2024, onde havia 3,2 milhões de trabalhadores nessa situação.

Crescimento no setor público

Analisando os setores, o setor público foi o único a mostrar crescimento no número de empregos em relação ao trimestre anterior. Agora, são 12,8 milhões de empregados nesse setor, uma alta de 5% no trimestre e 3,4% no ano, estabelecendo um novo recorde.

Na comparação anual, alguns setores se destacaram em termos de crescimento de oportunidades:

  • Indústria geral: +4,9% (mais 615 mil pessoas)
  • Comércio e reparo de veículos: +3% (mais 561 mil)
  • Transporte, armazenagem e correio: +5,9% (mais 331 mil)
  • Informação, comunicação, atividades financeiras, imobiliárias e administrativas: +3,8% (mais 483 mil)
  • Administração pública, saúde e educação: +3,7% (mais 680 mil)

Rendimentos em alta

Por último, o rendimento médio mensal real habitual atingiu a marca de R$ 3.477, um novo recorde! Esse valor subiu 1,1% no trimestre e 3,3% em relação ao ano passado.

A massa de rendimento real habitual, que é a soma dos rendimentos de todos os trabalhadores, chegou a R$ 351,2 bilhões, também um recorde. Isso representa um aumento de 2,9% no trimestre e 5,9% em um ano, o que dá uma ideia do avanço geral no ganho dos trabalhadores.

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