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Corte no Bolsa Família afeta 3,5 milhões de pessoas e muda regras para quem mora sozinho

Revisão no Bolsa Família altera regras para quem mora sozinho. Benefício será mantido apenas com visita domiciliar e cadastro atualizado no CRAS.

O corte bilionário no Bolsa Família começou a valer em março de 2025 e alterou a rotina de quem depende desse benefício. A decisão do Governo Federal pretende economizar R$ 7,7 bilhões ao longo do ano.

Para isso, o Ministério do Desenvolvimento Social apertou as regras de cadastro e intensificou a fiscalização. O grupo mais afetado são os beneficiários unipessoais, ou seja, pessoas que moram sozinhas. Esse público, que representa cerca de 3,5 milhões de famílias, agora precisa comprovar presencialmente a condição de vulnerabilidade.

Antes, bastava informar os dados no cadastro. Agora, a permanência no programa exige visita domiciliar e checagem por parte do CRAS. A mudança ocorre após a identificação de possíveis fraudes concentradas nesse grupo. Só em março, o governo retirou 2,4 milhões de beneficiários do programa.

Essa revisão faz parte de um esforço iniciado no fim de 2024, mas que ganhou força apenas no início deste ano. Com isso, o governo busca garantir que os recursos cheguem a quem realmente precisa.

Bolsa Família.
Corte de R$ 7,7 bilhões no Bolsa Família afeta famílias unipessoais. Veja quem segue no programa e o que mudou nas regras em março. (Foto: Jeane de Oliveira / www.cadunicobrasil.com.br).

Quem será mantido no Bolsa Família?

Mesmo com o corte bilionário no Bolsa Família, alguns grupos não serão afetados pelas novas exigências. Segundo o Ministério do Desenvolvimento Social, pessoas em situação de rua, indígenas e quilombolas continuam recebendo o benefício sem passar pela visita obrigatória.

A exclusão dessas famílias da nova exigência evita que grupos vulneráveis sejam ainda mais prejudicados. Atualmente, o programa atende mais de 20,5 milhões de famílias em todo o país.

A intenção do governo é ajustar os critérios de elegibilidade, direcionando os recursos para quem cumpre os requisitos. O corte, portanto, mira especialmente quem declarou morar sozinho, mas não comprovou essa condição.

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Revisão orçamentária reduz recursos para o Bolsa Família

Em 12 de março, o Governo Federal enviou ao Congresso Nacional uma proposta para cortar R$ 7,7 bilhões do orçamento do Bolsa Família. Com isso, o valor disponível caiu de R$ 167,2 bilhões para R$ 159,5 bilhões. A revisão foi feita de última hora e surpreendeu parte da população que esperava reforço no programa.

Diferente do que se cogitou inicialmente, o governo descartou repor os valores ao longo do ano. A medida é definitiva, e os beneficiários precisam ficar atentos às novas regras para evitar o bloqueio do benefício. A fiscalização se intensificou e a permanência no programa exige atenção constante ao cadastro.

Como funciona o Bolsa Família unipessoal em 2025?

Quem mora sozinho e quer receber o Bolsa Família precisa cumprir algumas etapas. O primeiro passo é estar com o CadÚnico atualizado, com renda mensal de até R$ 218 por pessoa. Esse valor continua sendo o critério principal para participar do programa.

Após o cadastro, o beneficiário deve aguardar uma entrevista domiciliar, realizada por um agente do CRAS. Essa visita é obrigatória para confirmar a condição unipessoal e validar os dados informados. Só depois dessa etapa o governo analisa o pedido e define a liberação do pagamento.

Etapas para receber o Bolsa Família como unipessoal

  1. Cadastre-se no CadÚnico: compareça ao CRAS mais próximo com CPF, RG, comprovante de endereço e informações sobre renda.
  2. Participe da entrevista: um agente pode visitar sua residência para confirmar a condição de moradia sozinha.
  3. Aguarde a análise: o pedido será avaliado com base nas informações do sistema e na visita.
  4. Acompanhe o status: use o app Meu CadÚnico ou entre em contato com o CRAS para acompanhar.
  5. Receba o pagamento: o valor aprovado será depositado na conta digital da Caixa, acessível pelo Caixa Tem.

O corte bilionário no Bolsa Família exige atenção redobrada de quem depende do benefício. Manter os dados atualizados e acompanhar as regras pode evitar a suspensão dos repasses.

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