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Cadastro biométrico do Bolsa Família: novas regras e detalhes

A partir de novembro de 2025, quem recebe o Bolsa Família vai precisar fazer um cadastro biométrico obrigatório para continuar recebendo o benefício. Essa mudança envolve a impressão digital e o reconhecimento facial e tem o intuito de aumentar a segurança e combater fraudes no principal programa de transferência de renda do Brasil.

Essa decisão faz parte de um plano mais amplo de modernização dos programas sociais, conectando o Bolsa Família ao sistema de biometria nacional. O governo afirma que essa iniciativa vai facilitar o acesso aos pagamentos e garantir que os recursos cheguem a quem realmente precisa.

O que é o cadastro biométrico do Bolsa Família

O cadastro biométrico consiste em registrar as impressões digitais e o reconhecimento facial dos beneficiários. Essa prática já está presente em bancos e em serviços públicos, e agora será integrada ao Cadastro Único (CadÚnico), que identifica as famílias em situação de vulnerabilidade.

De acordo com o Ministério da Gestão e Inovação em Serviços Públicos (MGI), essa iniciativa faz parte de uma estratégia de segurança digital e autenticação unificada. A proposta é adotar a biometria em todos os benefícios sociais e trabalhistas oferecidos pelo governo.

O Secretário de Governo Digital, Rogério Mascarenhas, comentou que esse cadastro vai ajudar a agilizar o acesso aos benefícios, permitindo que os pagamentos sejam feitos em canais mais próximos das residências, o que evita deslocamentos longos.

Quem precisa fazer o cadastro biométrico

O cadastro biométrico será obrigatório para todos os beneficiários do Bolsa Família que ainda não tenham biometria registrada no Gov.br, no Caixa Tem ou em outros sistemas governamentais.

Quem deve fazer o cadastro:

  • Titulares e responsáveis familiares inscritos no CadÚnico.
  • Beneficiários que recebem o Bolsa Família ou o Auxílio Gás.
  • Novos cadastrados que ainda não possuem dados biométricos.
  • Famílias que atualizarem o cadastro em 2025 e não tiverem registro digital.

Estão dispensados:

  • Idosos com mais de 80 anos.
  • Pessoas com dificuldades de mobilidade.
  • Indivíduos com deficiências físicas ou cognitivas que impeçam o registro biométrico.
  • Beneficiários em tratamento médico contínuo, com comprovação.

Quem estiver dispensado não terá o benefício suspenso, desde que a situação esteja devidamente registrada no CadÚnico com confirmação por laudo médico.

Onde e como realizar o cadastro biométrico

Os beneficiários poderão fazer o cadastro gratuitamente em diversos canais, especialmente em áreas onde o acesso digital é mais limitado.

1. Aplicativo Gov.br

Se já tiver o aplicativo Gov.br instalado, a pessoa pode realizar o reconhecimento facial pelo celular. É só seguir as instruções no menu “Minha Conta → Segurança e Privacidade → Biometria Facial”.

2. Aplicativo Caixa Tem

Outra opção é usar o Caixa Tem, que será atualizado para registrar ou validar a biometria facial.

3. Agências da Caixa Econômica Federal

Quem preferir atendimento presencial pode ir a uma agência da Caixa com um documento de identificação e CPF. O registro é feito por meio de um scanner de impressão digital e reconhecimento facial.

4. Postos do CadÚnico e Centros de Referência de Assistência Social (CRAS)

Os municípios também oferecerão o serviço nos CRAS e unidades de cadastramento do CadÚnico, com acompanhamento de um calendário escalonado para evitar filas.

Por que o governo adotou a biometria no Bolsa Família

O principal motivo para essa mudança é combater fraudes e garantir que os recursos públicos sejam usados corretamente. Recentemente, a Controladoria-Geral da União (CGU) e o Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social (MDS) encontraram muitos cadastros irregulares, como duplicidades e usos indevidos de CPFs.

Integrar a biometria ao sistema vai ajudar a identificar beneficiários únicos. Isso evita que uma pessoa receba o benefício em nome de diferentes famílias. Além de segurança, a biometria simplifica o acesso aos pagamentos digitais, eliminando problemas como senhas esquecidas.

Vantagens do novo sistema

  • Redução de fraudes e pagamentos indevidos.
  • Maior segurança nos saques e movimentações.
  • Integração com o Gov.br e outros programas sociais.
  • Facilidade de acesso a serviços públicos e benefícios.
  • Menos burocracia no recadastramento e atualização de dados.

O que acontece com quem não fizer o cadastro

Quem não realizar o cadastro biométrico pode ter o benefício bloqueado temporariamente até regularizar a situação. O processo de implementação será gradual, priorizando quem já recebe há mais tempo e ainda não possui biometria cadastrada.

Os beneficiários serão avisados sobre a pendência por meio de:

  • Aplicativo Bolsa Família.
  • Aplicativo Caixa Tem.
  • Mensagem de texto (SMS).
  • Extrato de pagamento da Caixa.

Eles terão um prazo de até 60 dias após o aviso para regularizar a situação; caso contrário, o pagamento será suspenso.

Calendário oficial do Bolsa Família – outubro e novembro de 2025

Os pagamentos seguirão um calendário escalonado por número final do NIS, começando sempre nas sextas-feiras.

Outubro de 2025

  • 1: 20 de outubro
  • 2: 21 de outubro
  • 3: 22 de outubro
  • 4: 23 de outubro
  • 5: 24 de outubro
  • 6: 27 de outubro
  • 7: 28 de outubro
  • 8: 29 de outubro
  • 9: 30 de outubro
  • 0: 31 de outubro

Novembro de 2025

  • 1: 14 de novembro
  • 2: 17 de novembro
  • 3: 18 de novembro
  • 4: 19 de novembro
  • 5: 21 de novembro
  • 6: 24 de novembro
  • 7: 25 de novembro
  • 8: 26 de novembro
  • 9: 27 de novembro
  • 0: 28 de novembro

O cadastro biométrico e a transição digital do Bolsa Família

A digitalização do Bolsa Família é parte de um esforço maior do governo para modernizar os programas sociais. Desde a reformulação em 2023, o foco tem sido criar um benefício mais seguro, transparente e eficiente, diminuindo fraudes e melhorando o atendimento ao cidadão.

A biometria também será integrada à Carteira de Identidade Nacional (CIN), unificando documentos com dados biográficos e biométricos, o que facilitará a autenticação dos beneficiários em todo o país.

O que dizem os especialistas

Analistas de políticas públicas veem essa mudança como um avanço tecnológico importante, mas advertem sobre os desafios de inclusão digital. Em algumas áreas do Brasil, especialmente no Norte e Nordeste, a dificuldade de acesso à internet e à infraestrutura de atendimento ainda é um problema.

Luciana Barbosa, pesquisadora do Instituto de Políticas Sociais (IPS), destaca que, apesar dos benefícios em segurança e eficiência, é essencial garantir que ninguém fique de fora por falta de acesso tecnológico. O governo prometeu expandir a rede de atendimento presencial e parcerias com prefeituras para evitar essas exclusões.

Diego Marques

Tenho 21 anos e sou de Sobral (cidade onde foi comprovada a teoria da relatividade em 1919), atualmente, estou terminando a faculdade de enfermagem e trabalhando na redação de artigos, através das palavras, busco ajudar o máximo de usuários possíveis.

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