Bolsa brasileira marca terceiro recorde em 18 meses
O Ibovespa, que é o principal índice da Bolsa brasileira, teve um desempenho empolgante na semana passada, encerrando com uma alta de 3,21%, alcançando os 141.264 pontos. Essa alta já é a terceira vez que o índice bate seu recorde histórico nos últimos 18 meses.
Esse otimismo no mercado está ligado à queda nos juros futuros (DI), que foram para 13,33% no contrato com vencimento em 2025, uma redução de 1,70% somente nessa semana. Com juros mais baixos, os investimentos em renda variável, como ações e fundos imobiliários, se tornam mais atraentes. Isso acontece porque o custo de oportunidade desses ativos diminui.
Essa análise é do Sergio Ricciardi, sócio da Wiser | BTG Pactual, que falou sobre o assunto no quadro "Perspectivas da Semana", disponível no canal do Monitor do Mercado no YouTube.
Além do Ibovespa, o IFIX, que mede o desempenho dos fundos imobiliários, também teve um bom resultado, subindo 0,94% e fechando a semana com 3.495 pontos. Essa valorização dos fundos se deve, em grande parte, à queda nos juros futuros, que ajudou a melhorar a precificação no mercado.
Os investidores de renda fixa também ganharam com essa movimentação. O fechamento da curva de juros teve um impacto positivo nos preços dos títulos, fazendo com que muitos conseguissem resultados melhores com as novas marcas mais baixas.
S&P 500 renova máxima
Nos Estados Unidos, o índice S&P 500 também está em alta, subindo 1,72% e alcançando 6.279 pontos, o que também é uma nova máxima histórica. Para os que acompanham a cotação do dólar, ele teve uma queda de 1,03%, fechando perto de R$ 5,40 — bem distante dos R$ 6,30 que vimos no fim de 2024, quando os mercados estavam mais tensos.
Os rendimentos das Treasuries, títulos do governo americano, também subiram 1,71%, terminando a semana em 4,34%. Essa informação é importante porque ela pode sinalizar o que o mercado espera em relação aos juros nos EUA.
Perspectiva para os juros nos EUA muda
A expectativa sobre a redução da taxa de juros nos Estados Unidos foi adiada. Antes, o mercado previa que isso aconteceria entre junho de 2026, com a taxa podendo cair para a faixa de 3% a 3,25%. Agora, essa expectativa foi deslocada para setembro de 2026, o que sugere um ciclo de cortes mais lento do que anteriormente imaginado.
Na próxima reunião do Federal Reserve (Fed), 95,3% dos analistas acreditam que a taxa de juros será mantida como está.
Agenda da semana
Na semana que vem, os investidores devem ficar atentos aos seguintes eventos:
- Terça-feira: Vendas no varejo no Brasil
- Quarta-feira: Ata da última reunião do FOMC
- Quinta-feira: Dados semanais de emprego nos EUA e divulgação do IPCA
- Sexta-feira: Relatório WASDE, focado em commodities como milho, soja, café e trigo
Além disso, saem dados sobre o setor de serviços no Brasil e o fluxo de capital estrangeiro, que podem impactar a Bolsa brasileira e os ativos de mercado.