Alterações nas regras do Benefício de Prestação Continuada preservam o direito de pessoas com deficiência leve e fortalecem a política social
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva sancionou, com vetos importantes, o projeto de lei que altera o Benefício de Prestação Continuada (BPC). A decisão foi publicada no Diário Oficial da União, assegurando o direito de pessoas com deficiência leve ao benefício.
A manutenção desse acesso reflete um esforço para equilibrar as políticas sociais com as exigências fiscais. Mesmo diante de ajustes propostos pelo governo, o veto evitou que critérios mais restritivos fossem adotados, gerando intensa repercussão no Congresso e entre representantes da sociedade civil.
Além das mudanças no BPC, novas regras foram definidas para o Bolsa Família e o salário mínimo, indicando um cenário de adaptações econômicas e sociais para 2025.
O Benefício de Prestação Continuada em 2025
O BPC, que garante um salário mínimo mensal para idosos a partir de 65 anos e pessoas com deficiência de baixa renda, segue como uma das principais políticas sociais do Brasil.
O veto presidencial ao trecho que restringiria o benefício a pessoas com deficiência moderada ou grave foi justificado pelo risco de insegurança jurídica.
Com a sanção da nova lei, o BPC permanece acessível para pessoas com deficiência leve, desde que atendam aos critérios de renda familiar.
Atualmente, a renda per capita do núcleo familiar não pode ultrapassar um quarto do salário mínimo. Esse limite continua sem alterações, garantindo o suporte financeiro para milhões de brasileiros.
Além disso, novas exigências foram incluídas para aumentar a transparência e a eficiência do programa. Entre elas:
- Atualização cadastral obrigatória a cada dois anos;
- Cadastro biométrico para os beneficiários, exceto em locais com dificuldades tecnológicas;
- Inclusão do código da Classificação Internacional de Doenças (CID), fornecido por médicos responsáveis.
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Vetos evitam restrições e garantem estabilidade
Durante a tramitação do projeto, havia a proposta de limitar o benefício às famílias com apenas um membro elegível. No entanto, essa ideia foi rejeitada, permitindo que várias pessoas da mesma família continuem recebendo o BPC em casos de extrema vulnerabilidade.
Outro veto significativo anulou a revogação de um dispositivo relacionado ao reingresso no Bolsa Família. O governo argumentou que a mudança poderia gerar insegurança jurídica nas regras de elegibilidade, comprometendo a estabilidade do programa.
Esses vetos refletem um esforço para preservar direitos conquistados e evitar medidas que pudessem prejudicar a população mais vulnerável.
Regras mais rígidas para controle do benefício
Apesar dos vetos, a nova legislação trouxe ajustes importantes no cálculo da renda familiar e nas exigências para a concessão do BPC. A soma de todos os rendimentos brutos dos moradores de uma mesma residência será considerada, independentemente do grau de parentesco.
Além disso, como visto, o benefício também passa a depender do cadastro biométrico, uma medida para garantir maior segurança nos pagamentos. No entanto, exceções foram previstas para locais de difícil acesso ou onde a tecnologia ainda não esteja disponível, preservando o direito dos beneficiários.
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Reajuste do salário mínimo e o impacto nas políticas sociais
A nova fórmula de cálculo do salário mínimo para 2025 estabelece limites para o aumento real, que pode variar entre 0,6% e 2,5% acima da inflação.
Para o próximo ano, espera-se que o salário mínimo alcance R$ 1.518, um reajuste que mantém o equilíbrio entre as necessidades da população e as restrições fiscais do governo.
Embora o valor básico do BPC esteja vinculado ao salário mínimo, o impacto direto do reajuste será limitado aos beneficiários que dependem de outros cálculos relacionados à renda familiar.
Relevância social
O BPC permanece essencial para milhões de brasileiros em situação de vulnerabilidade. Em 2024, mais de 5,7 milhões de pessoas recebiam o benefício, sendo 3,12 milhões idosos e 2,58 milhões pessoas com deficiência.
As mudanças recentes visam aumentar a eficiência e a transparência na concessão do benefício, ao mesmo tempo que mantêm critérios justos e acessíveis.
Para 2025, a expectativa é de que o programa continue fortalecendo sua relevância social, enquanto o governo busca equilibrar despesas públicas e demandas sociais.
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Dados importantes:
- O BPC beneficiou 5,7 milhões de pessoas em 2024.
- Mais de 2,5 milhões de beneficiários são pessoas com deficiência.
- O reajuste do salário mínimo para 2025 será de 2,5%, elevando o piso para R$ 1.518.
Com ajustes estratégicos e foco na inclusão, o Benefício de Prestação Continuada segue como um pilar fundamental da assistência social no Brasil, garantindo suporte a quem mais precisa.