Auxílio-maternidade e Imposto de Renda: entenda relação entre benefício e declaração
Salário-maternidade é considerado rendimento tributável e deve ser declarado no Imposto de Renda. Saiba como informar corretamente esse benefício e evite problemas com o Fisco.
A chegada de um filho transforma a vida de qualquer família. Com a nova rotina, também surgem várias obrigações que exigem atenção redobrada. Entre elas, muitas mães se deparam com dúvidas sobre como lidar com os benefícios recebidos durante o afastamento do trabalho.
Quando o ano vira, chega o momento de fazer a declaração do Imposto de Renda. Para quem recebeu auxílio-maternidade, esse processo pode levantar questões que confundem. Afinal, como informar corretamente esse valor? E será que ele aumenta o imposto a pagar?
Essas perguntas aparecem com frequência e merecem explicações claras. Compreender como o benefício funciona na prática ajuda a evitar surpresas desagradáveis na hora de acertar as contas com o Fisco.

Auxílio-maternidade no Imposto de Renda
Mesmo sendo uma ajuda oferecida durante um período delicado da vida, o auxílio-maternidade conta como um rendimento tributável. Ou seja, ele entra na conta do total que o sistema considera para calcular quanto a pessoa deve pagar de imposto ou quanto pode receber de volta.
O valor do benefício não é isento. Ao contrário do que muitas pessoas pensam, ele entra como se fosse salário comum. A Receita entende que, por substituir a renda da mãe durante o afastamento, o auxílio deve entrar na conta total de ganhos do ano.
O INSS faz um desconto inicial de imposto ao repassar o valor, mas esse abatimento costuma ser pequeno. No fim do ano, a Receita recalcula tudo com base no que a contribuinte recebeu ao longo dos meses.
Lembrando que, se os valores somados ultrapassarem o limite das faixas menores, a alíquota aumenta, e o resultado pode ser um imposto extra para a contribuinte brasileira.
Saiba mais: Quando cai a restituição do Imposto de Renda? Veja o calendário de 2025
Por que o benefício pode anular a restituição
Muitas mulheres esperam receber uma quantia de volta na hora da declaração. No entanto, ao incluir o valor do auxílio, o cálculo pode mudar. Isso acontece porque o benefício eleva a base sobre a qual o imposto incide. Quando o total de rendimentos sobe, o valor que seria restituído diminui ou desaparece.
Mesmo com a retenção feita pelo INSS, o sistema pode apontar que a quantia paga não cobriu toda a obrigação. Nesses casos, a Receita pede a diferença. Esse ajuste causa surpresa, já que o benefício costuma ser visto como uma ajuda, e não como um acréscimo à renda tributável.
Por isso, muitas mães só descobrem o problema ao preencher a declaração do Imposto de Renda. O valor aparece automaticamente quando o informe de rendimentos do INSS é inserido no sistema. Com a soma total dos ganhos, o resultado muda e o imposto a pagar surge.
A primeira medida é organizar todos os documentos do ano anterior. O informe do INSS mostra o valor recebido e o quanto foi descontado. No Imposto de Renda, esses números devem ser incluídos corretamente na ficha de rendimentos tributáveis recebidos de pessoa jurídica.
Veja também: Receita Federal alerta: quem não entregar Imposto de Renda vai enfrentar penalidades
Dicas para evitar surpresas no IR
Não se deve colocar o valor em categorias de isenção, pois o sistema pode acusar erro. O ideal é seguir o campo correto, conforme o tipo de contribuinte. Caso a pessoa tenha trabalhado em regime CLT antes ou depois do afastamento, esses valores também devem ser somados ao total.
O sistema da Receita calcula automaticamente o valor devido, considerando todas as fontes de renda. Se houver imposto a pagar, o contribuinte pode quitar à vista ou optar pelo parcelamento. O sistema oferece essas opções antes da finalização da entrega.
Então, para não ser pega desprevenida, a contribuinte deve analisar os valores logo nos primeiros dias de declaração. Ao verificar o informe de rendimentos, já é possível ter uma noção se o valor pode afetar o saldo final.
Outra dica importante é fazer simulações no programa da Receita. Isso ajuda a entender o comportamento da declaração antes de enviá-la. Testar diferentes formas de preenchimento pode evitar erros e reduzir o imposto.
Também vale buscar orientação com um profissional de contabilidade. Mesmo que a declaração pareça simples, pequenos detalhes podem mudar o resultado final. Um bom planejamento pode fazer diferença nos próximos anos.
Saiba mais: INSS por dependente: aprenda a declarar corretamente no Imposto de Renda deste ano
O que fazer quando surge imposto a pagar
Se a Receita apontar uma quantia a ser quitada, a contribuinte pode gerar o boleto diretamente no sistema. O pagamento deve ser feito dentro do prazo para evitar multas e juros. Quem não consegue pagar tudo de uma vez pode dividir em até oito vezes, desde que respeitado o valor mínimo da parcela.
O sistema permite acompanhar as parcelas por meio do portal e emitir as guias sempre que necessário. Também é possível pagar antecipadamente caso haja condição de quitar o saldo.
A regularização do Imposto de Renda evita problemas com o CPF e permite acesso a outros serviços, como empréstimos ou concursos públicos. Por isso, é importante cumprir os prazos e manter tudo em dia.
Declarar corretamente os valores recebidos, inclusive o auxílio-maternidade, faz parte da responsabilidade fiscal. Mesmo sendo um período especial na vida de muitas mulheres, o afastamento não isenta a obrigação de acertar as contas com o governo.
Manter os documentos organizados, revisar as informações com calma e entender como os valores se comportam dentro do programa são passos simples que evitam prejuízos no futuro. Assim, a declaração se torna uma etapa tranquila, sem sustos ou cobranças inesperadas.