Auxílio-doença digital: INSS libera benefício com atestado médico online e sem perícia presencial
Nova regra promete reduzir filas históricas do INSS e facilitar acesso ao auxílio-doença em casos de afastamento temporário.
Por muito tempo, pedir o auxílio-doença era sinônimo de fila, demora e desgaste. Para muitos trabalhadores, a espera pela perícia médica chegava a ultrapassar meses. Em 2025, essa realidade começou a mudar.
Agora, o benefício pode ser liberado apenas com um atestado médico digital, dispensando a presença em uma agência do INSS nos casos de afastamento temporário de até 60 dias. Uma medida que promete aliviar a vida de milhões de segurados e reduzir a sobrecarga do sistema previdenciário.
Na prática, a mudança significa que trabalhadores que precisarem se afastar por doença ou acidente leve não precisarão mais enfrentar a etapa presencial da perícia. Basta acessar o Meu INSS — pelo site ou aplicativo — e enviar os documentos solicitados, tudo de forma online.
É uma novidade que tende a diminuir significativamente a burocracia e a ansiedade de quem depende desse benefício para garantir a renda mensal. Situações mais graves, como invalidez ou doenças de longa duração, ainda seguirão exigindo a análise presencial, mas a maior parte dos pedidos temporários será resolvida com mais rapidez.
Como funciona a solicitação online
O processo digital é simples. O segurado deve reunir:
- Atestado médico digitalizado, assinado eletronicamente por um profissional de saúde;
- Laudos complementares, quando disponíveis;
- Informações de contato, caso seja necessária alguma checagem posterior.
Depois do envio, se a documentação estiver correta, o benefício começa a ser pago sem que o trabalhador precise comparecer a uma agência.
Quem pode ser atendido
A nova regra vale para diferentes perfis de segurados: trabalhadores da iniciativa privada, autônomos e contribuintes individuais, desde que estejam em dia com suas contribuições.
O ponto central é que a medida se aplica apenas a afastamentos de até 60 dias, quando o médico atesta que há necessidade de repouso, mas não há incapacidade permanente. Nos casos mais longos ou complexos, segue em vigor a perícia presencial.
Impacto direto sobre as filas
O histórico gargalo do INSS sempre foi a perícia médica. Em 2024, mais de 1 milhão de pessoas aguardavam avaliação, segundo números oficiais. Sem a exigência de comparecimento físico na maioria dos casos de curto prazo, a expectativa é que essa fila diminua drasticamente.
Isso também representa mais agilidade para liberar recursos a quem precisa e desafoga a rotina dos próprios peritos, que poderão focar nas situações de maior gravidade.
Vantagens da mudança
Entre os principais impactos positivos para trabalhadores e governo estão:
- Rapidez: a liberação, antes medida em meses, pode cair para poucos dias.
- Economia: menos deslocamentos até o INSS significam menos gastos com transporte e menos pressão sobre os serviços presenciais.
- Inclusão digital: especialmente importante para quem mora longe das capitais, onde o acesso às agências é mais difícil.
- Eficiência administrativa: libera os peritos para concentrarem esforços em casos delicados.
Pontos de atenção
Apesar do avanço, especialistas alertam para riscos. Um deles é a possibilidade de fraudes em atestados digitais, o que poderia aumentar os gastos da Previdência. Outro desafio é a exclusão digital, já que muitos segurados não têm acesso fácil à internet ou desconhecem como usar os serviços online.
Também existe a preocupação com erros em avaliações, já que sem a perícia presencial alguns detalhes clínicos podem não ser detectados. Segundo o governo, esses pontos estão sendo monitorados, com sistemas de verificação eletrônica e cruzamento de dados.
O programa Atestmed como base
Esse formato não surgiu do zero. Desde 2022, o programa Atestmed já permitia pedidos provisórios com base em atestados médicos digitais. A experiência acabou se consolidando e agora serve como alicerce para a ampliação nacional da medida.
Com isso, milhões de segurados passam a ter a possibilidade de acessar o benefício a distância, sem enfrentar o drama de filas que por décadas marcaram o processo.
O futuro do INSS
A meta do governo é transformar esse modelo em parte permanente da Previdência. Há discussões para que, no futuro, outros benefícios também sejam contemplados por versões digitais, incluindo prorrogações de auxílio e até revisões automáticas.
Especialistas enxergam nesse movimento um passo em direção a um INSS 100% digital, no qual apenas casos mais complexos exigiriam atendimento presencial.
O que já se percebe, neste momento, é que a chegada do auxílio-doença digital marca uma virada importante: menos burocracia, mais agilidade e mais dignidade para milhões de trabalhadores brasileiros que dependem desse suporte em momentos de vulnerabilidade.