Alertas da Serasa para trabalhadores rurais são renovados
No primeiro trimestre de 2025, a inadimplência entre os produtores rurais no Brasil voltou a subir, atingindo 7,9%. Essa situação é um reflexo das dificuldades que o setor agropecuário enfrenta devido a fatores econômicos e climáticos. Essa realidade afeta muitos agricultores em todo o país, dificultando o cumprimento de compromissos financeiros.
Um levantamento da Serasa Experian mostra que houve um aumento de 0,9 ponto percentual em relação ao mesmo período do ano anterior. Esse crescimento é atribuído principalmente aos custos elevados e perdas de receita em safras recentes. Mesmo com a colheita recorde de soja em 2025, que é o carro-chefe do agronegócio brasileiro, muitos produtores ainda lutam para regularizar suas dívidas, que estão atrasadas há mais de 180 dias.
Como a inadimplência do produtor rural evoluiu em 2025?
Quando comparamos o último trimestre de 2024 com o início de 2025, o índice nacional de inadimplência subiu 0,3 ponto percentual. Esse aumento indica que a situação vai além dos resultados das safras. Questões como acesso ao crédito, capacidade de renegociação e exposição a riscos de mercado também influenciam o cenário. Interessante notar que os grandes proprietários rurais têm enfrentado as maiores taxas de inadimplência, chegando a 10,7%. Esses produtores costumam recorrer a financiamentos maiores, tornando-se mais vulneráveis a mudanças nos preços e condições climáticas.
Quais segmentos do campo apresentaram mais dificuldade em 2025?
O estudo da Serasa detalha ainda que os arrendatários enfrentaram uma inadimplência de 9,5%, seguidos pelos produtores médios, com 7,8%, e pequenos produtores, com 7,2%. Isso mostra que, embora todos os segmentos do agronegócio estejam enfrentando desafios, as grandes propriedades podem sentir o impacto de forma mais intensa em tempos de crise.
- Grandes proprietários: 10,7% de inadimplência no período
- Arrendatários: 9,5% enfrentaram dificuldades em manter os pagamentos em dia
- Médios e pequenos produtores: respectivamente, 7,8% e 7,2% de inadimplência
Essa taxa de inadimplência não se relaciona apenas ao porte das propriedades, mas também à forma como os produtores lidam com as diferentes linhas de crédito e seu apetite por riscos.
Por que há diferenças regionais tão marcantes na inadimplência do produtor rural?
O cenário de inadimplência no Brasil é bem diverso e varia de estado para estado. No Rio Grande do Sul, por exemplo, o índice de inadimplência é o mais baixo do país, com apenas 4,8%. Isso é notável, já que os agricultores da região enfrentaram secas e enchentes nos últimos anos. Essa realidade é explicada pela eficácia de mecanismos de renegociação e pela facilidade de acesso a linhas de crédito emergenciais. O seguro rural na região também tem ajudado bastante.
Outros estados do Sul, como Paraná e Santa Catarina, mostraram resultados que vão bem, com inadimplência de 5,7% e 6%, respectivamente. Já Mato Grosso, apesar de ser o maior produtor de grãos do Brasil, ocupa uma posição intermediária com 9,5% de inadimplência. O Amapá, por outro lado, desafia os números com alarmantes 21,2% de inadimplência, assim como outros estados do Norte e Nordeste, que enfrentam menos apoio institucional.
- Região Sul: Menores taxas de inadimplência, com bons mecanismos de seguro e renegociação
- Região Norte: Altas taxas de inadimplência, menos acesso a crédito e suporte
- Mato Grosso: Níveis intermediários, Reflexo da grande diversidade de produção.
Como a inadimplência impacta o agronegócio brasileiro?
Os atrasos financeiros criam um efeito dominó que prejudica o fluxo de caixa das propriedades. Isso dificulta o planejamento para novas safras e investimentos em tecnologia e infraestrutura. Os produtores podem acabar comprometendo sua capacidade de enfrentar crises e aproveitar oportunidades de mercado, impactando, assim, todo o setor agroindustrial, que já é responsável por uma parcela significativa do PIB do Brasil.
No entanto, o panorama também demonstra a resiliência de muitos segmentos do agronegócio. Muitos produtores estão buscando renegociar dívidas e adotando mecanismos como o seguro rural para evitar prejuízos. Manter a sustentabilidade financeira e implementar práticas modernas de gestão são essenciais para enfrentar as oscilações do mercado e garantir que a produção continue firme no campo.