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Acúmulo de função: o que é, penalidades legais e como prevenir

Saiba o que é acúmulo de função, o que diz a CLT, como calcular o valor e quais estratégias ajudam a prevenir esse problema.

O acúmulo de função é uma situação comum em muitas empresas, mas ainda cercada de dúvidas. Ela ocorre quando o colaborador assume tarefas que não estão previstas em seu contrato original. Essa prática, se mal conduzida, pode gerar problemas trabalhistas.

É importante entender o que caracteriza o acúmulo e quais são os direitos do trabalhador nessa situação. Muitas vezes, a empresa não percebe que está atribuindo funções extras sem o devido reconhecimento. Isso compromete a motivação e a produtividade.

Tanto empregadores quanto empregados precisam conhecer as regras da CLT sobre esse tema. O conhecimento evita conflitos, previne ações judiciais e promove um ambiente de trabalho mais justo e equilibrado.

Acúmulo de função.
Entenda como identificar o acúmulo de função, o impacto para a empresa e o trabalhador, e o que fazer em casos de sobrecarga. (Foto: Jeane de Oliveira / www.cadunicobrasil.com.br).

O que é acúmulo de função?

Acúmulo de função acontece quando o trabalhador passa a exercer tarefas diferentes daquelas previstas no seu contrato. Isso ocorre sem que haja aumento salarial ou alteração formal em suas atribuições. Na prática, ele realiza duas ou mais funções ao mesmo tempo.

Esse cenário é diferente da polivalência, que é comum em algumas profissões. No acúmulo, o colaborador executa atividades de cargos distintos, com responsabilidades adicionais e fora da descrição contratual.

Quando isso acontece de forma frequente, o trabalhador tem o direito de reivindicar compensações financeiras. O reconhecimento dessa sobrecarga é garantido pela legislação trabalhista.

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O que diz a CLT sobre acúmulo de função?

A CLT não traz um artigo específico com a expressão acúmulo de função, mas protege o trabalhador por meio do princípio da alteração contratual. Segundo o artigo 468, qualquer mudança no contrato só pode ocorrer com consentimento mútuo.

Se a empresa impõe novas tarefas sem ajustar o salário ou atualizar o contrato, ela descumpre a lei. Isso dá ao funcionário o direito de buscar na Justiça o pagamento de uma gratificação pelo acúmulo.

Além disso, a Súmula 372 do TST reconhece esse direito quando o colaborador exerce funções distintas daquelas inicialmente contratadas. A justiça pode, inclusive, determinar pagamento retroativo.

Quais os impactos do acúmulo de função para o colaborador e para a empresa?

O acúmulo de função afeta diretamente o bem-estar do colaborador, que passa a lidar com excesso de responsabilidades. Isso aumenta o risco de estresse, sobrecarga física e emocional, além de reduzir a qualidade do serviço prestado.

Por outro lado, a empresa corre o risco de responder por processos trabalhistas e sofrer penalidades financeiras. Quando não reconhece a função extra, ela age em desacordo com a lei e compromete sua imagem.

Portanto, o impacto vai além do aspecto jurídico, atingindo também a cultura organizacional. Resolver isso com diálogo e clareza evita prejuízos para os dois lados.

Como identificar o acúmulo de função no ambiente de trabalho?

Para identificar o acúmulo de função, é necessário comparar as atividades que o colaborador realiza com as que estão descritas no contrato. Se houver tarefas que não pertencem à sua função original, pode haver acúmulo.

A empresa também deve observar se as novas atividades exigem habilidades ou responsabilidades diferentes. Quando isso acontece sem reajuste salarial ou formalização, o colaborador pode estar sendo prejudicado.

Manter uma descrição clara das funções de cada cargo ajuda a evitar esse tipo de situação. O diálogo constante com a equipe também facilita a identificação do problema.

Como calcular o acúmulo de função?

O cálculo do acúmulo de função varia conforme o grau de responsabilidade e o valor do mercado para a atividade extra. Em geral, a Justiça do Trabalho determina um adicional que pode variar entre 10% e 40% do salário base.

Não existe um percentual fixo definido por lei, pois cada caso depende da complexidade das funções acumuladas. O juiz analisa a diferença entre os cargos e o impacto na rotina do trabalhador.

Por isso, é importante guardar provas da nova atividade, como e-mails, registros de tarefas e testemunhos. Esses documentos ajudam a comprovar o acúmulo e garantem o direito à compensação.

Quais as estratégias para prevenir o acúmulo de função?

A principal estratégia é manter contratos bem redigidos, com descrição clara das atribuições de cada cargo. Assim, a empresa evita interpretações erradas e protege-se contra futuros questionamentos.

Também é essencial revisar periodicamente as atividades exercidas por cada colaborador. Quando surgirem novas demandas, o ideal é reavaliar o contrato e negociar o ajuste salarial correspondente.

Por fim, a empresa deve manter canais de comunicação abertos para ouvir os colaboradores. Isso fortalece a relação entre as partes e contribui para um ambiente de trabalho mais transparente e equilibrado.

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