O Cadastro Único (CadÚnico) é muito mais do que apenas um jeito de registrar informações sociais. Ele foi criado para identificar famílias de baixa renda que podem participar de programas federais. Com o tempo, acabou se tornando um verdadeiro instrumento de inclusão financeira, especialmente em um momento em que o acesso ao crédito está se ampliando e novas políticas públicas estão surgindo.
Desde 2025, o CadÚnico ganhou um papel ainda mais importante. Ele não é só a porta de entrada para benefícios como o Bolsa Família, o Auxílio Gás e o Pé-de-Meia, mas também está sendo utilizado na análise de crédito pessoal realizada por bancos e fintechs. Isso significa que a maneira como suas informações estão registradas pode abrir ou limitar o acesso a oportunidades financeiras para milhões de brasileiros.
O que é o Cadastro Único e quem deve estar nele
O CadÚnico é um banco de dados nacional, mantido pelo Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome. Ele reúne informações de famílias com uma renda mensal de até meio salário mínimo por pessoa ou com uma renda total familiar de até três salários mínimos.
Para se cadastrar, o responsável pela família precisa:
- Ter mais de 16 anos.
- Apresentar documento de identificação de todos os membros da família.
- Comparecer ao CRAS (Centro de Referência de Assistência Social) da sua cidade.
O cadastro é gratuito e obrigatório para acessar programas importantes, como o Bolsa Família e o Auxílio Gás dos Brasileiros.
A nova integração entre CadÚnico e crédito pessoal
Nos últimos anos, o governo e as instituições financeiras começaram a integrar o CadÚnico às bases de dados para análise de crédito. O objetivo é identificar famílias vulneráveis que podem se beneficiar de linhas de microcrédito com taxas reduzidas e garantias simplificadas.
Em 2025, essa integração foi reforçada por instituições como a Caixa Econômica Federal e bancos como o Banco do Brasil e o Santander. Eles começaram a cruzar informações do CadÚnico com dados do Banco Central, o que fortalece a ideia de que um registro atualizado pode ser um indicador de confiabilidade e estabilidade social.
Como o Cadastro Único afeta o acesso ao crédito
O CadÚnico tem um papel crucial em duas áreas principais:
- Comprovação de renda e vínculo social.
- Avaliação de elegibilidade para crédito subsidiado.
Comprovação de renda
Para muitos brasileiros que estão no mercado informal ou desempregados, não ter contracheques ou comprovantes formais de renda pode ser uma barreira. Nesse caso, o CadÚnico funciona como um documento substituto, permitindo que os bancos avaliem a capacidade de pagamento com base nas informações socioeconômicas do indivíduo.
Elegibilidade para programas de crédito
A partir de 2024, o Programa de Microcrédito Produtivo e Orientado começou a priorizar famílias inscritas no CadÚnico. O crédito pode variar entre R$ 500 e R$ 5.000, com juros médios de 3% ao ano, bem abaixo das taxas convencionais. Essa iniciativa visa fomentar o empreendedorismo popular, favorecendo investimentos em pequenos negócios e capacitação profissional.
A importância de manter os dados atualizados
Um erro comum entre os beneficiários é não atualizar o CadÚnico regularmente. As informações precisam ser renovadas a cada dois anos ou sempre que acontecer:
- Mudança de endereço.
- Alteração na renda familiar.
- Nascimento ou falecimento de um membro da família.
- Inclusão em programas sociais.
Um CadÚnico desatualizado pode resultar em bloqueio de benefícios e dificultar o acesso a linhas de crédito, uma vez que os bancos cruzam essas informações.
O CadÚnico e o score de crédito
O score de crédito, que é mantido por empresas como Serasa e Boa Vista, é influenciado pelo comportamento financeiro, mas o CadÚnico ajuda as instituições a entenderem melhor o perfil socioeconômico do solicitante. Algumas fintechs já estão utilizando dados do CadÚnico para desenvolver modelos de crédito social, onde o pagamento regular de benefícios pode aumentar a confiança em um solicitante.
CadÚnico, Caixa Tem e inclusão financeira
O aplicativo Caixa Tem é a principal ferramenta para acessar serviços financeiros relacionados ao CadÚnico. Lançado em 2020, ele permite que beneficiários:
- Recebam pagamentos de programas sociais.
- Realizem transferências via Pix.
- Contratem empréstimos.
- Consultem saldo e extratos.
Com mais de 55 milhões de contas ativas em 2025, o Caixa Tem se tornou uma plataforma de inclusão bancária, especialmente para quem não tinha acesso a serviços financeiros tradicionais.
Como usar o CadÚnico para melhorar o crédito pessoal
Ter o Cadastro Único é um passo importante, mas não garante que o crédito será aprovado. Veja como ele pode ser útil:
1. Tenha um histórico de regularidade
Os bancos valorizam quem mantém o CadÚnico ativo e atualizado. Isso demonstra responsabilidade e aumenta a credibilidade.
2. Utilize o crédito de forma responsável
As linhas de microcrédito devem ser usadas para atividades produtivas. O uso consciente pode ajudar a melhorar seu histórico financeiro e abrir novas portas.
3. Pague em dia
Cumprir com o pagamento, mesmo de créditos pequenos, ajuda a construir um histórico positivo. Isso eleva o score e aumenta o limite disponível.
4. Combine o CadÚnico com o MEI
Muitos microempreendedores individuais (MEIs) também fazem parte do CadÚnico. Essa combinação é valiosa, pois o MEI garante formalização de renda, enquanto o CadÚnico atesta vulnerabilidade e estabilidade social, ampliando a chance de acesso a crédito público.
O futuro do CadÚnico e sua relação com o crédito
O governo tem projetos para integrar o CadÚnico ao Sistema Nacional de Garantias de Crédito. Isso vai permitir que famílias com bom histórico tenham acesso a financiamentos habitacionais e estudantis.
Além disso, o Ministério está estudando a criação de um sistema de pontuação social, que beneficiaria quem mantém seus dados atualizados e participa de programas de capacitação.
Essas iniciativas fazem parte de um esforço maior para promover inclusão financeira e social, buscando reduzir desigualdades e fortalecer a economia doméstica.
O CadÚnico, portanto, não é apenas um cadastro; ele é uma chave para a cidadania financeira no Brasil contemporâneo. Aproveitar todas essas oportunidades pode ser o primeiro passo para transformar desafios em conquistas.
