Iniciativa do Minha Casa, Minha Vida vai financiar melhorias em moradias de famílias com renda de até R$ 9,6 mil.
O governo federal lançou uma nova linha de crédito voltada à reforma e ampliação de moradias para famílias de baixa e média renda nas áreas urbanas.
A iniciativa faz parte do Minha Casa, Minha Vida (MCMV) e promete financiar serviços entre R$ 5 mil e R$ 30 mil, com juros reduzidos e prazos de até 60 meses para pagamento.
A medida, regulamentada pela Portaria nº 1.177/2025, tem o objetivo de garantir o direito à moradia adequada e diminuir o déficit de habitação digna no país.
Segundo o Ministério das Cidades, cerca de 1,3 milhão de residências no Brasil ainda não têm banheiro, um exemplo da precariedade estrutural enfrentada por milhões de famílias.
Crédito para quem quer melhorar a casa
O programa é voltado a famílias com renda bruta mensal de até R$ 9,6 mil que vivem em áreas urbanas.
A proposta é simples: permitir que o morador reforme a própria casa com condições acessíveis, seja para construir um quarto, reformar o banheiro, melhorar a estrutura do telhado ou adaptar o imóvel para acessibilidade.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva destacou que o programa é uma forma de facilitar o acesso à moradia digna:
“O cidadão que quiser reformar sua casa, fazer um banheiro, um quarto ou uma garagem, tem o direito de buscar crédito no banco com juros baixos, porque o governo sozinho não consegue fazer tudo.”
Como o programa está dividido
A nova linha de crédito está dividida em duas faixas, de acordo com a renda familiar:
- Faixa Melhoria 1 – voltada a famílias com renda de até R$ 3,2 mil mensais, com juros de 1,17% ao mês;
- Faixa Melhoria 2 – para famílias com renda entre R$ 3.200 e R$ 9,6 mil, com juros de 1,95% ao mês.
O valor das parcelas não poderá ultrapassar 25% da renda familiar, e cada beneficiário poderá realizar apenas um financiamento por vez.
Os prazos para quitação variam de 24 a 60 meses, a depender da faixa e do valor contratado.
Onde o programa será aplicado
O crédito é destinado prioritariamente a áreas urbanas, incluindo capitais, cidades com mais de 300 mil habitantes ou regiões metropolitanas equivalentes.
A moradia precisa ter uso residencial, mas imóveis de uso misto (residencial e comercial) também podem ser contemplados, desde que a residência seja o foco principal.
Os financiamentos podem ser usados para materiais de construção, mão de obra, elaboração de projetos técnicos e orientação profissional durante a obra.
Os beneficiários precisarão apresentar comprovantes de execução das melhorias para garantir o uso correto dos recursos.
Uso do crédito e garantias
O crédito será oferecido pela Caixa Econômica Federal, com parte da garantia fornecida pelo Fundo Garantidor da Habitação Popular (FGHab) — especialmente para as operações da Faixa 1.
Além disso, estados e municípios poderão participar com contrapartidas financeiras, ampliando o alcance do programa e beneficiando mais famílias.
A iniciativa vem acompanhada de uma política de juros acessíveis e avaliação simplificada, tornando o crédito mais viável para quem precisa reformar, mas não teria condições de fazer grandes investimentos.
O que pode ser financiado com o programa
O crédito pode ser usado em diferentes tipos de reforma, desde melhorias estruturais e de segurança até ampliações e obras de acessibilidade.
Entre os exemplos estão:
- Construção de banheiros e cozinhas;
- Reparo em instalações elétricas e hidráulicas;
- Troca de telhados e pisos;
- Pintura e acabamento;
- Acessibilidade para idosos e pessoas com deficiência;
- Sistemas de sustentabilidade, como captação de água da chuva e energia solar.
Essas reformas devem priorizar a salubridade, conforto e eficiência energética das moradias, seguindo normas de sustentabilidade e segurança.
Política habitacional ampliada
O novo crédito se soma às ações de retomada e expansão do Minha Casa, Minha Vida, que voltou a ser o principal programa de habitação do país.
A previsão do governo é que, até 2026, as medidas integrem mais de 2,5 milhões de famílias, entre novas construções e melhorias em imóveis já existentes.
A meta não é apenas construir mais casas, mas assegurar que as moradias sejam adequadas e seguras, promovendo melhorias estruturais nas condições de vida da população.
Impacto esperado
Com o programa, o governo espera movimentar o setor da construção civil, gerar empregos e estimular o pequeno comércio de materiais de construção.
Ao mesmo tempo, a iniciativa fortalece a política de habitação social, permitindo que famílias consigam reformar suas casas sem comprometer totalmente a renda.
Além de oferecer crédito acessível, a medida ajuda a reduzir a desigualdade habitacional e a estimular a economia local — já que a maior parte dos recursos deve circular dentro das próprias comunidades.
Com essa nova linha de financiamento, o Minha Casa, Minha Vida se consolida como um dos eixos centrais da política de moradia brasileira, oferecendo não apenas novas casas, mas melhores condições de vida para milhões de famílias.
