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Crédito imobiliário para empresas cresce no Brasil: veja como funciona o financiamento para PJ e MEI

Volume de crédito imobiliário para pessoas jurídicas saltou nos últimos anos e já movimenta bilhões; entenda exigências e como comprovar renda.

O crédito imobiliário deixou de ser exclusividade da pessoa física e vem ganhando espaço também entre empresas. Nos últimos três anos, os financiamentos concedidos para Pessoas Jurídicas (PJ) cresceram de forma expressiva, movimentando bilhões no mercado imobiliário brasileiro.

De acordo com dados do Banco Central, só entre dezembro de 2022 e julho de 2025, o crédito imobiliário para PJ em operações específicas, como construção de residências e compra de materiais de obra, avançou 40%, saltando de R$ 2,3 bilhões para R$ 3,2 bilhões.

A expansão é ainda mais marcante quando olhamos para o financiamento direto de imóveis: em 2020, a carteira de crédito para empresas era de R$ 18,7 bilhões; em 2025 já ultrapassa R$ 54 bilhões — um aumento de 188%.

Como funciona o crédito imobiliário para PJ

Ao contrário do que muitos pensam, empresas também podem financiar imóveis diretamente pelo CNPJ. A diferença é que os bancos analisam não apenas a capacidade de pagamento dos sócios, mas a saúde financeira da própria empresa, avaliando faturamento, histórico de créditos e situação fiscal.

Em linhas gerais, os critérios seguem lógica parecida com a dos financiamentos tradicionais para Pessoa Física. A Caixa, por exemplo, costuma financiar entre 80% e 90% do valor de um imóvel residencial, dependendo do perfil e da renda comprovada. Para imóveis comerciais ou operações no CNPJ, as exigências podem ser maiores e a entrada mais robusta.

Tempo de abertura e faturamento da empresa

Bancos e financeiras geralmente exigem que o CNPJ tenha ao menos 6 meses a 1 ano de formalização para liberar o financiamento. Além do tempo de atividade, a instituição analisa o faturamento médio do último ano e verifica a regularidade fiscal da empresa.

Essa verificação é fundamental, já que o crédito só é aprovado quando a empresa prova que consegue arcar com as parcelas. Manter obrigações fiscais e contábeis em dia é requisito básico para não travar o processo.

Como comprovar renda

A principal diferença entre financiamento como Pessoa Física e como Pessoa Jurídica está na forma de comprovar renda:

  • Para CLT, valem holerite e carteira assinada.
  • Para compras no CPF usando renda de PJ, podem ser apresentados extratos bancários, pró-labore, declaração do Imposto de Renda de Pessoa Física (IRPF), balanço ou DRE.
  • Para o CNPJ comprando diretamente, são exigidos documentos como declarações contábeis (DRE ou DECORE), balanço patrimonial, IRPJ, certidões fiscais e documentos dos sócios.

No caso do MEI, a declaração anual pode substituir parte desses comprovantes, mostrando o histórico de faturamento. Quem ainda não completou um ano de atividade pode adiantar a entrega dessa declaração com base nas notas fiscais emitidas desde a abertura.

A importância do IRPF

Especialistas explicam que declarar o Imposto de Renda Pessoa Física vale a pena mesmo quando não é obrigatório. Isso porque, para quem é PJ, o IRPF funciona como documento extra de comprovação de renda, reforçando a análise bancária e agilizando a aprovação.

Ter um contador também ajuda bastante. Ele pode emitir holerites de pró-labore, separar lucro de receita da empresa e organizar os relatórios exigidos pelas instituições. Esses detalhes fazem diferença durante a liberação do crédito.

Uso do FGTS no financiamento PJ

Empresários que possuem saldo no FGTS de vínculos empregatícios anteriores podem utilizar o valor para dar entrada no financiamento ou abater parcelas, desde que sigam as regras estabelecidas pelo Conselho Curador.

Essa possibilidade é válida mesmo para quem atua como PJ no momento da compra, facilitando a negociação e reduzindo o valor financiado.

Minha Casa Minha Vida e PJ

Vale destacar que o programa Minha Casa Minha Vida também pode beneficiar empresários. Nesse caso, a compra é feita pelo CPF, mas a comprovação de renda pode incluir ganhos da PJ ou MEI.

As faixas de renda familiar para participar são:

  • Faixa 1: até R$ 2.850,00
  • Faixa 2: de R$ 2.850,01 a R$ 4,7 mil
  • Faixa 3: de R$ 4.700,01 a R$ 8,6 mil
  • Faixa 4: até R$ 12 mil

Quem se enquadra deve estar com o nome limpo tanto no CPF quanto no CNPJ, com exceção da Faixa 1, em que há análise de crédito, mas sem impedimento automático para restrições.

O crescimento do financiamento imobiliário via PJ mostra como cada vez mais empreendedores e empresas enxergam a compra de imóveis como solução estratégica, seja para investir, ter um espaço próprio para o negócio ou mesmo diversificar patrimônio.

Janaína Silva

Amante da leitura desde sempre, encontrei nas palavras um refúgio e uma forma poderosa de expressão. Escrever é, para mim, uma paixão que se renova a cada página, a cada história contada. Gosto de transformar ideias em textos que tocam, informam e inspiram. Entre livros, pensamentos e emoções, sigo cultivando o prazer de comunicar com autenticidade.

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