Bolsa Família: visitas domiciliares agora são obrigatórias para quem mora sozinho
Novas regras exigem que famílias unipessoais passem por entrevista em casa antes da inclusão ou atualização no Cadastro Único.
Quem vive sozinho e deseja receber o Bolsa Família agora precisa cumprir uma nova etapa: a visita domiciliar obrigatória. A medida está prevista no Decreto nº 12.417, em vigor desde março de 2025, e vale tanto para novos cadastros quanto para atualizações no Cadastro Único.
Na prática, isso significa que o benefício só será confirmado após uma entrevista feita diretamente na residência do solicitante. Durante a visita, são conferidos documentos pessoais e coletadas informações sobre as condições de vida da pessoa.
O objetivo é garantir maior segurança no processo e evitar fraudes, já que a quantidade de cadastros de famílias unipessoais cresceu significativamente nos últimos anos.
Como funciona a visita domiciliar
Imagine o caso de Maria, que mora sozinha em uma pequena cidade. Ela procura o CRAS para atualizar seu cadastro no Bolsa Família. Logo recebe a informação de que um entrevistador irá até sua casa em data marcada.
Na visita, Maria apresenta seus documentos, responde a perguntas sobre renda e condições de moradia e, só depois desse procedimento, os dados seguem para análise. Somente então ela terá a confirmação sobre a manutenção ou aprovação do benefício.
Percentual de unipessoais no cadastro
O decreto também estabelece que cada município deve seguir um percentual mínimo e máximo de famílias unipessoais cadastradas. A medida busca evitar distorções e garantir que os recursos do programa cheguem prioritariamente a quem está em situação de maior vulnerabilidade social.
Isso significa que os gestores municipais precisam controlar esse índice com atenção, assegurando o equilíbrio no número de cadastros de pessoas que moram sozinhas.
Proteção e sigilo das informações
O texto oficial também reforça que os dados do Cadastro Único (CadÚnico) devem ser tratados com absoluto sigilo. Gestores e operadores do sistema têm responsabilidade legal sobre a proteção das informações fornecidas pelos beneficiários.
Esse cuidado é essencial, já que qualquer falha pode expor a privacidade das famílias atendidas e até comprometer o acesso ao benefício.
Comunicação oficial com os beneficiários
Outro ponto importante é que o governo não envia links por SMS nem faz ligações telefônicas para falar sobre o Bolsa Família.
Os únicos canais oficiais de comunicação são os extratos bancários e o aplicativo Bolsa Família. Em casos específicos, estados e municípios podem usar mensagens por aplicativos como o WhatsApp, mas, quando isso acontece, os cidadãos são avisados pelos meios oficiais antes da utilização.
Essa regra é uma forma de proteger os beneficiários contra golpes virtuais, já que criminosos frequentemente usam o nome do programa para aplicar fraudes.
O que muda com a nova medida
Com as visitas obrigatórias, a expectativa é que o governo consiga diminuir o número de cadastros irregulares e direcionar os recursos para quem realmente precisa. Além disso, a medida reforça o papel do Bolsa Família como principal ferramenta de combate à pobreza no país.
É uma forma de trazer mais confiança ao processo, assegurando que cada pessoa cadastrada realmente esteja dentro dos critérios exigidos.