Criminosos usam documentos falsos para registrar curadores no sistema e assumir controle dos benefícios.
Aposentados de várias partes do Brasil têm enfrentado uma situação preocupante: um novo golpe no aplicativo Meu INSS. Criminosos conseguem acesso às contas digitais de idosos no sistema gov.br, falsificam documentos e registram um curador judicial inexistente. Na prática, a vítima é considerada incapaz de administrar sua vida civil e perde o controle sobre o próprio benefício.
O impacto é imediato. Sem perceber, muitos aposentados deixam de ter acesso ao dinheiro que garante despesas básicas como aluguel, contas e medicamentos. Só descobrem o que aconteceu quando o saldo da conta desaparece ou algum funcionário do banco informa que os dados foram alterados.
Em relatos que circulam em diversos estados, quem sofre o golpe sente não apenas a perda financeira, mas também o peso emocional. Além da humilhação de ser tratado como incapaz, a recuperação exige processos burocráticos, demorados e muitas vezes caros.
Casos como esse mostram como o avanço dos criminosos vai além da simples criatividade. Eles conhecem as falhas dos sistemas públicos e exploram exatamente os pontos mais vulneráveis.
Como o golpe funciona
O esquema começa quando golpistas falsificam documentos que supostamente comprovariam a nomeação de um curador judicial para o aposentado. Esse curador fictício é adicionado à conta do Meu INSS com poderes para movimentar valores, transferir benefícios e até trocar informações bancárias.
Os documentos usados geralmente trazem erros evidentes, como timbres falsos, processos inexistentes e assinaturas de juízes que não constam nos registros. Ainda assim, o sistema valida as alterações, permitindo que os criminosos assumam o controle.
Com isso, o aposentado perde o acesso a sua renda e só recupera o benefício com decisão judicial. O detalhe mais cruel é que os golpistas conseguem cadastrar o falso curador em poucos minutos, enquanto a vítima precisa enfrentar meses de espera, gastos com advogados e enorme desgaste emocional para reverter a situação.
A fragilidade do sistema do INSS
A Controladoria-Geral da União (CGU) já havia alertado para falhas graves na proteção do sistema. Em 2024, o Tribunal de Contas da União (TCU) recomendou medidas mais rigorosas, como autenticação biométrica e assinatura eletrônica em operações sensíveis.
Mesmo assim, o INSS implementou apenas uma versão parcial desse controle, considerada insuficiente pelos órgãos de fiscalização. Isso abriu espaço para que as fraudes continuassem acontecendo em larga escala.
Um relatório recente da CGU destaca que, ao aceitar documentos sem autenticação avançada e ao não suspender alterações até implementar novas ferramentas, o sistema acabou facilitando a vida dos golpistas.
O drama enfrentado pelos idosos
Por trás de cada número, há histórias muito reais. Aposentados que construíram a vida com trabalho duro de repente passam a depender de familiares ou vizinhos para sobreviver até que a Justiça corrija a situação.
Além da perda financeira, muitos relatam constrangimento em agências bancárias e repartições públicas, onde são vistos como “incapazes” devido ao falso curador registrado. O sentimento de descrédito pesa tanto quanto os prejuízos econômicos.
Esse cenário expõe a vulnerabilidade de quem já deveria estar protegido. A fraude mexe não apenas com o bolso, mas também com a dignidade e a autoestima de milhares de idosos. Informações inacreditáveis como estas, você encontra somente aqui no Pronatec.
O que esperar daqui para frente
A pressão de entidades de defesa do consumidor e de órgãos de fiscalização deve acelerar mudanças no sistema. A expectativa é que novos recursos de segurança digital sejam implementados para proteger aposentados e pensionistas contra esse tipo de ataque.
Enquanto isso, especialistas recomendam que os beneficiários verifiquem regularmente suas contas pelo Meu INSS e desconfiem de qualquer movimentação estranha. Avaliar com frequência os dados cadastrais e manter senhas seguras pode ajudar a identificar problemas logo no início.
O golpe mostra, mais uma vez, que a tecnologia trouxe facilidades, mas também abriu espaço para novas formas de vulnerabilidade. Para muitos idosos, o aplicativo que deveria garantir comodidade acabou se transformando em motivo de preocupação diária.
