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Salário mínimo de 2026 deve subir para R$ 1.631, prevê proposta do governo

Projeto da Lei Orçamentária Anual define aumento de 7,44% e retoma política de valorização baseada em inflação e crescimento econômico.

salário mínimo de 2026 pode chegar a R$ 1.631, caso o projeto da Lei Orçamentária Anual (LOA) seja aprovado pelo Congresso Nacional. O valor representa um aumento de 7,44% em relação ao atual, de R$ 1.518, garantindo um reajuste que afeta diretamente trabalhadores formais, aposentados, pensionistas e segurados de benefícios sociais.

A proposta foi entregue ao Legislativo no fim de agosto e ainda será analisada pela Comissão Mista de Orçamento antes de seguir para votação no Plenário. Embora o valor não esteja confirmado, o novo cálculo segue a política retomada em 2023, que combina a inflação do ano anterior com o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) de dois anos antes.

Um reajuste no salário mínimo vai além do impacto no contracheque de milhões de trabalhadores da iniciativa privada. Ele também influencia aposentadorias, pensões e auxílios vinculados ao piso nacional, alcançando cerca de 25 milhões de brasileiros que recebem benefícios do INSS.

Meta fiscal e contas públicas

O governo federal projeta, para 2026, redução da dívida pública equivalente a 0,25% do PIB, cerca de R$ 34,3 bilhões. A meta apontada para 2025 é déficit zero, sinalizando tentativa de controle das contas para reduzir a pressão sobre os cofres públicos.

Segundo o secretário-executivo do Ministério da Fazenda, o país caminha para o melhor resultado fiscal dos últimos 15 anos. Entre as medidas apontadas estão estratégias de recomposição de receitas e busca por eficiência para conter despesas.

Esses pontos influenciam diretamente na definição do salário mínimo, já que o aumento eleva automaticamente os gastos da Previdência Social e de programas sociais atrelados ao piso.

Crescimento das despesas

O orçamento de 2026 prevê que as despesas primárias – que englobam previdência, saúde, educação e outros gastos básicos – cheguem a R$ 3,2 trilhões, um crescimento de 2,5% acima da inflação.

Desse montante, R$ 2,4 trilhões estão sujeitos ao limite do arcabouço fiscal. A maior parte será destinada a despesas obrigatórias, com destaque para os benefícios previdenciários. Já as chamadas despesas discricionárias, que o governo pode ajustar conforme necessidade, representam apenas 7,6% do total.

Esse cenário mostra por que o debate sobre o salário mínimo costuma mobilizar tanto a sociedade. Por um lado, um piso mais alto garante maior poder de compra; por outro, amplia as despesas do governo em grande escala.

Evolução do salário mínimo no Brasil

A história do salário mínimo ajuda a entender sua importância para a economia e para a vida dos brasileiros.

Em 1940, o valor inicial foi fixado em Cr$ 240,00, ainda em cruzeiros, e instituído no Dia do Trabalhador. Inicialmente, havia valores diferentes para cada região do país.

Somente em 1984, o salário foi unificado nacionalmente.

Com o Plano Real, em 1994, passou a ser expresso em reais, sendo o primeiro valor de R$ 64,79.

Entre os anos 2000 e 2010, vigorou uma política de valorização que usava a inflação mais o crescimento do PIB para definir o reajuste. Essa fórmula trouxe ganhos reais de compra à população.

Em 2019, a regra mudou, e o reajuste passou a ser feito apenas pela inflação.

Já em 2023, o governo retomou a política de valorização real, combinando a inflação do ano anterior com o crescimento do PIB de dois anos antes, regra que agora orienta a proposta para 2026.

O que esperar para 2026

Caso seja aprovado, o novo salário mínimo começará a valer a partir de janeiro de 2026. Isso terá efeitos imediatos não apenas para quem trabalha de carteira assinada, mas também para quem depende do INSS e de programas sociais baseados no valor do piso.

Para quem vive com o mínimo, qualquer aumento faz diferença no dia a dia. Mesmo que a correção seja moderada, pode representar dinheiro extra para alimentação, medicamentos ou contas básicas.

Janaína Silva

Amante da leitura desde sempre, encontrei nas palavras um refúgio e uma forma poderosa de expressão. Escrever é, para mim, uma paixão que se renova a cada página, a cada história contada. Gosto de transformar ideias em textos que tocam, informam e inspiram. Entre livros, pensamentos e emoções, sigo cultivando o prazer de comunicar com autenticidade.

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