Tarifa Social

Conta de luz mais cara? Use seu NIS para ter descontos na bandeira vermelha

O sistema de bandeiras tarifárias na conta de luz funciona como um semáforo que sinaliza o custo de geração de energia no país, e seu acionamento pode resultar em um aumento significativo no valor da fatura mensal. Essa variação, sentida por todos os consumidores, pesa ainda mais no orçamento das famílias de baixa renda.

A bandeira vermelha, em particular, indica que o custo para gerar eletricidade está mais alto, geralmente devido à falta de chuvas e à necessidade de acionar usinas termelétricas. Esse custo adicional é repassado diretamente para a conta do consumidor, tornando a energia mais cara.

No entanto, para proteger a população mais vulnerável desse aumento, o Governo Federal oferece a Tarifa Social de Energia Elétrica, um benefício que concede descontos de até 65% na fatura. O acesso a esse direito está diretamente ligado à inscrição no Cadastro Único (CadÚnico).

A chave para obter esse desconto é o Número de Identificação Social (NIS).

Conta de luz mais cara Use seu NIS para ter descontos na bandeira vermelha
A bandeira vermelha na conta de luz indica um custo mais alto de geração de energia, mas famílias de baixa renda podem ter o valor reduzido pela Tarifa Social – Crédito: Jeane de Oliveira / cadunicobrasil.com.br

Entenda a bandeira vermelha e por que sua conta de luz ficou mais cara

O sistema de bandeiras tarifárias foi criado pela Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL) para sinalizar aos consumidores, de forma transparente, o custo real da geração de energia a cada mês. Ele é dividido em três cores: verde, amarela e vermelha, que funcionam como um semáforo.

A bandeira vermelha é acionada quando as condições de geração de energia se tornam mais desfavoráveis e custosas. Isso ocorre, principalmente, em períodos de seca, quando o nível dos reservatórios das usinas hidrelétricas está baixo, exigindo o acionamento de usinas termelétricas, que produzem energia a um custo muito mais elevado.

Quando a bandeira vermelha está em vigor, um valor adicional é cobrado na conta de luz para cada 100 quilowatts-hora (kWh) consumidos. Esse acréscimo, que possui dois patamares, é o que faz com que a fatura fique mais cara, mesmo que o consumo da residência tenha permanecido o mesmo.

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O que é a Tarifa Social de Energia e como ela funciona

A Tarifa Social de Energia Elétrica (TSEE) é um benefício do Governo Federal que oferece descontos na conta de luz para famílias de baixa renda. O programa foi criado por lei e é regulamentado pela ANEEL, com o objetivo de tornar a energia elétrica, um serviço essencial, mais acessível.

O funcionamento do benefício é baseado em um sistema de descontos progressivos, que variam de acordo com a faixa de consumo mensal da residência. A lógica é simples: quanto menor o consumo de energia, maior é o percentual de desconto, o que também incentiva o uso consciente da eletricidade.

Dessa forma, a Tarifa Social não apenas alivia o peso da conta de luz no orçamento familiar, mas também contribui para a inclusão social. O programa garante que famílias em situação de vulnerabilidade, incluindo aquelas com membros que necessitam de aparelhos elétricos para tratamentos de saúde, possam manter o acesso à energia.

A importância do seu NIS para ter direito ao desconto na conta de luz

O Número de Identificação Social (NIS) é a principal chave de acesso para o benefício da Tarifa Social de Energia Elétrica. Ele é o código que o governo utiliza para identificar as famílias de baixa renda em suas bases de dados e conceder o desconto de forma automática.

Desde 2022, a inscrição na Tarifa Social se tornou automática. As distribuidoras de energia são obrigadas por lei a cruzar mensalmente os dados de seus consumidores com a base de dados do Cadastro Único e do Benefício de Prestação Continuada (BPC).

É nesse cruzamento de dados que o NIS, atrelado ao CPF do titular da conta de luz, desempenha seu papel fundamental. Se o sistema identifica que o NIS de um determinado consumidor pertence a uma família que atende aos critérios do programa, o desconto é aplicado automaticamente na fatura seguinte.

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Para garantir o desconto automático da Tarifa Social, é fundamental que o titular da conta de luz seja a mesma pessoa que é o Responsável Familiar no Cadastro Único – Crédito: Jeane de Oliveira / cadunicobrasil.com.br

Como a Tarifa Social reduz o valor da conta, mesmo com a bandeira vermelha

O desconto da Tarifa Social é aplicado sobre o valor final do consumo de energia, já incluindo os custos adicionais da bandeira tarifária. Isso significa que, mesmo nos meses em que a bandeira vermelha está em vigor, o benefício continua a reduzir o valor a ser pago pela família.

Por exemplo, se o consumo de uma família, já com o acréscimo da bandeira vermelha, totalizar R$ 150, o desconto da Tarifa Social será calculado sobre esse valor. Se a família tiver direito a um desconto médio de 40%, o valor final de sua fatura será de R$ 90, representando uma economia significativa.

Dessa forma, a Tarifa Social funciona como um mecanismo de proteção para as famílias de baixa renda, amenizando o impacto das variações no custo de geração de energia. O benefício garante que, mesmo em cenários de crise hídrica e bandeira vermelha, a conta de luz permaneça mais acessível.

Quem tem direito ao desconto: requisitos do Cadastro Único (CadÚnico)

Para ter direito ao desconto da Tarifa Social, é indispensável que a família esteja inscrita no Cadastro Único. Além disso, é preciso se enquadrar em uma das três categorias de elegibilidade.

A principal categoria é a de famílias com renda familiar mensal por pessoa igual ou inferior a meio salário mínimo. A grande maioria dos beneficiários se enquadra nesse perfil, que é o foco principal do programa.

As outras duas categorias são: idosos com 65 anos ou mais, ou pessoas com deficiência, que recebam o Benefício de Prestação Continuada (BPC); e famílias com renda de até três salários mínimos que possuam em sua composição uma pessoa com doença ou deficiência cujo tratamento exija o uso contínuo de aparelhos elétricos.

O que fazer se você tem direito, mas não está recebendo o desconto

Se uma família atende aos critérios de elegibilidade, mas o desconto não está sendo aplicado em sua conta de luz, a causa mais comum é uma divergência cadastral. Para que o cadastro automático funcione, o CPF do titular da conta de energia deve ser o mesmo do Responsável Familiar registrado no CadÚnico.

O primeiro passo, nesse caso, é entrar em contato com a distribuidora de energia de sua região. O titular da conta deve informar que tem direito ao benefício e fornecer seu número do NIS ou do BPC para que a empresa possa fazer a verificação e a inclusão manual no programa.

Se a distribuidora informar que há uma divergência de dados, pode ser necessário que o titular atualize a titularidade da conta de luz para seu nome ou que procure o CRAS para atualizar suas informações no Cadastro Único, garantindo que os dados em ambos os cadastros estejam alinhados.

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Dicas para economizar energia e reduzir a conta de luz ainda mais

Mesmo com o desconto da Tarifa Social, a adoção de hábitos de consumo consciente pode reduzir ainda mais o valor da conta de luz. Ações simples no dia a dia podem gerar uma grande economia no final do mês.

O uso eficiente dos eletrodomésticos é o principal caminho. Evitar deixar aparelhos em modo de espera (stand-by), acumular roupas para usar a máquina de lavar e o ferro de passar de uma só vez, e verificar a borracha de vedação da geladeira são medidas eficazes.

A iluminação também representa uma parcela importante do consumo. Substituir lâmpadas incandescentes ou fluorescentes por modelos de LED, que são mais eficientes, e aproveitar ao máximo a luz natural, pintando as paredes com cores claras, são dicas que ajudam a diminuir o consumo e a aliviar o orçamento.

Wilson Spiler

Jornalista e design gráfico, pós-graduado em Marketing Digital. Atualmente sou editor de Home do Lance!, e redator nos sites Pronatec e CadÚnico. Já trabalhei nos mais diversos ramos da comunicação, com atuação em redações como Globo, GloboNews, Video Clipping, e SRZD, onde fui editor-chefe de Esportes e fotógrafo. Também exerci a função de analista de SEO em agências como Rankme e Search Lab, além de vários trabalhos freelancers para empresas como Dimona e Buscapé.

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