A transição da vida acadêmica para o mercado de trabalho é um período cheio de expectativa e ansiedade. É natural que muitas pessoas fiquem empolgadas, querendo rapidamente garantir seu primeiro estágio ou emprego. Infelizmente, essa vulnerabilidade acaba tornando estudantes e recém-formados alvos para criminosos, que criam falsas promessas de oportunidades de trabalho e crédito estudantil.
Vamos dar uma olhada nos motivos pelos quais esse grupo é tão visado e como você pode se proteger das fraudes mais comuns.
Por que estudantes e recém-formados são alvos estratégicos?
Os golpistas têm o olhar afiado para universitários e recém-formados devido a algumas razões bem específicas. Primeiro, a pressa em conseguir uma vaga faz com que muitos se tornem menos críticos em relação às ofertas que recebem.
Outra questão importante é a falta de experiência em processos seletivos. A maioria dos estudantes não sabe que empresas sérias nunca pedem pagamento para ter acesso a oportunidades. Isso torna mais fácil para os golpistas enganarem. Afinal, a necessidade financeira, seja para pagar a faculdade ou começar a vida independente, só aumenta a atração por propostas de crédito com condições favoráveis. E não podemos esquecer que os dados expostos em plataformas como o LinkedIn deixam esses jovens ainda mais vulneráveis a abordagens indevidas.
Os golpes mais comuns no ambiente acadêmico e de início de carreira
Os golpistas são bem criativos e aproveitam as carências e aspirações desse público. Um dos golpes mais frequentes é o das falsas vagas de estágio ou trainee. Nesse esquema, o criminoso se faz passar por recrutador de uma empresa famosa e, depois de um processo seletivo falso, pede um pagamento para exames clínicos ou cursos de capacitação.
Outro golpe bastante utilizado é o do crédito estudantil. Aqui, falsos agentes financeiros oferecem empréstimos com condições imperdíveis. Para “liberar” o valor, eles exigem uma taxa administrativa via PIX. E, claro, o dinheiro nunca aparece na conta.
E ainda há o phishing acadêmico, que ocorre por meio de e-mails que parecem ser da faculdade, alertando sobre “atualizações do portal do aluno” ou “dívidas na biblioteca”. O objetivo? Roubar senhas e acessar informações pessoais e financeiras que podem ser muito valiosas.
Manual de sobrevivência: como se proteger e verificar oportunidades
É importante manter o otimismo, mas também ter uma dose de ceticismo. Verificar tudo com atenção é a melhor maneira de se proteger contra fraudes que podem sair caro.
- Nunca pague para trabalhar ou obter crédito: Essa é a regra número um. Empresas e instituições respeitáveis não exigem taxas antecipadas. Se alguém pede pagamento via PIX para liberar uma vaga ou empréstimo, desconfie imediatamente.
- Verifique a vaga na fonte oficial: Recebeu uma proposta de emprego ou estágio? Antes de se empolgar, vá direto ao site da empresa, na seção de carreiras. Uma verdadeiramente confiável tem as informações ali dispostas.
- Desconfie de processos seletivos fáceis demais: Vagas reais costumam ter etapas, como entrevistas e testes. Se o processo parece ser só uma troca de mensagens no WhatsApp, isso deve levantar alertas.
- Pesquise a instituição financeira: Antes de compartilhar qualquer dado, confirme se a empresa é autorizada pelo Banco Central. Verifique o CNPJ dela e procure por reclamações na internet.
- Proteja seu login acadêmico: Não clique em links de e-mails que pedem suas senhas. Acesse sempre o portal da faculdade digitar o endereço direto no navegador.
- Use seu pensamento crítico: Você desenvolveu habilidades para pesquisar e avaliar informações na universidade, então aplique isso também quando for analisar propostas de emprego ou crédito. Se parece bom demais para ser verdade, é bem provável que seja.
Mantenha-se seguro e informado
Iniciar a carreira deve ser uma jornada construída sobre oportunidades reais, não em promessas mirabolantes. A energia que você colocou nos estudos pode e deve ser utilizada para se proteger contra fraudes. O caminho para o sucesso profissional é desconfiante, mas firme, sempre buscando a legitimidade nas propostas que aparecem.
