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Produção industrial recua 0,5% em maio com queda de veículos

A produção industrial brasileira teve uma leve queda de 0,5% em maio de 2025, em comparação ao mês anterior, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Essa variação já era esperada pelo mercado e reflete uma desaceleração no crescimento industrial.

As maiores quedas foram observadas nos bens de consumo duráveis, que caíram 2,9%, e nos bens de capital, com uma redução de 2,1%. Um dos fatores significativos para essa diminuição foi a menor produção de veículos. Por outro lado, se compararmos com maio de 2024, houve um crescimento de 3,3% na produção, e, ao olharmos para o acumulado do ano, a indústria registra uma alta de 1,8%. Nos últimos 12 meses, o avanço chega a 2,8%.

De acordo com a Pesquisa Industrial Mensal (PIM), a atividade industrial está 2,1% acima do nível que tinha antes da pandemia, mas ainda 15% abaixo do recorde registrado em maio de 2011. O economista Maykon Douglas destaca que esses números mostram uma reversão parcial da expansão de 1,5% do começo do ano. Ele observa que as quedas em maio foram mais generalizadas do que em abril.

Bens duráveis lideram perdas na produção industrial

Entre as categorias, os bens de consumo duráveis tiveram o maior recuo, seguido pelos bens de capital. Os bens semi e não duráveis também apresentaram queda de 1,0%, acumulando uma perda de 4,3% em dois meses. A única exceção foi a categoria de bens intermediários, que cresceu 0,1%, mantendo uma tendência positiva por quatro meses consecutivos, resultando em uma alta acumulada de 2,4%.

Queda atinge três das quatro grandes categorias

Esse resultado negativo em maio foi influenciado por três das quatro grandes categorias econômicas, com 13 dos 25 setores pesquisados enfrentando dificuldades. Os setores de veículos automotores e derivados de petróleo foram os mais afetados, apresentando quedas de 3,9% e 1,8%, respectivamente. Outros setores, como alimentos, metalurgia e móveis, também sentiram o impacto.

Em contrapartida, 11 setores mostraram crescimento. O destaque positivo veio das indústrias extrativas, que cresceram 0,8% e acumulam um aumento de 9,4% nos últimos quatro meses. Outras áreas que avançaram incluem produtos farmoquímicos, borracha e materiais plásticos.

Douglas ressalta que essa desaceleração já era prevista, especialmente devido aos efeitos da política monetária e à diminuição do impacto positivo do agronegócio no início do ano. Ele aponta que a produção de bens de consumo será a mais atingida devido à sensibilidade das condições de crédito.

Média móvel mantém viés de alta

A média móvel trimestral da produção industrial cresceu 0,2% no trimestre encerrado em maio, seguindo uma tendência de alta desde fevereiro. Os bens intermediários e de consumo duráveis foram os que mais contribuíram para esse resultado positivo, enquanto os bens de capital e semi e não duráveis tiveram uma leve queda de 0,4%.

Produção industrial cresce 3,3% em 12 meses

Se olharmos para um período de 12 meses, a produção industrial avançou 3,3%, com crescimento em três das quatro grandes categorias. Os setores que mais contribuíram para esse resultado positivo foram os extrativos e os de veículos automotores. Essa expansão foi impulsionada pela produção de petróleo, automóveis, caminhões e equipamentos agrícolas.

Bens duráveis crescem ano a ano

Analisando o ano, o setor de bens de consumo duráveis obteve uma alta de 15,4%, sendo esta a décima segunda taxa positiva consecutiva. O crescimento dos automóveis, com uma alta impressionante de 33,5%, foi um dos principais motores desse resultado. Apesar desse otimismo, alguns segmentos, como os eletrodomésticos da linha branca, apresentaram quedas.

Bens de capital interrompem sequência de queda

Os bens de capital também mostraram sinais de recuperação, com um crescimento de 0,8% em comparação ao ano anterior, interrompendo dois meses de quedas. Os destaques positivos vieram dos bens para a agricultura e a indústria, que apresentaram aumentos significativos.

Produção industrial acumula alta de 1,8% em 2025

No acumulado do ano, a produção industrial registrou um crescimento de 1,8%. Os setores que mais cresceram incluem indústrias extrativas e automóveis, enquanto a produção de coque e biocombustíveis enfrentou uma leve queda.

A trajetória da produção industrial passa por altos e baixos, mas sinais de recuperação já começam a aparecer em algumas áreas, refletindo um cenário misto e desafiador para o setor.

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