Conta de luz mais cara: entenda as bandeiras e quem pode ter desconto
O sistema de bandeiras tarifárias passou a ser adotado no Brasil em 2015 como forma de tornar mais transparente o custo real da geração de energia elétrica. Antes disso, os reajustes eram percebidos apenas anualmente. Hoje, o consumidor consegue acompanhar as variações mensalmente na própria fatura.
Essas bandeiras funcionam como um alerta sobre o cenário da geração de energia, principalmente devido à dependência das usinas hidrelétricas. Em períodos de seca, fontes térmicas, mais caras, precisam ser acionadas, elevando o custo.
Com isso, é possível ao consumidor planejar o consumo de forma mais eficiente e, assim, evitar surpresas desagradáveis ao final do mês. Quanto maior o custo da geração, mais alta será a tarifa adicional.

Índice – Conta de luz
O que são as bandeiras tarifárias e como funcionam?
As bandeiras tarifárias são definidas pela Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL) com base em informações do Operador Nacional do Sistema (ONS) e da Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE). Elas refletem os custos de produção de energia para o período vigente.
A sinalização é feita por cores: verde, amarela e vermelha (patamares 1 e 2). Cada uma representa um nível de custo adicional, informando se a energia está sendo gerada com fontes baratas ou mais onerosas.
O valor adicional é calculado com base no consumo mensal de energia, em quilowatt-hora (kWh), multiplicado pelo acréscimo correspondente à bandeira vigente. O consumidor encontra essas informações na própria fatura de energia.
Leia também: Mudança no Bolsa Família corta valor pela metade e gera alerta entre beneficiários
Como as bandeiras impactam no valor da conta de luz
Quando a bandeira é verde, não há cobrança adicional. Já as bandeiras amarela e vermelha indicam acréscimos, cujos valores são estabelecidos pela ANEEL. Desde março de 2024, as tarifas adicionais estão assim distribuídas:
- Bandeira Verde: sem acréscimo;
- Bandeira Amarela: R$ 18,85 por megawatt-hora (MWh);
- Bandeira Vermelha Patamar 1: R$ 44,63 por MWh;
- Bandeira Vermelha Patamar 2: R$ 78,77 por MWh.
Esses valores são aplicados proporcionalmente ao consumo mensal. Por exemplo, um consumo de 200 kWh sob bandeira vermelha patamar 1 representa um acréscimo de aproximadamente R$ 8,93 na conta de luz.
Quando entram em vigor as bandeiras vermelha, amarela e verde
A ANEEL define a bandeira tarifária vigente no último dia útil de cada mês. A decisão considera fatores como o nível dos reservatórios, previsão de chuvas e custos operacionais do sistema elétrico.
As bandeiras podem mudar mensalmente, conforme a necessidade de uso de usinas termelétricas. Quanto mais seco o período, maior a probabilidade de bandeira vermelha, devido ao aumento nos custos.
A comunicação é feita por meio dos canais oficiais da ANEEL e das concessionárias de energia. Essa previsão permite que as famílias adotem medidas preventivas para evitar aumentos expressivos nas faturas.
Quem tem direito ao desconto na conta de luz pelo Governo
O Governo Federal concede descontos na conta de luz por meio da Tarifa Social de Energia Elétrica (TSEE). O benefício é direcionado a famílias de baixa renda inscritas no Cadastro Único (CadÚnico).
Têm direito ao desconto:
- Famílias com renda mensal por pessoa de até meio salário mínimo;
- Famílias com integrante que receba o Benefício de Prestação Continuada (BPC);
- Famílias com portador de doença ou condição médica que exija uso contínuo de aparelhos elétricos.
O desconto varia conforme o consumo mensal e pode chegar a 65% para quem consome até 30 kWh/mês.

O que é a Tarifa Social de Energia Elétrica e como se cadastrar
A Tarifa Social é um programa instituído pela Lei nº 12.212/2010 e regulamentado pela ANEEL. O objetivo é garantir acesso à energia a famílias em situação de vulnerabilidade.
Para receber o benefício, é preciso:
- Estar com o CadÚnico atualizado;
- Solicitar o desconto à concessionária de energia da região, informando o NIS (Número de Identificação Social);
- Apresentar documentos pessoais e comprovantes exigidos.
A aprovação ocorre após cruzamento de dados entre a concessionária e o Governo. Uma vez aceita, a tarifa reduzida é aplicada automaticamente nas faturas seguintes.
Como saber se sua família pode economizar com a Tarifa Social
Para verificar a elegibilidade à Tarifa Social, o consumidor pode consultar o CadÚnico pelo aplicativo “Meu CadÚnico” ou procurar o CRAS (Centro de Referência da Assistência Social).
Também é possível verificar com a própria distribuidora se já há algum desconto ativo na fatura. Caso não haja, a solicitação pode ser feita diretamente, apresentando CPF, RG, NIS e comprovante de residência.
É importante manter os dados atualizados no CadÚnico e acompanhar os critérios de consumo médio, pois o desconto é escalonado conforme o gasto mensal.
Leia também: Carteira de Trabalho Digital esconde ISTO de você: aprenda a sair do VERMELHO!
Dicas para reduzir o consumo de energia e evitar surpresas na fatura
Durante períodos de bandeiras mais altas, a redução no consumo de energia pode fazer diferença significativa no valor da fatura. Algumas práticas simples ajudam a economizar:
- Substituir lâmpadas incandescentes por modelos LED;
- Evitar deixar aparelhos em stand-by, desconectando-os da tomada;
- Reduzir o uso de eletrodomésticos de alto consumo nos horários de pico;
- Aproveitar ao máximo a iluminação natural e ventilação cruzada.
Medidas como uso consciente de chuveiro elétrico e ferro de passar roupa também têm efeito direto no consumo. Planejar o uso dos aparelhos contribui para manter a conta sob controle, especialmente em meses de bandeira vermelha.