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Auxílio-maternidade e Imposto de Renda: entenda relação entre benefício e declaração

Salário-maternidade é considerado rendimento tributável e deve ser declarado no Imposto de Renda. Saiba como informar corretamente esse benefício e evite problemas com o Fisco.

A chegada de um filho transforma a vida de qualquer família. Com a nova rotina, também surgem várias obrigações que exigem atenção redobrada. Entre elas, muitas mães se deparam com dúvidas sobre como lidar com os benefícios recebidos durante o afastamento do trabalho.

Quando o ano vira, chega o momento de fazer a declaração do Imposto de Renda. Para quem recebeu auxílio-maternidade, esse processo pode levantar questões que confundem. Afinal, como informar corretamente esse valor? E será que ele aumenta o imposto a pagar?

Essas perguntas aparecem com frequência e merecem explicações claras. Compreender como o benefício funciona na prática ajuda a evitar surpresas desagradáveis na hora de acertar as contas com o Fisco.

Auxílio-maternidade e Imposto de Renda: entenda relação entre benefício e declaração
Mamães devem tomar cuidado ao declarar auxílio-maternidade no Imposto de Renda. Crédito: @jeanedeoliveirafotografia / cadastrounicobrasil.com.br

Auxílio-maternidade no Imposto de Renda

Mesmo sendo uma ajuda oferecida durante um período delicado da vida, o auxílio-maternidade conta como um rendimento tributável. Ou seja, ele entra na conta do total que o sistema considera para calcular quanto a pessoa deve pagar de imposto ou quanto pode receber de volta.

O valor do benefício não é isento. Ao contrário do que muitas pessoas pensam, ele entra como se fosse salário comum. A Receita entende que, por substituir a renda da mãe durante o afastamento, o auxílio deve entrar na conta total de ganhos do ano.

O INSS faz um desconto inicial de imposto ao repassar o valor, mas esse abatimento costuma ser pequeno. No fim do ano, a Receita recalcula tudo com base no que a contribuinte recebeu ao longo dos meses.

Lembrando que, se os valores somados ultrapassarem o limite das faixas menores, a alíquota aumenta, e o resultado pode ser um imposto extra para a contribuinte brasileira.

Saiba mais: Quando cai a restituição do Imposto de Renda? Veja o calendário de 2025

Por que o benefício pode anular a restituição

Muitas mulheres esperam receber uma quantia de volta na hora da declaração. No entanto, ao incluir o valor do auxílio, o cálculo pode mudar. Isso acontece porque o benefício eleva a base sobre a qual o imposto incide. Quando o total de rendimentos sobe, o valor que seria restituído diminui ou desaparece.

Mesmo com a retenção feita pelo INSS, o sistema pode apontar que a quantia paga não cobriu toda a obrigação. Nesses casos, a Receita pede a diferença. Esse ajuste causa surpresa, já que o benefício costuma ser visto como uma ajuda, e não como um acréscimo à renda tributável.

Por isso, muitas mães só descobrem o problema ao preencher a declaração do Imposto de Renda. O valor aparece automaticamente quando o informe de rendimentos do INSS é inserido no sistema. Com a soma total dos ganhos, o resultado muda e o imposto a pagar surge.

A primeira medida é organizar todos os documentos do ano anterior. O informe do INSS mostra o valor recebido e o quanto foi descontado. No Imposto de Renda, esses números devem ser incluídos corretamente na ficha de rendimentos tributáveis recebidos de pessoa jurídica.

Veja também: Receita Federal alerta: quem não entregar Imposto de Renda vai enfrentar penalidades

Dicas para evitar surpresas no IR

Não se deve colocar o valor em categorias de isenção, pois o sistema pode acusar erro. O ideal é seguir o campo correto, conforme o tipo de contribuinte. Caso a pessoa tenha trabalhado em regime CLT antes ou depois do afastamento, esses valores também devem ser somados ao total.

O sistema da Receita calcula automaticamente o valor devido, considerando todas as fontes de renda. Se houver imposto a pagar, o contribuinte pode quitar à vista ou optar pelo parcelamento. O sistema oferece essas opções antes da finalização da entrega.

Então, para não ser pega desprevenida, a contribuinte deve analisar os valores logo nos primeiros dias de declaração. Ao verificar o informe de rendimentos, já é possível ter uma noção se o valor pode afetar o saldo final.

Outra dica importante é fazer simulações no programa da Receita. Isso ajuda a entender o comportamento da declaração antes de enviá-la. Testar diferentes formas de preenchimento pode evitar erros e reduzir o imposto.

Também vale buscar orientação com um profissional de contabilidade. Mesmo que a declaração pareça simples, pequenos detalhes podem mudar o resultado final. Um bom planejamento pode fazer diferença nos próximos anos.

Saiba mais: INSS por dependente: aprenda a declarar corretamente no Imposto de Renda deste ano

O que fazer quando surge imposto a pagar

Se a Receita apontar uma quantia a ser quitada, a contribuinte pode gerar o boleto diretamente no sistema. O pagamento deve ser feito dentro do prazo para evitar multas e juros. Quem não consegue pagar tudo de uma vez pode dividir em até oito vezes, desde que respeitado o valor mínimo da parcela.

O sistema permite acompanhar as parcelas por meio do portal e emitir as guias sempre que necessário. Também é possível pagar antecipadamente caso haja condição de quitar o saldo.

A regularização do Imposto de Renda evita problemas com o CPF e permite acesso a outros serviços, como empréstimos ou concursos públicos. Por isso, é importante cumprir os prazos e manter tudo em dia.

Declarar corretamente os valores recebidos, inclusive o auxílio-maternidade, faz parte da responsabilidade fiscal. Mesmo sendo um período especial na vida de muitas mulheres, o afastamento não isenta a obrigação de acertar as contas com o governo.

Manter os documentos organizados, revisar as informações com calma e entender como os valores se comportam dentro do programa são passos simples que evitam prejuízos no futuro. Assim, a declaração se torna uma etapa tranquila, sem sustos ou cobranças inesperadas.

Andrei Hardtke

Andrei Hardtke, natural de Pelotas/RS, 24 anos de idade. Formado em Letras pela UFPel, pós-graduado em Linguagens e atual redator do Cadastro Único Brasil. Desde criança, as palavras sempre estiveram comigo, do gibi às palavras cruzadas. Já há alguns anos, descobri uma paixão por escrever poemas como um passatempo, o que me inspirou a ser redator e escrever textos que não só informam, mas que também cativam e emocionam.

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