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Peritos do INSS ainda estão em greve? Veja como garantir seus benefícios mesmo assim

Os peritos do INSS seguem em greve, o que acaba atrapalhando alguns procedimentos necessários para manter pagamentos.

Os peritos médicos do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) desempenham um papel essencial na concessão de benefícios previdenciários.

São esses profissionais que realizam avaliações médicas para determinar se um segurado tem direito a auxílios como o benefício por incapacidade temporária, aposentadoria por invalidez e o Benefício de Prestação Continuada (BPC).

Sem a perícia médica, muitos trabalhadores ficam impossibilitados de acessar recursos fundamentais para sua subsistência. Diante desse cenário, qualquer paralisação da categoria impacta diretamente milhares de brasileiros que dependem do sistema previdenciário.

Nos últimos meses, a greve dos peritos tem causado atrasos significativos no atendimento, aumentando a fila de espera e dificultando a liberação de benefícios.

Os peritos do INSS seguem em greve, mas o governo está agindo para não haver prejuízos.
Os peritos do INSS seguem em greve, mas o governo está agindo para não haver prejuízos. / Crédito: @jeanedeoliveirafotografia / cadastrounicobrasil.com.br

Peritos do INSS ainda estão em greve

A greve parcial dos peritos médicos do INSS, iniciada em agosto de 2024, continua prejudicando a concessão de benefícios previdenciários. Antes da paralisação, a fila para a realização de perícias já ultrapassava 576 mil pessoas.

Com o avanço do movimento grevista, esse número aumentou progressivamente, atingindo 686 mil em janeiro de 2025. Sem a realização das perícias médicas, segurados que dependem de laudos para receber o auxílio-doença e outros benefícios enfrentam uma longa espera.

O movimento grevista envolve cerca de 10% da categoria e ocorre devido ao descumprimento de um acordo firmado em 2022, que estabelecia metas de produtividade.

Os peritos reivindicam o cumprimento das normas acordadas anteriormente e alegam que o governo federal não abriu diálogo para negociações. De acordo com a Associação Nacional dos Peritos Médicos Federais (ANMP), diversos ofícios foram enviados ao Ministério da Previdência solicitando reuniões, mas não houve resposta.

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Previdência planeja aumento da produtividade

O Ministério da Previdência Social defende que a greve ocorre devido à insatisfação dos peritos com um novo Programa de Gestão e Desempenho (PGD).

O governo afirma que o programa foi desenvolvido após uma decisão do Tribunal de Contas da União (TCU), que considerou ilegal parte do acordo firmado em 2022. Segundo o Ministério, esse acordo reduzia em 40% a produtividade dos peritos, o que motivou a reformulação das normas.

O novo PGD tem o objetivo de aumentar a produtividade e garantir mais atendimentos diários. Segundo o governo, 91% dos peritos aderiram ao programa, o que indica que a maioria da categoria aceitou as novas diretrizes.

A ANMP, no entanto, contesta essa argumentação e afirma que o TCU tomou a decisão sem ouvir os peritos. Segundo a associação, as metas de produtividade anteriores foram estabelecidas com base em critérios técnicos, levando em conta a qualidade dos atendimentos e a complexidade das avaliações médicas.

Os peritos alegam que o aumento excessivo no número de perícias diárias pode comprometer a qualidade das avaliações e elevar a quantidade de erros nos laudos. Esse cenário pode gerar indeferimentos injustos e, consequentemente, aumentar o número de processos judiciais contra o INSS.

Além disso, a categoria critica o fato de o governo ter tratado o acordo de 2022 como um compromisso apenas da gestão anterior, sem considerar sua validade institucional.

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Estratégias para mitigar a greve dos peritos

Para minimizar os impactos da greve, o INSS adotou medidas para reorganizar o atendimento e garantir que os segurados não fiquem sem assistência. Desde 27 de janeiro de 2025, perícias médicas marcadas com profissionais grevistas passaram a ser reagendadas automaticamente.

A Empresa de Tecnologia e Informações da Previdência (Dataprev) assumiu a responsabilidade de realocar segurados para outros peritos disponíveis. Essa estratégia permite que os beneficiários recebam novas datas de atendimento por meio do aplicativo Meu INSS, do telefone 135 ou por mensagens SMS.

Outra ação do governo foi a determinação do corte de ponto dos peritos que aderiram à greve. O ministro da Previdência, Carlos Lupi, ordenou o desconto salarial integral dos profissionais que paralisaram suas atividades, justificando a decisão como uma medida para evitar prejuízos aos segurados.

A ANMP classificou essa atitude como “arbitrária” e acionou o Superior Tribunal de Justiça (STJ) para contestar o desconto. No entanto, o presidente do STJ, Herman Benjamin, rejeitou o pedido da categoria e manteve a validade da decisão.

Apesar da tentativa do governo de reorganizar o atendimento, a ANMP alertou que cerca de 15 mil perícias deixariam de ser realizadas diariamente devido à greve. Com isso, milhares de segurados continuam enfrentando dificuldades para acessar seus benefícios.

Enquanto o impasse não é resolvido, os trabalhadores dependem das estratégias adotadas pelo INSS para minimizar os atrasos e garantir que o sistema previdenciário continue funcionando de forma eficiente.

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