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Saiba se quem é MEI pode receber o Bolsa Família em 2026 e quais são as regras de renda

O registro como Microempreendedor Individual não cancela o benefício automaticamente, mas o faturamento do negócio deve respeitar os limites de pobreza estabelecidos.

Uma dúvida muito comum entre os brasileiros que desejam empreender é se a abertura de um MEI (Microempreendedor Individual) provoca a perda imediata do Bolsa Família. Em 2026, a resposta continua sendo positiva para o empreendedor: sim, é perfeitamente possível ser MEI e continuar recebendo o benefício, desde que a renda da família permaneça dentro dos limites de pobreza definidos pelo Governo Federal.

A lógica do programa é incentivar a autonomia financeira. O governo entende que o MEI é, muitas vezes, uma forma de formalizar pequenas atividades — como a venda de bolos, serviços de manicure ou pequenos reparos — que ainda não geram renda suficiente para sustentar a família sozinha. Por isso, o simples fato de ter um CNPJ não é motivo para o corte do auxílio.

O ponto de atenção está no cruzamento de dados. Com a digitalização da economia, a Receita Federal e o Ministério do Desenvolvimento Social compartilham informações em tempo real. O que determina a permanência no programa não é a existência do registro, mas sim o lucro que esse negócio gera e como ele impacta a renda mensal por pessoa da casa.

Para quem está começando um pequeno negócio, essa segurança é fundamental. Ela permite que o empreendedor tenha uma rede de proteção enquanto tenta fazer a empresa crescer, garantindo a alimentação e as necessidades básicas da família durante o período de maturação do empreendimento.

O limite de renda para acumular MEI e Bolsa Família

Em 2026, a regra de ouro para receber o Bolsa Família é que a renda de cada pessoa da família não ultrapasse R$ 218 por mês. Se você abriu um MEI e o seu lucro líquido (após descontar as despesas do negócio), somado aos outros ganhos da casa, mantiver a média abaixo desse valor, o benefício segue normal.

É importante destacar a diferença entre faturamento e lucro. O MEI pode faturar até o limite da categoria, mas o que conta para o CadÚnico é o que sobra para o sustento da família. Por exemplo, se você vende R$ 2.000 em produtos, mas gasta R$ 1.600 com mercadoria e insumos, sua renda real é de R$ 400. Se essa renda for dividida por três ou quatro pessoas na casa, você ainda estará dentro do critério do programa.

Caso a renda aumente e ultrapasse os R$ 218 por pessoa, a família não é cortada imediatamente, graças à Regra de Emancipação (ou Regra de Proteção). Nesse caso, a família pode continuar recebendo 50% do valor do benefício por até dois anos, desde que a renda por pessoa não ultrapasse meio salário mínimo.

Como declarar a renda do MEI no Cadastro Único

A transparência é a melhor forma de evitar bloqueios. Ao atualizar seus dados no CRAS, o beneficiário que abriu um MEI deve informar que possui uma atividade autônoma. Não é necessário levar um balanço contábil complexo, mas é preciso ter uma noção clara de quanto o negócio rende por mês.

Muitos beneficiários ficam receosos de declarar o MEI e acabam caindo em averiguações cadastrais. Como o CNPJ é vinculado ao CPF, o governo saberá da existência da empresa. Se houver movimentação financeira na conta jurídica ou emissão de notas fiscais sem a devida atualização no CadÚnico, o sistema pode entender que há omissão de renda e suspender o pagamento para análise.

A dica para 2026 é manter um caderno de caixa simples, anotando o que entra e o que sai da empresa. Isso ajuda tanto na gestão do negócio quanto na hora de prestar informações ao assistente social, garantindo que o cálculo da sua renda per capita seja feito de maneira justa e correta.

Vantagens de ser MEI para o beneficiário do Bolsa Família

Além de formalizar o negócio e permitir a emissão de notas fiscais, ser MEI garante direitos previdenciários que o Bolsa Família não oferece. Ao pagar a guia DAS mensalmente, o empreendedor passa a ter direito a:

  • Aposentadoria por idade ou invalidez;
  • Auxílio-doença (importante em caso de acidentes ou problemas de saúde);
  • Salário-maternidade para as empreendedoras;
  • Pensão por morte para os dependentes.

Esses direitos criam uma segunda camada de proteção para a família. Enquanto o Bolsa Família ajuda no presente, a contribuição como MEI protege o futuro. Além disso, ter um CNPJ facilita o acesso a microcréditos com juros reduzidos, específicos para empreendedores de baixa renda que desejam investir em equipamentos ou estoque.

O MEI também permite que o cidadão venda para órgãos públicos e empresas maiores, ampliando as chances de aumentar a renda e, futuramente, sair da dependência de programas sociais de forma sustentável e planejada.

O que pode causar o cancelamento do benefício

O cancelamento só ocorre se houver uma mudança estrutural na renda da família que a tire do perfil de vulnerabilidade. Se o seu MEI crescer a ponto de a renda por pessoa ultrapassar meio salário mínimo (cerca de R$ 810 em 2026), o governo entende que a família já alcançou a independência financeira.

Outro motivo de cancelamento é a falta de atualização cadastral ou o descumprimento das condicionalidades do programa, como a frequência escolar dos filhos e o acompanhamento de saúde. Ser MEI exige responsabilidade com os prazos da empresa, mas o beneficiário não pode esquecer das obrigações do Bolsa Família.

Em 2026, o foco do governo é o “Empreendedorismo Social”. A ideia é que o Bolsa Família seja um trampolim, e o MEI, a ferramenta para o salto. Se o seu negócio der certo e você precisar sair do programa por excesso de renda, veja isso como uma vitória: significa que sua empresa atingiu o objetivo de sustentar sua família com dignidade.

Você já pensou em qual atividade profissional gostaria de formalizar como MEI para aumentar sua renda em 2026?

Janaína Silva

Amante da leitura desde sempre, encontrei nas palavras um refúgio e uma forma poderosa de expressão. Escrever é, para mim, uma paixão que se renova a cada página, a cada história contada. Gosto de transformar ideias em textos que tocam, informam e inspiram. Entre livros, pensamentos e emoções, sigo cultivando o prazer de comunicar com autenticidade.

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