Pagamento do salário + Bolsa Família ao MESMO tempo? Combo poderia evitar carência de mão de obra
O Bolsa Família é um benefício que compõe boa parte da renda dos beneficiários, que acabam perdendo os valores ao arrumarem emprego.
Atualmente, beneficiários do Bolsa Família que ingressam no mercado formal enfrentam a regra de proteção do programa, que permite a manutenção do benefício por até dois anos, desde que a renda per capita da família não ultrapasse o limite de meio salário mínimo.
No entanto, muitos trabalhadores optam por não formalizar suas ocupações devido ao risco de perda total ou parcial do benefício, já que ele compõe uma parte importante da renda familiar.
Esse cenário gera desafios tanto para os beneficiários quanto para setores que enfrentam escassez de mão de obra qualificada, destacando a necessidade de soluções que equilibrem inclusão social e mercado de trabalho.
Fiems argumenta a favor do Bolsa Família + salário
O presidente da Federação das Indústrias de Mato Grosso do Sul (Fiems), Sérgio Longen, destacou que o estado enfrenta um grave apagão de mão de obra, com mais de 25 mil vagas de trabalho em aberto.
Durante o balanço da atividade industrial, ele apresentou a proposta de flexibilizar as regras do Bolsa Família para permitir que beneficiários conciliem temporariamente o recebimento do benefício com a remuneração formal.
Segundo ele, muitos trabalhadores evitam empregos com carteira assinada por medo de perder o auxílio, mesmo que temporariamente. A proposta defendida pela Fiems sugere que os beneficiários do Bolsa Família mantenham o benefício por dois anos, mesmo após ingressarem no mercado formal.
Longen enfatizou que essa medida é essencial para garantir que mais trabalhadores se sintam seguros para aceitar ofertas de emprego, contribuindo para o crescimento econômico do estado e reduzindo a dependência de programas sociais.
Ele explicou que essa transição gradual permitiria que as famílias se estabilizassem financeiramente antes de perderem o auxílio, o que reduziria as desigualdades e estimularia a formalização.
Além disso, Longen destacou que, em parceria com o Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai-MS), empresas e prefeituras já estão trabalhando para capacitar os beneficiários e prepará-los para o mercado de trabalho.
Ele reforçou que a falta de trabalhadores é um obstáculo significativo para a expansão industrial no estado e que a implementação dessa proposta ajudaria a resolver o problema. A medida, segundo ele, beneficiaria tanto os empregadores quanto os trabalhadores em busca de melhores condições de vida.
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Governo se mostra receptivo
O governo federal demonstrou receptividade à proposta apresentada pela Fiems, mas orientou que a medida seja levada ao Congresso Nacional para aprovação. Segundo Longen, a intenção é apresentar o projeto formalmente em 2025, com o objetivo de viabilizar sua aplicação em âmbito nacional.
A iniciativa conta com o apoio de diversos setores que reconhecem a necessidade de políticas que integrem programas sociais e mercado de trabalho. Caso a proposta não avance no Congresso, Longen afirmou que a Fiems está disposta a adotar medidas mais drásticas, incluindo a judicialização da questão.
Ele defendeu que, se necessário, levará o caso ao Judiciário para garantir o direito dos beneficiários de conciliarem o Bolsa Família com a remuneração formal. Segundo ele, a medida é fundamental para resolver o apagão de mão de obra e evitar prejuízos econômicos.
Por fim, Longen reforçou a importância de o governo federal reconhecer o impacto positivo dessa mudança para as famílias e para o mercado de trabalho. Ele acredita que a aprovação do projeto fortalecerá a economia e promoverá uma transição mais segura para os beneficiários do programa, garantindo maior inclusão e redução das desigualdades sociais.
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