Serviço acaba para dar lugar a investimentos mais rentáveis e sustentáveis, exigindo atitude ativa dos clientes para manter o dinheiro rendendo.
O Nubank anuncia uma mudança importante para seus clientes: o rendimento automático da conta digital será encerrado no dia 30 de setembro de 2025.
Desde 2019, esse recurso era um dos diferenciais da fintech, permitindo que o dinheiro parado na conta começasse a render automaticamente, sem precisar escolher um investimento específico.
Mas o banco decidiu simplificar seu portfólio e oferecer alternativas mais interessantes e sustentáveis, como RDBs, CDBs atrelados ao CDI e fundos de investimento dentro do próprio aplicativo.
Porém, muitos usuários ficaram surpresos, já que o rendimento automático era uma forma prática de garantir ganhos diários sem esforços.
Como funcionava o rendimento automático
Quando o cliente depositava dinheiro na conta Nubank, o valor começava a render no dia seguinte com base em uma taxa próxima ao CDI, conhecido como taxa referência no mercado financeiro.
O ponto forte era não precisar fazer nenhum movimento — o rendimento acontecia sozinho, sem prazo mínimo para resgate ou burocracia.
Isso facilitou o acesso de milhões de brasileiros ao investimento, especialmente aqueles que não tinham experiência com o mercado financeiro.
Por que o serviço será encerrado
O Nubank explica que o custo para manter o rendimento automático para todos os clientes é muito alto e pouco sustentável no longo prazo.
Além disso, a legislação e as regras para remuneração automática de depósitos ficaram mais complexas, influenciando a decisão.
Com a Selic prevista para cair em 2025, a rentabilidade desse modelo ficaria ainda menos atraente, tornando necessário um ajuste na estratégia.
Mudanças para os clientes a partir de setembro
Depois do dia 30, o saldo que ficar na conta digital não vai mais render automaticamente. O dinheiro ficará parado como saldo disponível.
Quem quiser continuar ganhando rendimento terá que fazer uma escolha ativa. O Nubank indica algumas alternativas na aba de investimentos do app:
- RDBs com liquidez diária e bom rendimento;
- CDBs de parceiros oferecendo 100% do CDI ou mais;
- fundos de investimento disponíveis na plataforma NuInvest.
Não haverá migração automática para esses produtos, o cliente precisa aplicar o dinheiro manualmente.
Reações do mercado e dos usuários
Economistas veem a mudança como natural, já que nenhum banco consegue sustentar para sempre um produto com baixo retorno.
Mas muitos clientes fiéis ficaram insatisfeitos, pois o rendimento automático foi um dos principais atrativos do Nubank.
Essa abertura pode favorecer outros bancos digitais e fintechs, que talvez ofereçam opções semelhantes para captar clientes.
Impacto na inclusão financeira
O fim do rendimento automático pode exigir que milhões de brasileiros deem um passo adiante, aprendendo a aplicar seu dinheiro em produtos financeiros tradicionais.
O Nubank tem investido em educação financeira dentro do app para ajudar nessa transição, mostrando opções simples e seguras para investir.
Assim, o objetivo é evitar que os clientes percam rentabilidade e os benefícios da digitalização financeira.
Comparação com outros bancos digitais
O Nubank não está sozinho nessa mudança. Outras fintechs como Inter, C6 e PicPay também têm limitado ou encerrado rendimentos automáticos.
A tendência é que a oferta se concentre em produtos estruturados que garantam previsibilidade de custos e rentabilidade.
Esse movimento demonstra o amadurecimento do setor e a busca por sustentabilidade financeira.
Alternativas para manter o dinheiro rendendo
Quem quer continuar ganhando pode optar por:
- Tesouro Direto, título seguro ligado à Selic ou inflação;
- CDBs com liquidez diária, que pagam a partir de 100% do CDI;
- fundos de renda fixa, com gestão profissional e acessíveis pelo app;
- poupança, ainda popular pela liquidez imediata, embora com rendimento menor.
Essas opções oferecem possibilidades para diferentes perfis e objetivos.
Perspectivas para o Nubank
Apesar da mudança, o Nubank segue entre as principais fintechs do país, com planos de investir em expansão e novos produtos financeiros.
Analistas dizem que o impacto no longo prazo será controlado, pois muitos clientes devem migrar para os investimentos dentro do próprio app.
O desafio será manter a confiança e provar que o fim do rendimento automático não tira a competitividade do banco.
