Novo programa de gás em 2025 promete aliviar orçamento de milhões de famílias com investimento bilionário
Distribuição ampliada de botijões de gás visa enfrentar alta nos preços e garantir acesso a famílias em vulnerabilidade
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva anunciou em setembro de 2025 um novo programa voltado para a distribuição de botijões de gás de cozinha às famílias de baixa renda. A medida surge em meio à inflação e ao aumento constante do custo de vida, buscando aliviar essa pressão sobre quem vive com orçamento apertado.
O investimento previsto é de cerca de R$ 5 bilhões por ano, o que torna o programa uma ação de grande impacto social e político, especialmente em ano eleitoral. A iniciativa amplia o debate sobre o uso das políticas sociais para apoiar quem mais precisa, mas também levanta questões sobre sustentabilidade fiscal.
Neste texto, explicamos como funcionará essa ajuda, quem será beneficiado, os recursos envolvidos e as repercussões sociais e econômicas da medida.
Contexto do preço do gás no Brasil
O valor do botijão de gás de 13 quilos é uma das maiores preocupações para as famílias de baixa renda atualmente.
Várias razões influenciam essa alta, como a flutuação do petróleo internacional, custos logísticos, alta carga tributária sobre combustíveis e margem de lucro de revendedores regionais.
Em algumas capitais, o gás já ultrapassa R$ 120, quase 8% do salário mínimo vigente em 2025 (R$ 1.518).
Como funcionará o programa de distribuição
O programa terá abrangência nacional, sendo executado em parceria com a Caixa Econômica Federal e a Petrobras.
O benefício será uma subvenção direta às famílias inscritas no CadÚnico, um suporte parecido com o Auxílio Gás, mas com cobertura ampliada e valor maior.
A expectativa é que mais de 20 milhões de famílias possam ser alcançadas.
Quem terá direito ao benefício
Famílias com renda per capita de até R$ 218 cadastradas no CadÚnico.
Prioridade será dada a beneficiários do Bolsa Família e do BPC/LOAS, que estão entre as populações mais vulneráveis.
Diferenças em relação ao Auxílio Gás
Enquanto o Auxílio Gás proporciona metade do valor do botijão a cada dois meses, o novo programa promete entregar o subsídio mensalmente.
Além disso, cobrirá a totalidade do custo do botijão e ampliará o público beneficiado.
Impacto fiscal da iniciativa
O custo estimado de R$ 5 bilhões será incorporado ao orçamento federal de 2025.
Para financiar o programa, haverá realocação de despesas sociais e, se necessário, complementação via crédito extraordinário, com possível apoio do Tesouro Nacional em caso de déficit.
O debate econômico
Economistas alertam para os riscos de aumentar gastos públicos em ano eleitoral, que pode pressionar ainda mais o déficit e a dívida pública.
Por outro lado, há quem defenda que o programa terá efeito multiplicador na economia, incentivando o consumo das famílias mais pobres e aquecendo o mercado local.
Para as famílias, o benefício oferecerá alívio financeiro, garantindo gases para cozinhar e, consequentemente, mais segurança alimentar.
A iniciativa também pode reduzir o uso de lenha e carvão, que são opções menos seguras e prejudiciais à saúde.
Na economia local, espera-se aumento do consumo em pequenos comércios e estímulo ao setor de distribuição de gás.
Para a saúde pública, a redução da queima de materiais nocivos deve diminuir problemas respiratórios e outras complicações.
Críticas e elogios à medida
Entre os pontos positivos, destaca-se a resposta direta a uma das maiores demandas da população pobre, com potencial para reduzir desigualdades.
Por outro lado, o alto custo em ano eleitoral levanta dúvidas sobre caráter político da ação, além da falta de clareza sobre fontes permanentes de recursos.
Riscos de sobreposição com outros programas sociais, como o Auxílio Gás, também são mencionados por especialistas.
Contexto político da iniciativa
Lançado em momento político delicado, o programa reforça a imagem do presidente Lula como defensor das camadas populares.
Tem potencial para fortalecer apoio em regiões onde o custo do gás tem peso maior na economia doméstica, como o Nordeste.
O programa pode enfrentar questionamentos jurídicos por oposição, que poderão alegar uso eleitoral indevido de recursos públicos.
Experiências internacionais semelhantes
Países como México e Índia adotam programas de subsídio ou distribuição direta de gás para aliviar famílias em situação de pobreza extrema.
No México, o auxílio é parcial e oferecido via empresas estatais; na Índia, famílias recebem botijões diretamente.
O Brasil aposta na integração com o CadÚnico e associa o programa a outras políticas sociais para ampliar o alcance.
Sustentabilidade e futuro
Especialistas alertam que o sucesso do programa depende de ajustes fiscais e da capacidade de integrá-lo com outras políticas públicas.
Se bem estruturado, pode tornar-se uma política permanente, mas há risco de cortes caso não haja espaço no orçamento futuro.