Saiba como o Bolsa Família pode ser a principal porta de entrada para novas possibilidades de emprego com carteira assinada
Muitas pessoas acreditam que o Bolsa Família desestimula o trabalho, mas os números revelam outra realidade. Um estudo recente do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) mostra que o programa de transferência de renda também está relacionado ao aumento do número de pessoas ocupadas.
O levantamento aponta que, mesmo com o aumento do benefício para R$ 600, houve crescimento tanto no mercado formal quanto no informal em lares que recebem o Bolsa Família. Estes dados desmontam o mito de que o programa desincentiva a busca por trabalho.
Além disso, o cenário econômico mais amplo também apresenta indicadores positivos. A taxa de desemprego no Brasil está no menor patamar dos últimos 12 anos, reforçando que programas sociais podem coexistir com crescimento no mercado de trabalho.
Influência do Bolsa Família no trabalho formal
Entre 2019 e 2023, a proporção de trabalhadores formais em lares beneficiados pelo Bolsa Família aumentou de 12,6% para 14,8%.
Esse avanço demonstra que muitas famílias estão encontrando oportunidades de trabalho com carteira assinada. Além disso, a taxa de desemprego nesses lares caiu de 11,5% para 8,7% no mesmo período.
Nos domicílios sem o benefício, os números também são animadores. A proporção de ocupados subiu de 58,3% para 60,3%, enquanto a taxa de desemprego caiu de 6,8% para 3,9%. Esses dados reforçam que a recuperação econômica beneficia diferentes grupos, independentemente de receberem o Bolsa Família.
Embora o número de trabalhadores informais ainda seja significativo, ele tem diminuído. Nos lares que recebem o benefício, a proporção de trabalhadores informais caiu de 33,7% para 32%.
A mudança reflete um movimento em direção à formalização do trabalho, o que proporciona maior segurança para essas famílias.
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Mais renda, mais oportunidades
O aumento da renda disponível gerado pelo Bolsa Família movimenta a economia local e impulsiona a criação de empregos. Quando mais dinheiro circula, a demanda por bens e serviços cresce, estimulando o comércio e os serviços.
De acordo com dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), mais de 106 mil postos de trabalho foram criados em novembro de 2024.
Entre os setores que mais contrataram, destacam-se o comércio e os serviços. No comércio, 94 mil vagas foram abertas, principalmente na reparação de veículos.
Já o setor de serviços criou 67 mil novos postos. Esses resultados mostram como a economia reage positivamente ao aumento da circulação de renda, muitas vezes impulsionada por programas sociais.
Apesar de alguns setores, como a construção civil e a agropecuária, apresentarem perdas de vagas em razão de alguns fatores, o saldo geral de empregos formais é animador. Com mais de 2 milhões de vagas criadas no ano, o mercado de trabalho brasileiro dá sinais consistentes de recuperação.
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